Bruno Souza | Deputado Estadual (NOVO-SC)
Entenda:
1- Respiradores Fantasma
A compra mais vergonhosa da história do estado, R$ 33 milhões pagos adiantados para uma empresa claramente de fachada. Apenas 50 respiradores foram entregues, atrasados e num modelo diferente do contrato, inviáveis para enfrentar a pandemia. O processo está eivado de vícios que qualquer leigo perceberia, começando pelas qualidades terríveis da empresa e total ausência de garantias, o que deveria ter impedido o pagamento adiantado, que não se justifica.
2 - Hospital de campanha
Uma licitação de R$ 76 milhões que só não foi pior porque a justiça interveio e impediu que seguisse em frente. Da mesma forma, o processo de compra é vergonhoso e evidentemente fraudulento, com inúmeros indícios de favorecimento da empresa vencedora, inclusive com desclassificação autoritária da empresa que teria uma oferta melhor.
3 - Demora em punir os Secretários envolvidos, Douglas Borba e Helton Zeferino
O comportamento de Moisés em relação aos Secretários foi de parceria, encampando as ilegalidades, justificando as compras perante a imprensa, e até mesmo despedindo com carta de agradecimento, após exoneração voluntária. Não é o comportamento de quem foi enganado em sua gestão, nem o comportamento que se espera de um gestor responsável e sério.
4 - Mentira na CPI:
Moisés afirmou que só ficou sabendo da compra dos respiradores dia 22 de abril, entretanto isso simplesmente não é crível, diante dos fatos apresentados na CPI dos Respiradores e considerados no relatório do impeachment. O Governador falou em diversas oportunidades sobre o processo de compra, em lives e coletivas de imprensa, propôs Projeto de Lei sobre pagamento antecipado, conversou com o Presidente do TCE e até enviou ofício sobre o assunto.
Votei contrário na primeira denúncia, justamente por ser independente. Na primeira denúncia, não havia motivos suficientes para defender o afastamento. Mas agora é diferente.
No caso dos respiradores, não dá para acreditar que Moisés não sabia da compra e do pagamento antecipado. Era a COMPRA MAIS IMPORTANTE DO ESTADO naquele momento, e por diversas vezes o tema dos equipamentos hospitalares e os problemas com a importação foram mencionados pelo Governador e sua equipe antes do dia 22 de abril, conforme informou Moisés à CPI dos Respiradores.
Não bastasse a polêmica dos respiradores, o Governo foi além com o Hospital Mahatma Ghandi, contratação claramente ilegal com a participação do Advogado Leandro Barros, ligado a Douglas Borba.
Mesmo diante de todas estas ilegalidades, Moisés não fez nada para responsabilizar seus subordinados, notadamente Douglas Borba e Helton Zeferino. Os dois ex-secretários largaram o cargo por iniciativa própria, não por força do Governador do Estado.
Não está claro que o Governador tenha obtido alguma vantagem com isso, ou mesmo tenha se aproveitado de algum forma das fraudes perpetradas, mas não há como afastar a sua responsabilidade em relação à sua falta de compromisso com a verdade, como na CPI dos Respiradores, e ainda com a sua parceria com os malfeitores que saíram de seu Governo apenas por vontade própria.
Na primeiro processo, afirmei: não há motivos técnicos para o impeachment - e votei de acordo. No processo de hoje, os motivos existem - e também voto de acordo. Por isso, votei sim à continuidade do processo de impeachment.
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