Dados foram apresentados em diagnóstico nesta terça-feira (11). Equipe de transição prometeu que governador deve fazer cortes de benefícios e privilégios e renegociar dívida com União.
Por G1 Minas e MG2 — Belo Horizonte
A equipe de transição do governo Romeu Zema (Novo) afirmou nesta terça-feira (11) que o diagnóstico feito nas contas do estado apontou um déficit de quase R$ 30 bilhões, diferentemente do que foi lançado na Lei Orçamentária Anual (LOA) que apontou R$ 11,4 bilhões de déficit e está sendo votada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Equipe de transição de Romeu Zema (Novo) apresenta valores da dívida de Minas com municípios — Foto: Reprodução/TV Globo |
“O déficit lançado lá na LOA, no orçamento que está sendo votado na Assembleia essa semana é de R$ 11,4 bilhões, mas nós sabemos que ele se aproxima de R$ 30 bilhões, aliás R$ 23,5 bilhões nós já temos certeza absoluta que estão aí para ser limpado pelo próximo governo, enquanto o governo atual finge que esses R$ 12 bilhões de diferença não existem”, disse o coordenador da transição Mateus Simões (Novo).
Segundo o diagnóstico da transição, o maior problema seria o gasto com o pessoal. O diagnóstico fez uma análise das finanças do estado, dos gastos com folha de pessoal e execução de políticas públicas.
O estudo, que começou a ser feito no início do mês passado, apontou que a folha de pagamento representa mais de 80% do orçamento do governo. Entre 2014 e 2017 o gasto com salários de servidores cresceu 36,9%, segundo a transição.
A previdência é considerada hoje o maior problema. Só com os aposentados, a despesa passou de 39% em 2014 para 41% em 2017. No mesmo período, a arrecadação tributária cresceu 23,3%.
A nomeação de 13,6 mil cargos comissionados também chamou atenção da equipe de transição. Eles têm funções de direção, chefia e assessoramento e 23% não são concursados, disse Simões.
O coordenador da transição prometeu que o novo governo vai fazer cortes para tentar ajustar as contas de Minas Gerais, como o corte de benefícios e privilégios – como desativar o Palácio das Mangabeiras e a frota de aviões e helicópteros, e o corte de comissionados –, a renegociação da dívida com a União e a retomada do ambiente de negócios no estado.
“Nós vamos precisar fazer muito corte, precisar fazer muita economia, mas esse corte vai ser bem feito, da forma certa, porque o diagnostico está pronto e entregue ao governador [Romeu Zema]”, afirmou Simões.
O governo do estado informou, em nota, que a situação financeira de Minas Gerais é fruto da insuficiência de receitas diante de despesas obrigatórias, de custeio e manutenção de serviços públicos. Ainda segundo o governo de Fernando Pimentel (PT), o déficit financeiro de mais de R$ 8 bilhões somente não trouxe maiores consequências porque está em vigor no estado o decreto de calamidade financeira, que tem como um dos objetivos assegurar a manutenção dos serviços públicos.
Questionado sobre o déficit que pode chegar a R$ 30 bilhões, a adinistração petista não comentou na nota.
Dívida com municípios
Durante a apresentação do diagnóstico a equipe de Zema também apresentou dados sobre a dívida do governo do estado com os municípios. De acordo com Simões, a dívida no repasse aos municípios é de mais de R$ 7,5 bilhões.
“Vocês estão convidados para fazer entrevista com qualquer prefeito municipal para ele contar para vocês o que que isso está fazendo com as contas públicas municipais. A quantidade de municípios sem pagar 13º salário, uma situação de calamidade. Fechando posto de saúde, fechando hospital, fechando escola mais cedo. E a culpa em grande parte é do estado de Minas Gerais que está se apropriando de receitas municipais”, afirmou.
A maior dívida, segundo a equipe de Romeu Zema, é com Belo Horizonte, R$ 917 milhões; seguida por Uberlândia, no Triângulo, R$ 224 milhões; e Betim R$ 221 milhões.
Chinelo |
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