A CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte) entregou um cheque simbólico de R$ 57,4 milhões para a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), durante cerimônia realizada no plenário na tarde desta terça-feira (11). O valor é equivalente à economia gerada pela Casa no ano de 2019.
A entrega do cheque, no entanto, ainda gera dúvidas em vereadores da Casa. Eles cobram da PBH uma explicação sobre o investimento do dinheiro. Outros parlamentares sugerem que o valor de economia poderia ter sido maior. Fato é que ambos os lados comemoraram a economia.
Vereadores participaram de cerimônia de entrega do cheque (Karoline Barreto/CMBH) |
A presidente da Câmara, a vereadora Nely Aquino (PRTB), entregou o cheque ao secretário municipal de Fazenda, Fuad Noman, que garantiu que o valor será usado em obras de recuperação dos estragos causados pelas chuvas em BH.
“Quando vemos essa atitude da Câmara, temos que agradecer a presidente Nely Aquino, a Mesa Diretora e a todos os vereadores, que passaram um ano austero, para que, agora, a gente possa usar o recurso na recuperação de Belo Horizonte”, afirmou o secretário Fuad Noman.
Nely apoiou a medida e comemorou a ação da Câmara. “Fizemos uma força-tarefa para antecipar a devolução para que esse dinheiro seja usado na reconstrução da cidade. O belo-horizontino está sofrendo, foi muita dor, muita perda e muita destruição por conta das chuvas. Neste momento precisamos de união de forças para fazer o melhor para a nossa cidade”, disse a vereadora ao BHAZ.
Quem também exaltou a ação foi o vereador Wesley da Autoescola, que compõe a base de apoio do prefeito Alexandre Kalil (PSD), na Casa. “Está é uma grande ação da Câmara. Vale destacar a evolução crescente do valor devolvido. No ano passado entregamos algo em torno de R$ 35 milhões e neste ano quase R$ 60 milhões. Essa economia vem dessa linha de política atual de enxugar a máquina e diminuir custos”, celebrou o parlamentar.
Cheque em branco para Kalil
O vereador Gilson Reis (PCdoB) destacou que, apesar de positiva, a medida também tem pontos negativos, entre eles a falta de clareza na destinação do recurso. “A CMBH entrega o dinheiro que vai para o caixa da PBH, que faz o que quer. Penso que deveria haver uma posição política da Casa de ter um papel mais protagonista e determinar a aplicação desse dinheiro. Demos um cheque em branco para o prefeito, que ele pode aplicar em coisas que não tem nada a ver com política da cidade”, diz o vereador.
Ainda segundo Gilson, o dinheiro deveria ser investido em aluguel social. “Pessoas vítimas das chuvas estão vivendo em condições desumanas, morando embaixo de lona, garagem vizinho, escola municipal, abrigo e pousadas da PBH lotadas. Não tem dignidade. Esse valor de R$ 60 milhões poderia ser destinado programas de aluguel social. O dinheiro seria suficiente para manter cinco mil famílias em moradias dignas por dois anos. Deixamos novamente de ter protagonismo no que seria algo notável para a cidade”, acrescenta.
Economia poderia ser maior
O vereador Mateus Simões (Novo) disse que ficou satisfeito com a economia da CMBH, mas que o valor pode alcançar um teto maior. “Poderíamos reduzir a estrutura administrativa terceirizada da Casa, e aumentar a economia individual dos vereadores. Esse dinheiro pode ser maior e ajudar em políticas públicas necessárias para BH. Fico satisfeito pelo valor já economizado, mas me penalizo por ainda ser um esforço de poucos e que poderia ter um resultado muito mais efetivo e expressivo para a cidade”, afirma.
Polo Laranja (Masculina) |
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