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Economia Criativa: O caminho para a transformação

O século XXI tem sido marcado por incertezas e sobressaltos. O agravamento da crise climática e a pandemia são exemplos significativos. 

Por Adriana Balthazar (NOVO-RJ) | IBEF-Rio

Diante desse cenário o imobilismo não é uma opção. Há que se continuar a busca sistemática por soluções. Nesse sentido, vemos com satisfação a decisão da ONU de declarar o ano de 2021 como Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável. Não à toa esse foi o tema escolhido, pois, de acordo com estimativas da UNESCO, na última década o setor criativo tem sido responsável por 3%do PIB mundial, gerando cerca de 1% dos postos de trabalho.


No Brasil, segundo o “Mapeamento da Indústria Criativa” da FIRJAN, o PIB Criativo em 2017 representou 2,61% de toda a riqueza gerada em território nacional, aproximadamente R$ 171,5 bilhões, comparável ao valor de mercado da Samsung ou à soma de quatro das maiores instituições financeiras globais (American Express, J.P.Morgan, Axa e Goldman Sachs). Além disso, o setor contou com 837,2 mil profissionais formalmente empregados naquele ano, sendo que São Paulo e Rio de Janeiro, juntos, concentraram 50% desse total.

No referido Mapeamento, são identificados 13 segmentos criativos, agrupados em quatro grandes Áreas Criativas: Consumo (Design, Arquitetura, Moda e Publicidade & Marketing), Mídias (Editorial e Audiovisual), Cultura (Patrimônio e Artes, Música, Artes Cênicas e Expressões Culturais) e Tecnologia (P&D, Biotecnologia e TIC). 

Como se pode verificar, a Economia Criativa abarca as etapas de criação, produção e distribuição de bens e serviços, sendo fortemente apoiada no capital intelectual. Por outro lado, se antes era considerado apenas um nicho de mercado, atualmente representa parte essencial da cadeia produtiva, um insumo tão relevante quanto o capital, o trabalho e as matérias-primas para uma quantidade cada vez maior de setores. 

Os dados acima confirmam que as empresas têm feito um esforço grande para investir em inovação, seja construindo novos modelos de produção, seja buscando novos mercados para seus produtos e serviços. Porém, quando se olha para a área de pesquisa e desenvolvimento (P&D), o cenário é desalentador, com quedas consecutivas nos últimos anos.

É inaceitável que vivamos o paradoxo de estarmos entre as 10 maiores economias do mundo e ocuparmos apenas a 66ª colocação do Índice Global de Inovação (IGI) entre 129 países. 

Atualmente, o Brasil, investe apenas 1,27% do PIB em (P&D), somando-se recursos púbicos e privados, enquanto os países da OCDE têm média de 2%. Já as nações mais inovadoras do mundo apostam ainda mais alto. A Coreia do Sul destina 4,3% do PIB; Israel, 4,2%; e Japão, 3,4%. 

É evidente que somente com inovação conseguiremos dar o inadiável salto em termos de produtividade e competitividade do Brasil, criando as bases para um desenvolvimento sustentável. 

O povo brasileiro, cuja marca é a diversidade cultural e a alma solar, vive demonstrando sua criatividade. Somos craques com enorme potencial a ser explorado. Cabe ao poder público fazer sua parte, criando um ambiente favorável aos negócios, eliminando exigências burocráticas desnecessárias e aumentando o investimento público. 

Que tal colocar esse tema em pauta? Eu, como carioca e profissional do setor, continuarei minha luta levantando essa bandeira.

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