O que um liberal pensa sobre o Dia da Consciência Negra?

Quero aproveitar o dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, para lembrar de Luiz Gama (1830 - 1882), um dos grandes heróis da liberdade brasileira. 

Bruno Souza | Deputado Estadual (NOVO-SC)

Poeta, jornalista e advogado, Gama tem uma história digna de filme. Nascido livre, foi vendido como escravo quando criança e teve que lutar judicialmente pela própria liberdade. Autodidata, além de ser um dos principais nomes do movimento abolicionista no século XIX, trabalhou diretamente na libertação de mais de 500 escravos.

Liberalismo é a defesa da liberdade. É a valorização de cada indivíduo como um fim em si mesmo, com dignidade e direitos invioláveis. Ninguém pode ser usado como um instrumento em benefício dos outros. E essa é uma ideia tão recente na história da humanidade que é como se tivesse surgido ontem. Guerra, violência, e escravidão sempre foram eventos comuns em toda sociedade. Somente nos últimos dois séculos que as circunstâncias começaram a se transformar, e que a liberdade e a dignidade humana passaram a se tornar a regra, e não a exceção. A sociedade em que vivemos hoje é a única que adotou o indivíduo como valor fundamental.

O fim da escravidão é uma consequência direta do capitalismo moderno. Não é uma simples coincidência que, com o fim das barreiras à acumulação de capital e com a emergência do capitalismo, a escravidão foi se tornando insustentável e o trabalho livre e mais produtivo foi adotado como regra no ocidente. A abolição da escravatura é uma das maiores conquistas das ideias liberais, da especialização e da troca e Luiz Gama é um exemplo de como a defesa do indivíduo pode ser feita e mudar a vida das pessoas na prática. É responsabilidade nossa trazer as mudanças que queremos ver no mundo!

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