Por Thaís Mota | O Tempo
Um dos desafios do próximo prefeito de Belo Horizonte será em relação à educação. No levantamento divulgado na semana passada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), as escolas municipais da capital tiveram queda no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Além disso, a pandemia retirou os estudantes da rede municipal das salas de aula por mais de seis meses. Apenas no último dia 9, a prefeitura publicou uma portaria orientando a retomada das aulas à distância para estudantes do último ano do ensino fundamental, mas ainda não há previsão para a volta às aulas presenciais.
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Rodrigo Paiva é o candidato do partido Novo à prefeitura de BH | Foto: Moisés Silva/O Tempo |
“Queremos transformar o ensino da capital em um dos melhores, se não o melhor ensino do Brasil. E o desafio nós sabemos que é enorme, haja vista que o Ideb caiu nos últimos dois anos e, infelizmente, a prefeitura colheu resultados piores agora”, pontua o candidato à prefeito de BH pelo partido Novo, Rodrigo Paiva. Ele acredita ainda que o Índice deve se manter em queda em função da suspensão das aulas por conta da Covid-19 - que, na sua opinião, já deveriam ter sido retomadas adotando-se protocolos de segurança.
Entre suas propostas para a educação estão a municipalização de ensino fundamental da capital, já que hoje ainda há alguma escolas em BH sob gestão do Estado de Minas. E, a partir daí, implantar um sistema de capacitação contínua dos professores e também adotar práticas de ensino à distância como forma de complemento à educação tradicional - o que segundo ele, deveria ter sido adotado desde o início da pandemia na capital. “É um absurdo uma cidade como Belo Horizonte não ter oferecido uma alternativa de ensino à distância como foi feita na grande maioria das cidades brasileiras. Apenas 4% das cidades brasileiras não ofertaram uma alternativa de ensino à distância, e nesses 4%, está Belo Horizonte”.
Paiva também defende a escola de tempo integral, com a inclusão do esporte e de outras disciplinas, como empreendedorismo e programação, que contribuirão para a formação dos estudantes no contraturno. Questionado se isso demandaria novas escolas já que, atualmente, os alunos que estudam pela manhã dão lugar aos alunos que chegam à tarde, o candidato defendeu que o contraturno seja em escolas parceiras.
“Meu objetivo é municipalizar o ensino fundamental 1 e 2, então vamos ter uma rede maior e otimizar o número de escolas e permitir que, as aulas de esportes, por exemplo, sejam praticadas fora das salas de aulas. Então, vamos fazer parcerias com clubes de futebol, inclusive já estive na concentração de clubes de futebol de Belo Horizonte e se mostraram muito favoráveis a essa iniciativa. E vamos fazer parceria com a iniciativa privada para viabilizar outros espaços para a formação de cursos de empreendedorismo”, disse.
Outra proposta são parcerias público-privadas na educação, seja para a gestão de escolas públicas, seja por meio da criação do vale-escola para que estudantes tenham acesso à educação privada subsidiada pela prefeitura.
“Vamos fazer um experimento com escolas públicas administradas pela iniciativa privada. O governo do Estado também vai iniciar esse processo no próximo ano. E vamos fazer essa experiência também nas escolas do município. E, outra alternativa é que nós estamos entendendo que, com a pandemia, pode ser que haja um aumento significativo do número de crianças que queiram utilizar a rede pública. E, para isso, vamos criar o vale-educação onde os pais terão à disposição escolas particulares conveniadas para que as crianças tenham acesso à educação e a prefeitura paga um determinado valor às escolas”.
Ao todo, a capital mineira conta com 323 escolas municipais e 211 creches parceiras na rede municipal de ensino e atende 200 mil alunos com idades de 0 a 14 anos.
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