Por Magali Simone | Diário do Comércio
A coordenadora do Departamento de Pesquisas Econômicas do IBGE em Minas, Cláudia Pinelli, disse que o crescimento pode ter sido impulsionado pelo Dia das Mães, data em que as pessoas, normalmente, investem na compra dos mais variados tipos de presentes para celebrar a data.
Embora a pesquisa não identifique as regiões mineiras onde houve maior expansão das vendas, os segmentos de maior destaque foram os relacionados ao comércio de móveis, que cresceu 133,8%, de tecidos, vestuários e calçados que registrou aumento de 99,9% e no setor de eletrodomésticos que cresceu 53,2%.
“Como a maioria das pessoas está trabalhando em home office e ficando mais em casa, a tendência foi investir na compra de produtos que pudessem tornar o lar mais confortável. Quando se fala em vestuários e calçados, estamos falando daqueles que permitem maior conforto no lar”, explicou.
Os consumidores também investiram mais na compra de material de construção que avançou 33,7% “Também notamos o aumento da compra de livros, jornais e artigos de papelaria”, informou.
Mas com o avanço da vacinação e o gradativo retorno às atividades presenciais, ainda conforme Cláudia, também observou-se o aquecimento nas vendas de veículos, de motocicletas , de peças e acessórios voltados a este setor. As vendas deste segmento cresceram 97,9%.
Pré-pandemia
Os resultados positivos mensurados pela pesquisa do IBGE, segundo Cláudia, mostram que boa parte do comércio varejista já atingiu o nível de vendas pré-pandemia.
Na avaliação da coordenadora do IBGE, este fato se deu pela rapidez na adaptação do comércio ao período de isolamento social
“Muitas empresas se adaptaram ao e-commerce, mudaram seu foco, investindo em artigos voltados ao conforto no ambiente doméstico”, avaliou.
Inflação
Mas o crescimento do comércio foi segmentado. De acordo com Cláudia, a inflação afetou alguns setores mais que outros. O comércio supermercadista, ainda conforme a coordenadora, sofreu pequena retração em maio, causada pela inflação dos produtos alimentícios.
“Os consumidores estão substituindo alguns alimentos por aqueles que cabem no orçamento familiar”, afirmou. As vendas no mercado de moda, de roupas e acessórios para festas, também não cresceram no mesmo ritmo dos segmentos que lideraram o aumento das vendas no Estado.
“Mas com a permissão da realização de eventos, como está acontecendo em Belo Horizonte, é esperado que este setor e o voltado ao fornecimento de alimentos para essas celebrações voltem a crescer”, afirmou.
Variações
Em comparação a maio de 2020, a variação das vendas do comércio varejista em Minas Gerais foi de 11,3%, ficando abaixo da média nacional (16%). Mas quanto à participação da composição da taxa de varejo, levando-se em conta o mesmo período, o índice registrado em Minas Gerais foi o terceiro maior em todo o País.
Ainda de acordo com os dados da pesquisa, o Estado só ficou atrás de São Paulo que cresceu (19,0%) e do Rio de Janeiro que registrou aumento de (17,4%).
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