Autor das denúncias, parlamentar do Novo declarou que cenário eleitoral ajudou na decisão
Lucas Henrique Gomes | O Tempo
O vereador Mateus Simões (Novo), autor da denúncia que culminou nesta sexta-feira na cassação de Wellington Magalhães (DC), reagiu imediatamente após o fim da sessão. Segundo o parlamentar, a imagem da Câmara Municipal melhorou com a decisão e seria pior a Casa ser vista como um local que aceita a corrupção sem tomar providências.
Vereador Pedrão do Depósito foi flagrado enviando mensagens para o prefeito de Contagem Carlin Moura | Foto: Fred Magno |
“Quero dar os meus parabéns a cada um dos vereadores que teve coragem e disposição de agir de acordo com a ética, com a lei, com a moral e puseram pra fora da Câmara Municipal um bandido que eu espero que seja brevemente preso porque não é possível admitir que as pessoas façam com o erário público o que foi feito. Wellington Magalhães não é mais assunto, esse assunto acabou e ele deve voltar para casa e daí para a cadeia”, disparou o autor da denúncia.
Ainda segundo Simões, três fatores foram decisivos para a cassação, cenário diferente do ano passado, quando Magalhães se salvou com 15 votos. “As acusações feitas por mim agora são muito mais fortes do que aquelas feitas no passado; há uma tomada de consciência dos vereadores de que a população não vai aceitar calada que o corporativismo continue salvando membros do corpo legislativo porque isso é uma indignidade, e não tenho dúvida que a chegada das eleições também faz cada um aqui refletir, e eu tenho dito isto, que quem tentasse salvar Magalhães teria que fazer muita força para ser salvo nas eleições”, avaliou.
Já a presidente Nely Aquino (PRTB) considerou que a cassação do segundo vereador na história do Legislativo – o segundo neste ano e na administração dela – é um momento triste. “É um prejuízo para todos, um constrangimento e uma situação complicada, mas é um momento em que fica comprovado que a mudança que o povo clama lá fora chegou às instituições a partir do momento em que essas decisões são tomadas”, disse.
Por ser a chefe do Legislativo municipal, Nely não votou. “Não voto e não posso interferir na decisão dos parlamentares. Cada vereador votou de acordo com o que acreditava e da forma que avaliou. Não nasci para julgar ninguém, fui chamada para cuidar das pessoas e fazer da cidade um lugar melhor. Sigo firme acreditando que estamos trilhando o caminho certo”, concluiu Nely.
Satisfação de voto pelo Whatsapp
Enquanto acontecia a sessão extraordinária que cassou Wellington Magalhães, o fotógrafo de O TEMPO Fred Magno flagrou o vereador Pedrão do Depósito (Cidadania) trocando mensagens com o ex-prefeito de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, Carlin Moura (PCdoB).
O ex-chefe do Executivo contagense mandou uma mensagem para Pedrão falando que “o pessoal estava com muitas dúvidas”. O parlamentar respondeu ao colega dizendo que estava ouvindo o relatório da Comissão Processante e que “teria que manter o voto pela cassação”. “Bom dia, Carlin, Deus abençoe. Refleti bem, estou ouvindo o parecer. Tenho que manter o voto pela cassação. Só mesmo pra te esclarecer. Abraço”, digitou.
A reportagem procurou Carlin Moura e o questionou sobre quais esclarecimentos foram solicitados ao vereador da capital. “Não tratei com Pedrão sobre Belo Horizonte. Quando falo com ele, é sobre Contagem porque ele é meu vizinho aqui, na região industrial. Ele explicou para o público em geral seu posicionamento. Mais do que normal e, diga-se de passagem, muito acertado”, justificou sobre as mensagens.
Pedrão não havia respondido à reportagem.
Boné Preto |
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