O vereador Mateus Simões (Novo) levantou, nesta quinta-feira (7), suspeitas sobre condutas ilícitas e manobras na Câmara Municipal para salvar o ex-presidente da Casa, o vereador Wellington Magalhães (DC), da cassação de mandato. Segundo Simões, há a suspeita de que parlamentares receberiam dinheiro para salvar Magalhães da perda de mandato.
De Rafael D'Oliveira | BHAZ
“Chegou até a mim o boato de que, há alguns dias, um dinheiro começou a ser visto circulando em sacos entre ex-funcionários de gabinete do Wellington Magalhães na Câmara. O valor de R$ 200 mil estaria sendo oferecido para alguns vereadores para que não votassem ou votassem a favor dele no processo de cassação”, disse Mateus Simões ao BHAZ.
Vereadores em Belo Horizonte Mateus Simões (NOVO-MG) e Wellington Magalhães (DC) | Karoline Barreto/CMBH |
Ainda de acordo com o vereador do Novo, a polícia deve estar a par da suspeita. “São boatos, mas espero que a polícia esteja fazendo o necessário. Ao meu ver, me parece que as informações são críveis devido aos modus operandi adotado”, afirma Simões.
Além da suspeita de compra de votos, Mateus também disse que há boatos de uma tentativa de que vereadores se ausentem do dia da votação, prevista para o fim do mês.
“Outra informação é a de que vereadores estariam articulando licenças ou viagens para não estarem presentes no dia da votação, mais importante do ano, que é a cassação de um ex-presidente da Casa. Isso não é uma coisa difícil de esconder, pois todos vamos saber quem não vai estar presente no dia. É inadmissível que vereadores estejam prestando ao papel de tentar salvar o Magalhães. Aqueles que tentarem podem pagar caro o preço da opinião pública”, diz o vereador do Novo.
O BHAZ procurou o vereador Wellington Magalhães e seus advogados para que se posicionassem quanto ao processo de cassação e as suspeitas levantadas por Simões. Contudo, o vereador não foi localizado e a sua defesa disse que “não comenta assuntos a respeito do processo contra Magalhães ou extrajudiciais”.
A reportagem também procurou a assessoria da Casa para apurar se algum vereador protocolou pedido de viagem ou licença, mas não obteve uma resposta até esta publicação. Tão logo a Câmara e/ou Magalhães se manifestasse, esta reportagem será atualizada.
Sem tornozeleira
Wellington Magalhães retirou, nesta quinta (7), a tornozeleira eletrônica que monitorava seus passos. O vereador foi preso e afastado do cargo em abril de 2018 após ser preso por envolvimento em um esquema que desviou R$ 30 milhões em acordos de publicidade da Câmara, conforme a denúncia.
Contudo, o parlamentar voltou ao exercício do mandato em 17 de junho e, desde então, participava das atividades da Casa com a tornozeleira.
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