Por Letícia Fontes | O Tempo
Os atintidos pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, manifestaram na porta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na Avenida Afonso Pena, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, durante a assinatura do acordo da mineradora com a Justiça do Estado, nesta quinta-feira (4). Cerca de 100 pessoas participaram do protesto. Conforme antecipou com exclusividade O TEMPO, após dois anos da tragédia e quatro meses de negociações, o governo de Minas Gerais e a Vale firmaram um acordo de R$ 37,68 bilhões para a realização de investimentos que beneficiem as regiões atingidas.
Os atintidos pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, manifestaram na porta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na Avenida Afonso Pena, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, durante a assinatura do acordo da mineradora com a Justiça do Estado, nesta quinta-feira (4). Cerca de 100 pessoas participaram do protesto. Conforme antecipou com exclusividade O TEMPO, após dois anos da tragédia e quatro meses de negociações, o governo de Minas Gerais e a Vale firmaram um acordo de R$ 37,68 bilhões para a realização de investimentos que beneficiem as regiões atingidas.
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| Foto: Ramon Bittencourt |
Segundo o representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andreoli, os principais prejudicados foram os menos ouvidos e atendidos com esse acordo. Ele defende que o valor a ser pago deveria ser o pedido inicial de R$ 54 bilhões. "É um acordo ilegítimo. Nós vamos recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Foi um bom acordo só para o governo", pontuou.
Quem também pretende entrar com uma ação judicial é o prefeito de Brumadinho, Avimar Barcelos. "É um acordo desonesto. Deveria ser 30% para Brumadinho especificamente. Estão incluindo obras como o rodoanel que nem vai passar pela cidade como parte do valor destinado para cá. É muito triste vê o Estado se aproveitando de uma situação, quem morreu e perdeu foi a cidade. Nós estamos sem recursos, vamos virar cidade fantasma", desabafou.
Em nota, a Associação dos Familiares das Vítimas de Brumadinho (Avabrum) também reclamou de não ter participado do processo de negociação. "Fomos mais uma vez excluídos do processo, cujo dinheiro advém do sangue das nossas Joias. Esperamos que o dinheiro desse acordo seja aplicado na reparação, que traga melhorias e bem-estar aos municípios verdadeiramente impactados e que honre a memória dos nossos", diz o comunicado.
Durante a coletiva de imprensa, questionado sobre as reivindicações dos atingidos, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, foi categórico. "A população de Brumadinho e os representados foram escutados exaustivamente. Temos de lembrar que, numa situação como essa, existem pessoas à procura de holofotes, que não representam, efetivamente, os atingidos", avaliou.
De acordo com o Executivo estadual, este é o maior acordo já realizado na história do Brasil. O processo envolve o ressarcimento por perdas tributárias, danos morais coletivos e de infraestrutura. O valor de indenização será destinado a metrô de BH, João XXIII e outros projetos.
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