Impeachment do governador de Santa Catarina: entenda os 4 motivos pelos quais votei a favor da continuidade do processo - NOVO Rio das Ostras (RJ)

Breaking News

Post Top Ad

Responsive Ads Here

Post Top Ad

Responsive Ads Here

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Impeachment do governador de Santa Catarina: entenda os 4 motivos pelos quais votei a favor da continuidade do processo

O Governador Moisés enfrenta seu segundo pedido de impeachment - dessa vez sobre o "conjunto da obra". Esse pedido inclui quatro denúncias. 

Bruno Souza | Deputado Estadual (NOVO-SC)

Entenda: 


1- Respiradores Fantasma

A compra mais vergonhosa da história do estado, R$ 33 milhões pagos adiantados para uma empresa claramente de fachada. Apenas 50 respiradores foram entregues, atrasados e num modelo diferente do contrato, inviáveis para enfrentar a pandemia. O processo está eivado de vícios que qualquer leigo perceberia, começando pelas qualidades terríveis da empresa e total ausência de garantias, o que deveria ter impedido o pagamento adiantado, que não se justifica.

2 - Hospital de campanha 

Uma licitação de R$ 76 milhões que só não foi pior porque a justiça interveio e impediu que seguisse em frente. Da mesma forma, o processo de compra é vergonhoso e evidentemente fraudulento, com inúmeros indícios de favorecimento da empresa vencedora, inclusive com desclassificação autoritária da empresa que teria uma oferta melhor.

3 - Demora em punir os Secretários envolvidos, Douglas Borba e Helton Zeferino

O comportamento de Moisés em relação aos Secretários foi de parceria, encampando as ilegalidades, justificando as compras perante a imprensa, e até mesmo despedindo com carta de agradecimento, após exoneração voluntária. Não é o comportamento de quem foi enganado em sua gestão, nem o comportamento que se espera de um gestor responsável e sério.

4 - Mentira na CPI: 

Moisés afirmou que só ficou sabendo da compra dos respiradores dia 22 de abril, entretanto isso simplesmente não é crível, diante dos fatos apresentados na CPI dos Respiradores e considerados no relatório do impeachment. O Governador falou em diversas oportunidades sobre o processo de compra, em lives e coletivas de imprensa, propôs Projeto de Lei sobre pagamento antecipado, conversou com o Presidente do TCE e até enviou ofício sobre o assunto.

Votei contrário na primeira denúncia, justamente por ser independente. Na primeira denúncia, não havia motivos suficientes para defender o afastamento. Mas agora é diferente. 

No caso dos respiradores, não dá para acreditar que Moisés não sabia da compra e do pagamento antecipado. Era a COMPRA MAIS IMPORTANTE DO ESTADO naquele momento, e por diversas vezes o tema dos equipamentos hospitalares e os problemas com a importação foram mencionados pelo Governador e sua equipe antes do dia 22 de abril, conforme informou Moisés à CPI dos Respiradores.

Não bastasse a polêmica dos respiradores, o Governo foi além com o Hospital Mahatma Ghandi, contratação claramente ilegal com a participação do Advogado Leandro Barros, ligado a Douglas Borba.

Mesmo diante de todas estas ilegalidades, Moisés não fez nada para responsabilizar seus subordinados, notadamente Douglas Borba e Helton Zeferino. Os dois ex-secretários largaram o cargo por iniciativa própria, não por força do Governador do Estado.

Não está claro que o Governador tenha obtido alguma vantagem com isso, ou mesmo tenha se aproveitado de algum forma das fraudes perpetradas, mas não há como afastar a sua responsabilidade em relação à sua falta de compromisso com a verdade, como na CPI dos Respiradores, e ainda com a sua parceria com os malfeitores que saíram de seu Governo apenas por vontade própria.

Na primeiro processo, afirmei: não há motivos técnicos para o impeachment - e votei de acordo. No processo de hoje, os motivos existem - e também voto de acordo. Por isso, votei sim à continuidade do processo de impeachment.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Top Ad

Responsive Ads Here