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Minas Gerais reúne o maior número de fabricantes de cachaça do Brasil

Minas Gerais continua liderando o ranking entre os estados que possuem maior número de estabelecimentos produtores de cachaça.

Por Michelle Valverde | Diário do Comércio

De acordo com o anuário “A Cachaça no Brasil: Dados de registro de Cachaças e Aguardentes”, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Minas Gerais encerrou 2020 com um total de 397 estabelecimentos registrados, mais que o triplo do segundo colocado, São Paulo, que possui 128 unidades.


No ano passado, o número de registros aumentou 5,86% frente a 2019, quando o Estado possuía 375 estabelecimentos produtores de cachaça formalizados.

A alta no número de registros é um avanço positivo para o setor, que enfrenta perdas devido à pandemia e ao fechamento de bares, restaurantes e suspensão de diversos eventos. Em Minas Gerais, o trabalho diferenciado desenvolvido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que vem estimulando a regularização dos estabelecimentos, foi essencial para o crescimento.

O aumento da formalização também foi visto em nível nacional. O número de estabelecimentos produtores de cachaça registrados no Mapa subiu 6,8% em 2020 frente a 2019.

O diretor-executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima, explica que o avanço no número de registros é muito importante para o País e para Minas Gerais, mas que ainda é preciso muito trabalho, fiscalização e valorização da cachaça. A bebida é uma das mais tributadas, o que também interfere na regularização. Apesar do crescimento, o índice de informalidade no País é muito alto, sendo que cerca de 89% dos produtores não estão cadastrados no Ministério.

“O crescimento é muito positivo, visto que o mercado da cachaça, em 2020, apresentou uma queda de volume de mais de 23%. Esse crescimento é resultado de ações positivas. Em Minas, por exemplo, o IMA fez um trabalho importante em algumas regiões para que produtores se formalizassem. Estas ações resultaram em crescimento significativo nas regiões. Ainda é preciso avançar muito para reduzir a informalidade, que é alta e preocupante. É preciso maior fiscalização, mudança cultural e uma carga tributária justa para o setor”, explicou.

No que se refere ao registro de marcas de cachaça, Minas Gerais permanece na liderança com 1.908 marcas de cachaça, ante 1.286 vistas em 2019, um avanço de 48,03%. Já o número de registro de marcas de aguardente em Minas Gerais totalizou 139.

Municípios mineiros

Os municípios mineiros com maior número de estabelecimentos produtores de cachaça registrados são Salinas, com 23 unidades, Alto do Rio Doce, com 9 estabelecimentos, Córrego Fundo (8), Januária (8) e Perdões (6).

Em relação à densidade cachaceira, destacam-se os seguintes municípios mineiros: Córrego Fundo (798), Divinésia (1.141), Alto do Rio Doce (1.207), Bonfim (1.372), Dores do Turvo (1.410) e Brás Pires (1.431).

Conforme o levantamento do Mapa, o município de Alto do Rio Doce teve um aumento de 350% no número de estabelecimentos formalizados no Mapa, destacando-se também na densidade cachaceira. Em Dores do Turvo o incremento foi de 200%. As altas significativas ocorreram devido à ação fiscalizatória exercida pelo IMA. No Estado, o IMA está credenciado junto ao Mapa para o exercício da inspeção e da fiscalização da produção e do comércio de bebidas.

Trabalho do IMA

Para o presidente da Associação Nacional de Produtores de Cachaça de Qualidade (Anpaq), José Otávio de Carvalho Lopes, o aumento dos registros se deve, exclusivamente, ao trabalho do IMA.

“O IMA está fazendo um trabalho muito bom, mas ainda é tímido se considerarmos o número de estabelecimentos clandestinos, que devem ser cerca de 10 vezes mais que os registrados, algo em torno de 4 mil sem registro no Estado. Uma ação importante que deveria ser tomada e reforçada é a fiscalização nos pontos de vendas que ainda comercializam a bebida sem registro”.

Ainda segundo Lopes, outro gargalo que o setor enfrenta é a alta carga tributária, que desestimula a formalização dos estabelecimentos produtores de cachaça. “A tributação é muito alta e, isso, induz à clandestinidade. Além disso, enfrentamos entraves burocráticos e alto custo para a formalização”.

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