Por Pedro Duarte | Diário do Rio
Como você pensaria em criar empregos em uma cidade que, num ranking das 405 principais cidades do país, está no 200º lugar no quesito sustentabilidade fiscal? E em 380º lugar na lista de endividamento?
Como você pensaria em criar empregos em uma cidade que, num ranking das 405 principais cidades do país, está no 200º lugar no quesito sustentabilidade fiscal? E em 380º lugar na lista de endividamento?
Não é que não existam números bons. O Rio é o 8º em inovação e dinamismo econômico e o PIB per capita está em 44º. Mas sabemos que a realidade é mais cruel.
No Rio de Janeiro, a taxa de desemprego praticamente triplicou nos últimos 6 anos, a média anual passando de 6,3% em 2014, para 17,4% em 2020, com pico de 19,1% no último trimestre. Já são 1,5 milhão de fluminenses desempregados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somos também o estado com o maior número de desempregados no Sudeste e o quarto maior do país. Ficamos atrás apenas de Bahia, Alagoas e Sergipe.
Com a pandemia a situação se agravou ainda mais. Segundo dados da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), o setor de serviços, responsável por 70% da geração de riqueza do estado, teve uma queda de 4,8% em 2020. Foi a maior queda no setor na história do estado.
Por que o Rio é tão pouco competitivo? Burocracia, dívidas, falta de transparência e organização financeira inexistente.
Alguns passos foram tomados com a aprovação da reforma da previdência municipal. O próximo, é aprovarmos reformas tributárias amplas que atinja todos os níveis do poder público do Estado e simplifiquem a vida do empreendedor. Sem essa reforma, fica difícil manter e dar competitividade às empresas cariocas e o ambiente de negócios fica ainda menos atrativo para novos investidores.
Há outras oportunidades nos esperando com a criação de novos parques tecnológicos e a melhora da conexão dos parques já existentes com as empresas. Considerando a quantidade de intuições de ensino superior que temos, UFRJ, UERJ, UFF, UniRio, Rural e Institutos Federais, isso não só aumentaria a retenção de talentos e de empresas, como atrairia novas para o Rio. Nossa cidade, que já foi líder nesse setor, vem nos últimos anos perdendo empresas de tecnologia para centros como Florianópolis e Recife e até mesmo para municípios do interior do nosso estado.
A transformação também passa pelo Centro do Rio. Ao alterar prédios de escritório para moradia, chamamos mais emprego e moradores para reviver a região que é uma das mais icônicas da nossa cidade.
A realidade não é fácil, mas há oportunidades em nosso caminho. Porém, o tempo corre e o Rio tem pressa. Precisamos agarrá-las logo.
O Rio precisa assumir o seu protagonismo natural e se portar como a capital inovadora e atraente que tem o potencial para ser. Eu, você, e o mundo inteiro espera isso.
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