Por Pedro Duarte | Diário do Rio
Conseguimos uma grande vitória no fim do mês passado com a aceitação de nosso Mandado de Segurança pedindo a suspensão da nomeação de 3 conselheiros do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCMRJ), David Carlos, Bruno Maia e Thiago K. Ribeiro. Decisão depois confirmada pela 2ª Câmara Cível da Justiça do Rio de Janeiro.
Conseguimos uma grande vitória no fim do mês passado com a aceitação de nosso Mandado de Segurança pedindo a suspensão da nomeação de 3 conselheiros do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCMRJ), David Carlos, Bruno Maia e Thiago K. Ribeiro. Decisão depois confirmada pela 2ª Câmara Cível da Justiça do Rio de Janeiro.
A decisão da Justiça do Rio põe luz sobre uma questão ainda maior: o ato de indicar conselheiros para o Tribunal de Contas.
Antes de tudo, gostaria de esclarecer o que faz um Tribunal de Contas. Em síntese, ele é responsável por analisar e recomendar, ou não, a aprovação das contas da prefeitura pela Câmara Municipal. O Tribunal também realiza auditorias em diversos temas de relevância para a Cidade como gestão fiscal, uso dos recursos para saúde, educação, na realização de obras etc. Trabalha com um total de sete conselheiros com cargos vitalícios, e nos últimos meses 3 vagas foram abertas. Uma de indicação dos procuradores, por lista tríplice, e duas por livre escolha: uma pela Câmara de Vereadores e outra pelo Prefeito.
Os três nomes causaram polêmica desde o início. Indicado pelo prefeito do Rio, David Carlos, chefe de gabinete de Paes, não tem curso superior. Thiago K Ribeiro, indicado pela Câmara de Vereadores, é vereador pelo Democratas e na época era líder do governo Paes na Câmara. Já Bruno Maia, procurador do TCM desde 2019, ainda estava em seu período de estágio probatório.
Percebe o problema? Estamos falando de cargos vitalícios que existem para analisar contas da Prefeitura e fiscalizar de perto licitações e o adequado uso dos recursos públicos pelo município, escolhidos por panelinha política.
O indicado para cada uma dessas vagas deveria ser uma pessoa de reconhecida idoneidade moral e notórios conhecimentos jurídicos, econômicos, financeiros ou de administração pública. Mas, pra variar, a realidade é diferente. Com exceção da lista tríplice, o indicado é sempre alguém ligado ao atual governo, um assessor e um vereador. Muitas vezes, a indicação é vista como “prêmio” para políticos aposentados por “serviços prestados”. É um grande perigo o Tribunal ficar na mão de apadrinhados.
O Rio precisa abrir um novo capítulo em sua história. O Tribunal é lugar de gente técnica, qualificada e, principalmente, independente.
Fui o único a votar contra todos os três indicados. Não há radicalismo algum em entender que a não independência de um Tribunal contribui para o atraso de uma cidade inteira.
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