Na semana passada, tivemos na ALMG uma audiência pública que contou com a presença de parlamentares de Goiás para discutir a privatização da Cemig e como a experiência que já ocorreu por lá pode nos ajudar a tomar uma decisão melhor em MG.
Guilherme da Cunha | Hoje em Dia
Agradeço aos deputados goianos pela gentileza de compartilhar suas informações, mas discordo totalmente das conclusões que se apressaram em apresentar, sem conhecer de perto nossa realidade.
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Deputado Estadual Guilherme da Cunha (NOVO-MG) |
Em uma audiência dominada por deputados do partido do ex-governador Pimentel e que teve por convidado, além dos colegas goianos, apenas um representante do SindiEletro, ligado à CUT, a afirmação de que “privatização é ruim” foi aplaudida. Coube a mim, solitário, questionar se o que eles apontam como problemas da privatização de lá é aplicável à realidade daqui, bem como analisar se são de fato problemas da privatização ou se são problemas que vêm da época em que a companhia energética era estatal e que estão sendo corrigidos após a privatização.
Os colegas goianos disseram que a companhia energética local é a que tem os piores índices de qualidade do Brasil e que isso seria prova de que a privatização é ruim. Esqueceram de considerar que ela já era a pior do país antes da privatização e que a qualidade do serviço nos três anos de privatização melhorou 22% em comparação com a média dos três anos anteriores a ela.
Segundo eles, desde que houve a privatização, a tarifa de energia naquele estado subiu 15,31%. Aqui, em Minas, a estatal Cemig elevou a tarifa em 23,19% no mesmo período. Ou seja, o reajuste da estatal foi quase 50% maior que o da empresa privatizada.
O que ninguém disse, mas fiz questão de debater, foi que, desde a privatização, o volume de investimentos da companhia privatizada mais do que dobrou e que, proporcionalmente ao faturamento, ele tem sido mais de quatro vezes superior aos realizados pela Cemig. E investimento em infraestrutura energética é o que Minas mais precisa para destravar o crescimento do Estado e permitir que milhares de novos negócios saiam do papel e se transformem em empregos e renda.
A Cemig precisa investir R$ 21 bi apenas para atender às demandas que já estão na fila e a previsão de investimentos para os próximos quatro anos é de R$ 6 bi. O Estado está falido e não tem condição de injetar os R$15 bi que faltam. Até quando vamos impedir investimentos, novos negócios e empregos no nosso Estado, por questões puramente ideológicas? Até quando vamos assistir o bem-estar dos cidadãos mineiros ser colocado em segundo plano por disputas políticas?
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Polo Azul (Masculina) |
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