Pedro Duarte (NOVO-RJ) | Vereador no Rio de Janeiro
Durante as discussões de revisão do Plano Diretor, lei responsável por ordenar a cidade, esses temas estão na boca de todo mundo - planejadores, urbanistas, geógrafos, políticos, sociedade - mas quase nunca seu significado é explicado. Por isso, hoje trago um dicionário para esclarecer de uma vez por todas o que representam estes dois termos que muito uso.
Espraiamento, da forma mais simples possível, é como chamamos a consequência de ações que causam a expansão das cidades e a migração da população para estes locais mais afastados, muitas vezes ocupando áreas de fragilidade ambiental. Na prática, isso aumenta o uso de carros para deslocamento, lotando vias e contribuindo para gerar congestionamentos, e afasta as pessoas dos principais centros de trabalho, estudo, lazer e saúde. Quanto mais espraiada uma cidade, mais o poder público precisa investir recursos para levar transporte, pavimentação, saneamento, energia e espaços públicos de lazer até essas áreas - o que não acontece de forma eficiente, como sabemos, pois os gastos necessários são maiores que os recursos arrecadados. O espraiamento do Rio rumo à Zona Oeste, por exemplo, sem ser possível o acompanhamento da infraestrutura necessária, é um fenômeno que gera inúmeros problemas rotineiros aos moradores.
O adensamento, por sua vez é o contrário do espraiamento, e tem haver com um modelo urbano conhecido como 'cidade compacta', onde se busca concentrar o maior número possível de moradias dentro dos lugares que já possuem boa infraestrutura. Isso pode ser feito possibilitando que prédios mais altos e apartamentos com áreas menores sejam construídos em algumas regiões, especialmente as próximas a corredores de transporte de massa, e também, que se promova o reaproveitamento de áreas subutilizadas da cidade para construir mais habitações. A cidade compacta, além de possibilitar que as pessoas possam trabalhar e satisfazer suas necessidades dentro de tempos curtos de trajeto, também contribui para a preservação do meio ambiente, evitando o aumento de emissões de carbono e a ocupação urbana de áreas com fragilidade ambiental. Aqui no Rio, vemos a Zona Norte como uma região com grande potencial de adensamento e verticalização, por estar próxima do centro e ser bem servida por transporte público. O próprio centro expandido também pode ser adensado, através da requalificação de antigos prédios industriais e comerciais, vazios, convertendo-os para uso misto: moradia, comércio e serviços.
E aí, os significados ficaram mais claros? Qual outro termo de urbanismo você gostaria de entender melhor? Deixe nos comentários!
Nenhum comentário:
Postar um comentário