Diário do Comércio
De olho neste filão, o Grupo Uai e a Fundação Doimo implantarão em Belo Horizonte e região metropolitana cerca de cinco mercados onde os pequenos agricultores poderão comercializar a produção sem atravessadores, que, via de regra, ficam com a maior parte do lucro.
A ideia é fazer com que a mercadoria saia das mãos de quem produz e chegue às mãos de quem consome, empoderando o pequeno produtor rural. Quem garante é o presidente da Fundação Doimo, Elias Tergilene, idealizador do Mercado de Origem que terá um aporte de R$ 115 milhões. O projeto contará com unidades na zona sul de BH, nos bairros Padre Eustáquio, Santa Tereza e Venda Nova, além de Ribeirão das Neves, na região metropolitana.
A ideia do Mercado de Origem vem sendo comemorada por vários produtores rurais como Joel Urias Leite, da Queijaria Senzala. Seu laticínio de queijos vem de família. Seus avós, o casal Abelardo Leite e Bárbara Cândida de Mendonça, se mudaram da Serra da Canastra para a Fazenda Caxambu, em Sacramento, região queijeira de Araxá, no Triângulo Mineiro, e levaram a receita do queijo.
Ao longo de cinco gerações, a família Leite vem aprimorando a produção do Queijo Araxá. E deu tão certo que, em 2017, os produtos de Joel ganharam as medalhas de Ouro e Super Ouro no concurso Mondial du Fromage, no Salão do Queijo de Tours, na França, competindo entre 700 produtos de 20 países diferentes.
Apesar de o queijo artesanal, de leite cru, ser muito conhecido e valorizado, Joel Leite afirma que os produtores sofrem muitos entraves como a grande burocracia do governo, a legislação e, principalmente, a falta de apoio ao pequeno produtor que, às vezes, se sente incapacitado de atender às normas sanitárias.
“Fabricamos um alimento natural e muito nutritivo que precisa chegar à mesa de todos. E o Mercado de Origem vai nos proporcionar a melhoria na comercialização e na venda direta ao consumidor. O produtor rural merece um apoio de um projeto que reúna, em conjunto, os pequenos negócios que não possuem condições e estrutura de mostrarem sozinhos seus produtos nos grandes centros urbanos. O Mercado de Origem é sinal de um futuro promissor para todos nós. A expectativa é de crescimento e de melhoria na comercialização dos nossos produtos. E, assim, mais e mais pequenos produtores da agricultura familiar vão poder acompanhar o projeto e mostrar seu valor”, aponta o queijeiro premiado.
Expansão
Projeto garantirá geração de emprego e renda
Em Minas Gerais, o potencial da agricultura familiar pode ser medido pela expressiva quantidade de estabelecimentos rurais existentes: 77% estão ocupados por agricultores familiares, o que representa 383 mil propriedades rurais, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. E implantar o sistema de distribuição direta da produção garantirá uma melhor margem de lucro para o pequeno produtor que poderá receber pelo menos 50% do valor da sua mercadoria.
“Hoje, de cada R$ 100 vendidos nos supermercados, os pequenos produtores ficam apenas com R$ 14 do valor total bruto comercializado. Mudar essa política de preços na cadeia produtiva faz parte do projeto do Mercado de Origem que já conseguiu resolver a questão de logística e da armazenagem da produção. E essa nova política também beneficiará o consumidor final que contará com preços mais baixos”, ressalta presidente da Fundação Doimo, Elias Tergilene.
Nos Mercados de Origem serão instalados 4 mil pontos de vendas, sendo mil no Mercado de Origem da zona sul, que vem sendo construído no bairro Olhos D’Água e será inaugurado no segundo semestre de 2021; 800 em Santa Tereza e 400 no bairro Padre Eustáquio, nos mercados já existentes e revitalizados pela Fundação; 500 em Venda Nova no Shopping O Ponto que terá uma área de 8 mil metros quadrados e cerca de 1.500 na unidade de Ribeirão das Neves, no espaço que será construído na entrada da cidade. “Se cada empreendedor contratar uma pessoa, serão gerados diretamente quatro mil empregos nos cinco mercados. No campo este número poderá ser multiplicado por 10”, comemora Tergilene.
Para os empreendedores rurais que possuem uma produção sazonal, o Mercado de Origem oferecerá um andar só de feiras. Ele pagará apenas 10% da renda arrecada. Mas, caso não venda, não pagará nada. O espaço poderá ser alugado temporariamente ou não. “Será o Ceasa do pequeno empreendedor. Geralmente os pequenos não têm lugar para vender seus produtos como ovos, biscoitos, geleias, e acabam caindo nas mãos de intermediários que ficam com a maior parte do lucro. Vamos valorizar o pequeno e microempreendedor rural, o homem do campo, já que todas as ações sempre valorizaram o empreendedor urbano, da cidade. Será uma loja conectada com o campo”, diz.
Além disso, o espaço de feiras dos Mercado de Origem contempla artesãos mineiros de várias localidades de Minas Gerais, inclusive do Vale do Jequitinhonha. “É a capital gerando muito emprego e renda no campo”.
Revitalização imobiliária
O Mercado de Origem, que terá aporte de R$ 115 milhões, contará com cinco unidades | Crédito: Divulgação/Grupo Uai/Fundação Doimo |
A ideia é fazer com que a mercadoria saia das mãos de quem produz e chegue às mãos de quem consome, empoderando o pequeno produtor rural. Quem garante é o presidente da Fundação Doimo, Elias Tergilene, idealizador do Mercado de Origem que terá um aporte de R$ 115 milhões. O projeto contará com unidades na zona sul de BH, nos bairros Padre Eustáquio, Santa Tereza e Venda Nova, além de Ribeirão das Neves, na região metropolitana.
A ideia do Mercado de Origem vem sendo comemorada por vários produtores rurais como Joel Urias Leite, da Queijaria Senzala. Seu laticínio de queijos vem de família. Seus avós, o casal Abelardo Leite e Bárbara Cândida de Mendonça, se mudaram da Serra da Canastra para a Fazenda Caxambu, em Sacramento, região queijeira de Araxá, no Triângulo Mineiro, e levaram a receita do queijo.
Ao longo de cinco gerações, a família Leite vem aprimorando a produção do Queijo Araxá. E deu tão certo que, em 2017, os produtos de Joel ganharam as medalhas de Ouro e Super Ouro no concurso Mondial du Fromage, no Salão do Queijo de Tours, na França, competindo entre 700 produtos de 20 países diferentes.
Apesar de o queijo artesanal, de leite cru, ser muito conhecido e valorizado, Joel Leite afirma que os produtores sofrem muitos entraves como a grande burocracia do governo, a legislação e, principalmente, a falta de apoio ao pequeno produtor que, às vezes, se sente incapacitado de atender às normas sanitárias.
“Fabricamos um alimento natural e muito nutritivo que precisa chegar à mesa de todos. E o Mercado de Origem vai nos proporcionar a melhoria na comercialização e na venda direta ao consumidor. O produtor rural merece um apoio de um projeto que reúna, em conjunto, os pequenos negócios que não possuem condições e estrutura de mostrarem sozinhos seus produtos nos grandes centros urbanos. O Mercado de Origem é sinal de um futuro promissor para todos nós. A expectativa é de crescimento e de melhoria na comercialização dos nossos produtos. E, assim, mais e mais pequenos produtores da agricultura familiar vão poder acompanhar o projeto e mostrar seu valor”, aponta o queijeiro premiado.
Expansão
A produção artesanal da Queijaria Senzala sempre envolveu uma equipe familiar, formada por cinco integrantes. Mas, após a participação no concurso francês, o reconhecimento e a fama impulsionaram as vendas. A empresa precisou ampliar a produção e comercialização, contratando 12 novos funcionários.
Com a pandemia provocada pelo novo coronavírus, Joel Leite garante que a comercialização na zona rural não foi muito afetada. O impacto foi sentido apenas nos comércios que revendem os produtos e que tiveram que fechar suas portas após os decretos de várias prefeituras, como aconteceu na capital mineira. “Comercializamos os produtos pela internet, mas uma quantidade mínima. Portanto não foi uma queda substancial na produção”, afirma.
Os números expressivos da agricultura familiar também aparecem no processamento de produtos lácteos (queijos artesanais, queijo minas frescal, muçarela, ricota, manteiga, doce de leite e requeijão). Minas Gerais possui 8.084 agroindústrias familiares individuais e 31 agroindústrias familiares coletivas, cuja produção totaliza 35 mil toneladas de derivados de leite produzidas por ano. A atividade, segundo o Sistema Safra Agrícola da Emater-MG, está a cargo de 215.348 agricultores familiares, representando 83,98% do contingente de 256.438 produtores envolvidos com a atividade leiteira em Minas.
Com a pandemia provocada pelo novo coronavírus, Joel Leite garante que a comercialização na zona rural não foi muito afetada. O impacto foi sentido apenas nos comércios que revendem os produtos e que tiveram que fechar suas portas após os decretos de várias prefeituras, como aconteceu na capital mineira. “Comercializamos os produtos pela internet, mas uma quantidade mínima. Portanto não foi uma queda substancial na produção”, afirma.
Os números expressivos da agricultura familiar também aparecem no processamento de produtos lácteos (queijos artesanais, queijo minas frescal, muçarela, ricota, manteiga, doce de leite e requeijão). Minas Gerais possui 8.084 agroindústrias familiares individuais e 31 agroindústrias familiares coletivas, cuja produção totaliza 35 mil toneladas de derivados de leite produzidas por ano. A atividade, segundo o Sistema Safra Agrícola da Emater-MG, está a cargo de 215.348 agricultores familiares, representando 83,98% do contingente de 256.438 produtores envolvidos com a atividade leiteira em Minas.
Projeto garantirá geração de emprego e renda
Em Minas Gerais, o potencial da agricultura familiar pode ser medido pela expressiva quantidade de estabelecimentos rurais existentes: 77% estão ocupados por agricultores familiares, o que representa 383 mil propriedades rurais, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. E implantar o sistema de distribuição direta da produção garantirá uma melhor margem de lucro para o pequeno produtor que poderá receber pelo menos 50% do valor da sua mercadoria.
“Hoje, de cada R$ 100 vendidos nos supermercados, os pequenos produtores ficam apenas com R$ 14 do valor total bruto comercializado. Mudar essa política de preços na cadeia produtiva faz parte do projeto do Mercado de Origem que já conseguiu resolver a questão de logística e da armazenagem da produção. E essa nova política também beneficiará o consumidor final que contará com preços mais baixos”, ressalta presidente da Fundação Doimo, Elias Tergilene.
Nos Mercados de Origem serão instalados 4 mil pontos de vendas, sendo mil no Mercado de Origem da zona sul, que vem sendo construído no bairro Olhos D’Água e será inaugurado no segundo semestre de 2021; 800 em Santa Tereza e 400 no bairro Padre Eustáquio, nos mercados já existentes e revitalizados pela Fundação; 500 em Venda Nova no Shopping O Ponto que terá uma área de 8 mil metros quadrados e cerca de 1.500 na unidade de Ribeirão das Neves, no espaço que será construído na entrada da cidade. “Se cada empreendedor contratar uma pessoa, serão gerados diretamente quatro mil empregos nos cinco mercados. No campo este número poderá ser multiplicado por 10”, comemora Tergilene.
Para os empreendedores rurais que possuem uma produção sazonal, o Mercado de Origem oferecerá um andar só de feiras. Ele pagará apenas 10% da renda arrecada. Mas, caso não venda, não pagará nada. O espaço poderá ser alugado temporariamente ou não. “Será o Ceasa do pequeno empreendedor. Geralmente os pequenos não têm lugar para vender seus produtos como ovos, biscoitos, geleias, e acabam caindo nas mãos de intermediários que ficam com a maior parte do lucro. Vamos valorizar o pequeno e microempreendedor rural, o homem do campo, já que todas as ações sempre valorizaram o empreendedor urbano, da cidade. Será uma loja conectada com o campo”, diz.
Além disso, o espaço de feiras dos Mercado de Origem contempla artesãos mineiros de várias localidades de Minas Gerais, inclusive do Vale do Jequitinhonha. “É a capital gerando muito emprego e renda no campo”.
Revitalização imobiliária
O Grupo Uai e a Fundação Doimo atuam também na revitalização e restauração de patrimônios abandonados nas capitais. Após recuperado, o imóvel é transformado em um espaço para instalação de novos empreendimentos como por exemplo, feiras, mercados e shoppings populares.
Além de contribuir neste processo de retrofit, na recuperação de imóveis que, na sua maioria encontra-se super degradado, o projeto gera emprego e renda para a construção civil. “Por outro lado, a arquitetura e o patrimônio das cidades beneficiadas ficarão preservados e valorizados”, garante Tergilene.
Com o projeto Origem, a Fundação Doimo e o Grupo Uai querem contribuir para incrementar o turismo interno e externo na capital mineira. “Somos parceiros do desenvolvimento econômico e social, tanto na área urbana quanto na rural. Oferecemos as melhores condições de vida para o cidadão e também a oportunidade de vivenciar o turismo e conhecer a cultura do País”, afirma o presidente da entidade.
Além de contribuir neste processo de retrofit, na recuperação de imóveis que, na sua maioria encontra-se super degradado, o projeto gera emprego e renda para a construção civil. “Por outro lado, a arquitetura e o patrimônio das cidades beneficiadas ficarão preservados e valorizados”, garante Tergilene.
Com o projeto Origem, a Fundação Doimo e o Grupo Uai querem contribuir para incrementar o turismo interno e externo na capital mineira. “Somos parceiros do desenvolvimento econômico e social, tanto na área urbana quanto na rural. Oferecemos as melhores condições de vida para o cidadão e também a oportunidade de vivenciar o turismo e conhecer a cultura do País”, afirma o presidente da entidade.
Avental |
Avental foi feito na Escola de Moda, um projeto da AAMAE que atende mais de mil famílias e crianças de comunidades carentes de Suzano, SP. Muitas destas crianças, inclusive, vítimas de abusos e violências. Além do acolhimento, da alimentação e de dinâmicas educacionais, a AAMAE desenvolve também um programa de suporte ao empreendedorismos para as famílias.
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