Sistema IVA teria um efeito interessante. Reformas não podem esperar na crise.
Alexis Fonteyne | Poder 360
A reforma do sistema tributário se mostrava urgente muito antes de qualquer crise ter abatido o planeta e o Brasil. Os problemas eram conhecidos: complexidade, insegurança jurídica, distorções, falta de transparência, cumulatividade, guerra fiscal, uma verdadeira fábrica de contenciosos tributários.
Nosso sistema tributário, para tentar ser simplificado, é baseado em “presunções” estabelecidas pelo Estado. Temos o lucro presumido, temos o Simples Nacional e temos a maior de todas as excrescências, a Substituição Tributária. Na ST, o Estado define previamente o número de elos na cadeia de vendas e a margem de lucro de cada um, traz a valor presente e faz a indústria pagar os tributos antecipadamente.
Este mesmo Estado não atualiza o número de elos e nem a margem de lucro durante a crise. Conclusão: continuamos a pagar impostos sobre premissas que não são mais verdadeiras. Pagamos tributos sobre o prejuízo durante a crise. Este sistema nos joga mais profundamente no fundo do poço e dificulta muito a saída.
Veja, no exemplo acima, considerando uma empresa que vende um produto por $200, e tem uma carga tributária presumida de 12,5%, vai pagar R$ 25 de tributos.
Se esta empresa vender pela metade do preço, imaginando que está vendendo pelo preço de custo, sem nenhum lucro, ela continua a pagar 12,5% de impostos sobre o seu faturamento e, se num desespero muito grande, esta empresa precise vender no prejuízo, queimando o seu estoque para fazer liquidez, ao valor de R$50, ela infelizmente, continua a pagar, R$ 6,25 de impostos.
O padrão mundial, inclusive o padrão preconizado pela OCDE é o sistema de Impostos sobre o Valor Adicionado ou simplesmente IVA.
Neste sistema não há cumulatividade de impostos, tudo o que a empresa compra de produtos ou serviços gera crédito, que servirá para abater os impostos a serem pagos quando da venda de um bem ou serviço pela empresa. A consequência direta deste sistema é que a empresa só paga tributos sobre o que agregou de valor e não uma presunção do que se faturou.
O sistema IVA durante uma crise tem um efeito muito interessante e desejado. Ele modula automaticamente o montante de impostos ao valor agregado, podendo num determinado momento, de muita dificuldade, até devolver impostos.
Se esta empresa vender pela metade do preço, imaginando que está vendendo pelo preço de custo, sem nenhum lucro, ela continua a pagar 12,5% de impostos sobre o seu faturamento e, se num desespero muito grande, esta empresa precise vender no prejuízo, queimando o seu estoque para fazer liquidez, ao valor de R$50, ela infelizmente, continua a pagar, R$ 6,25 de impostos.
O padrão mundial, inclusive o padrão preconizado pela OCDE é o sistema de Impostos sobre o Valor Adicionado ou simplesmente IVA.
Neste sistema não há cumulatividade de impostos, tudo o que a empresa compra de produtos ou serviços gera crédito, que servirá para abater os impostos a serem pagos quando da venda de um bem ou serviço pela empresa. A consequência direta deste sistema é que a empresa só paga tributos sobre o que agregou de valor e não uma presunção do que se faturou.
O sistema IVA durante uma crise tem um efeito muito interessante e desejado. Ele modula automaticamente o montante de impostos ao valor agregado, podendo num determinado momento, de muita dificuldade, até devolver impostos.
Voltemos ao nosso exemplo, agora sob a ótica do sistema IVA: se uma empresa vender algo por R$200 e tiver um valor agregado de R$100, ela vai pagar, considerando uma alíquota de 25% de IVA, os mesmos R$25 do exemplo inicial. Mas, se esta mesma empresa for vender seus produtos a preço de custo, sem agregar valor, a carga tributária será de R$ 0! E, se esta empresa queimar os estoques, numa tentativa desesperada de fazer liquidez ou mesmo encerrar as suas atividades, e vender pela metade do que pagou pelos insumos, tendo assim margem negativa, ela terá restituição de tributos de -R$12,5o.
Veja a discrepância entre o nosso atual sistema e o sistema IVA. Na pior fase de uma empresa, quando estiver no prejuízo, o nosso sistema faz o empresário pagar R$6,25 sobre um “lucro presumido” que não existe, enquanto que uma empresa europeia ou asiática, que está sob o regime do IVA, vai receber restituição de $12,5 pois calcula-se o tributo sobre o valor agregado.
Como eu já afirmei anteriormente, o nosso sistema tributário é uma âncora amarrada no nosso corpo, nos joga mais rapidamente para o fundo do buraco e nos dificulta ainda mais sair do buraco.
As reformas são urgentes e não podem esperar a crise passar, mesmo porque ela não vai passar enquanto estivermos com estas estruturas tributárias, trabalhistas e administrativas.
Veja a discrepância entre o nosso atual sistema e o sistema IVA. Na pior fase de uma empresa, quando estiver no prejuízo, o nosso sistema faz o empresário pagar R$6,25 sobre um “lucro presumido” que não existe, enquanto que uma empresa europeia ou asiática, que está sob o regime do IVA, vai receber restituição de $12,5 pois calcula-se o tributo sobre o valor agregado.
Como eu já afirmei anteriormente, o nosso sistema tributário é uma âncora amarrada no nosso corpo, nos joga mais rapidamente para o fundo do buraco e nos dificulta ainda mais sair do buraco.
As reformas são urgentes e não podem esperar a crise passar, mesmo porque ela não vai passar enquanto estivermos com estas estruturas tributárias, trabalhistas e administrativas.
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