Pular para o conteúdo principal

Municípios mineiros assinam convênio para assumir licenciamento

Durante reunião em Arcos, no Centro-Oeste mineiro, gestores municipais se mostraram interessados em assumir atividades que são de competência do Estado


Agência Minas

Os municípios de Arcos, Pains e Córrego Fundo, no Centro-Oeste mineiro, manifestaram interesse em assumir o licenciamento ambiental pleno de suas atividades ambientais. O convênio com o Estado, assinado na Câmara Municipal de Arcos, representa o primeiro passo para que as gestões municipais assumam as atribuições originárias do licenciamento, para realizar as análises de atividades ambientais de impacto local.

Resultado de imagem para secretaria de meio ambiente de minas gerais

A formalização do convênio ocorreu em encontro com presença de dezenas de prefeitos da região. Conforme Lei Complementar 140, de 2011, cabe aos municípios exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos que sejam atribuídos pelos Estados. O município deve também informar quais serão as atividades para as quais exercerão as análises de licenciamento.

As atividades ou empreendimentos que causam ou possam causar impacto ambiental em âmbito local e pelas quais o município pode optar em realizar o licenciamento foram definidas na Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental 213/2017.

A diretora de Apoio à Gestão Municipal da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Cibele Magalhães, explica que essas atividades vão desde atividades minerárias, industriais, atividades de infraestrutura, gerenciamento de resíduos e serviços, atividades agrossilvopastoris, dentre outros, definidos no Anexo I da DN.

“Para licenciar atividades ou empreendimentos de impacto local é preciso que os municípios preencham todos os requisitos necessários, como a criação de órgão ambiental capacitado e de um Conselho de Meio Ambiente, além de montagem de toda a estrutura física e profissional para o exercício das funções”, afirma a diretora.

Para o gestor-executivo da Associação dos Mineradores de Pains, Arcos e Região, Luiz Henrique Silva Rodrigues, ao se assumir o licenciamento das atividades de impacto local, os processos poderão ser analisados com maior celeridade. “Com isso, haverá um incentivo na implantação de indústrias na região, gerando emprego e renda para o município e para a população”, disse.

Durante a reunião, os municípios manifestaram interesse também em assumir atividades que são de competência do Estado. Lavra a céu aberto, barragem de contenção de rejeitos de mineração, usinas hidrelétricas, canalização de curso de água, usina eólica, pilha de rejeito, por exemplo, só serão analisadas pelos municípios por meio de delegação do governo estadual.

“Para que isso ocorra, os municípios deverão passar por toda uma avaliação da estrutura para realizar o licenciamento dessas atividades, por exemplo, possuir uma política municipal de meio ambiente prevista em lei orgânica ou legislação específica, ter um conselho de meio ambiente com representação da sociedade civil, dentre outras definições previstas no Decreto 46.937/2016”, frisa Cibele Magalhães.

Para o secretário-executivo da Semad, Hidelbrando Neto, a municipalização é um grande exemplo de parceria entre o Estado e os municípios. “Com a municipalização, o serviço prestado à população é otimizado. Além de aumentar a eficiência na análise dos processos, os entes municipais são os mais adequados para analisarem e decidirem sobre os aspectos socioambientais de âmbito local”, diz.

Os municípios interessados em assumir as atribuições originárias, por meio da DN 213/2017, devem manifestar interesse expresso e formal junto ao Governo de Minas. Enquanto a cidade não manifesta o interesse, o Estado continua exercendo a competência plena do licenciamento das atividades e empreendimentos. As informações e documentos necessários estão disponíveis neste endereço.

Resultados

Os resultados do processo de municipalização em Minas Gerais foram apresentados também aos vereadores, em reunião geral na Câmara Municipal de Arcos. De acordo com dados da Diretoria de Apoio à Gestão Municipal da Semad, 290 municípios já foram capacitados acerca do processo de adesão ao licenciamento por meio da DN 213 e 106 municípios já foram treinados pelas Superintendências Regionais de Meio Ambiente (Supram) para conhecimento do fluxo do processo de licenciamento.

Outra forma que os municípios têm para aderir ao licenciamento é por meio de consórcios municipais. Em Minas Gerais, diversos municípios aderiram ao licenciamento por meio de três consórcios: o Consórcio Intermunicipal do Vale do Aço (Cinva), o Consórcio de Desenvolvimento Ambiental do Norte de Minas (Codanorte) e o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável do Alto Paranaíba (Cispar), o que representa 48% dos municípios que licenciam. No total, 101 cidades já realizam o licenciamento em Minas Gerais: 92 por competência originária (DN 213) e nove por meio de convênio de Cooperação Administrativa e Técnica com o Estado de Minas Gerais.

Muitas são as vantagens para o município que assume as competências para o licenciamento ambiental, por exemplo, a possibilidade de gerir os empreendimentos do seu território; a arrecadação de recursos por meio de taxas e multas; maior celeridade nos processos de licenciamento; a melhoria da qualidade ambiental e do bem-estar da população; o recebimento e gestão das denúncias ambientais; maior facilidade para execução das ações de fiscalização e um aumento da participação social.

A gestão da municipalização em Minas é um desafio, tendo em vista que Minas Gerais possui 853 municípios, é o 4º estado com maior área territorial do país e o 2º em número de habitantes.

VISEIRA NOVO BRANCA

Viseira Branca

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bancada do NOVO na ALERJ defende reforma tributária do estado

Com apenas 2 deputados estaduais, Chico Bulhões e Alexandre Feitas, o NOVO defende que o estado do Rio de Janeiro passe por uma reforma tributária, além da privatização da CEDAE. Por Quintino Gomes Freire | Diário do Rio Em discurso ontem, 5ª (14/3), o líder do partido, Bulhões, disse “Precisamos fazer estudos para entender onde estão os gargalos, como é que a gente consegue aumentar a competitividade das empresas que querem se instalar no Rio de Janeiro, gerando empregos e renda“. Deputados Estaduais Alexandre Freitas e Chicão Bulhões (NOVO-RJ) Ele elogiou o esforço da Secretaria de Fazenda no combate à sonegação e a corrupção na concessão de incentivos fiscais do estado, mas questionou o foco do governo na ampliação das receitas. Destacando que a crise fiscal também é uma crise de despesas. “Responsabilidade fiscal demanda responsabilidade com despesas. Não é sufocar apenas o contribuinte. É claro que tem que se punir quem está errado, mas também reconhecer que o esta

Deputado quer fazer ‘revogaço’ de leis e burocracia na Assembleia Legislativa de São Paulo (VIDEO)

Você sabia que há uma lei em vigor no Estado de São Paulo, que isenta da cobrança de frete ferroviário o transporte de pombos-correio? Por Fernando Henrique Martins | Gazeta do Povo Parece piada, mas não é. Trata-se da Lei n.º 943 de 1951 , proposta pelo então deputado Antônio Sylvio Cunha Bueno, aprovada por seus pares, e sancionada pelo governador Adhemar de Barros. Deputado Estadual Ricardo Mellão (NOVO-SP) | Reprodução Assim como essa, tantas outras leis sem qualquer utilização prática ou relevância atravancam o sistema de cidades, estados e do País. É exatamente esse o ponto que o deputado estadual Ricardo Mellão (Novo) pretende atacar em sua legislatura. “Temos feito um trabalho que inicia na desburocratização legislativa. Minha equipe levantou 15 mil lei e descobrimos que 73% delas dizem respeito a denominações de viadutos, estradas, além de datas comemorativas, como Dia do Saci, Dia do Tomate. Só sobre o Dia da Uva temos três datas diferentes”, explica o parlame

Maioria dos partidos se identifica como de centro

Vinte siglas se classificam como fora dos extremos no espectro político em meio a um cenário polarizado; apenas uma legenda, o PSL, se considera de direita Vinícius Passarelli e Paulo Beraldo | O Estado de S.Paulo Em meio a um cenário polarizado, mais da metade dos partidos políticos brasileiros se diz de centro, enquanto apenas um - o PSL, até pouco tempo atrás a legenda do presidente Jair Bolsonaro - se considera de direita e sete se colocam como de esquerda. É o que aponta levantamento feito pelo 'Estado' com os 33 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A reportagem questionou as siglas como elas se autodefinem em relação à orientação ideológica. “O PSL é um partido liberal, de direita”, informou a legenda. Partido hegemônico na esquerda do País há pelo menos 30 anos, o PT saiu de sua última convenção nacional, realizada em novembro, como uma agremiação “de esquerda democrática e libertária”. Já outros partidos deram respostas “curiosas” quand