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Vereador mais votado de Santa Catarina é de Joinville e será o primeiro cadeirante na Câmara da cidade

Esta foi a segunda eleição que ele concorreu para vereador

Por Cláudia Morriesen | NSC Total

Alisson Julio, 32 anos, era um candidato improvável para ocupar o espaço de vereador mais votado de Santa Catarina em 2020. Não por suas habilidades políticas, mas pelo fato de que, quando nasceu, os médicos não acreditaram que chegaria aos dois anos de idade. Diagnosticado com Amiotrofia Muscular Espinhal (AME) — doença genética que ficou conhecida no Brasil em 2017 depois da criação de um medicamento milionário que prometia aliviar os sintomas da doença — ele brigou com a morte várias vezes. 

Alisson tem 32 anos, é analista de sistemas e é o segundo vereador mais votado na história de Joinville(Foto: Leonardo Julio/ Divulgação)

Desde os sete anos, usa cadeira de rodas, e chegou a ser recusado por escolas no início da vida escolar, que indicavam aos pais que deveriam procurar a AACD, mesmo que ele não tenha nenhum tipo de deficiência intelectual. Há cerca de seis anos, a experiência de ser uma pessoa com deficiência física o incentivou a arriscar entrar na política.

No último domingo, conquistou 9.574 votos, a segunda maior votação para um vereador da história de Joinville, e a maior do Estado neste ano. Foi a terceira vez em que concorreu a um cargo político: na primeira, em 2016, não chegou a tirar férias do trabalho em uma empresa de tecnologia de Joinville — é formado em Sistemas de Informação pela Udesc — para fazer a campanha nem a investir em muita propaganda. Mesmo assim, alcançou 1.724 votos. Em 2018, já decidido a ingressar na política, tentou a eleição para deputado estadual, e conquistou 10.621 votos — destes, 8.888 eram de joinvilenses.

— Comecei a atuar como palestrante em 2014 e, quando contava a minha história e tudo o que superei, as pessoas começaram a me encorajar a me candidatar. Diziam: "a política precisa de alguém como você". Eu sempre gostei de política, mas não pensava nisso antes justamente porque não temos bons exemplos — explica ele.

Depois do resultado da primeira campanha, Alisson decidiu que, para ser um bom político, era necessário estudar. Fez parte da primeira turma formada pelo RenovaBR, escola de formação política que prega a renovação dos partidos e dos gestores públicos; participou de capacitações dentro do seu partido, o NOVO; e ingressou no Movimento Acredito, que tem perfil semelhante ao do RenovaBR.

— Também li e estudei muito em casa. Comecei a entender que o problema não é a política, mas as pessoas que estão lá agora. Muitos vereadores, inclusive na atual legislatura em Joinville, não entendem o funcionamento deste cargo, muitas vezes nem sabem direito qual é a função de um vereador e prometem coisas que não competem a eles — analisa.

Foco na fiscalização


Aluno de escola pública durante todo o Ensino Fundamental, em uma época em que as leis de acessibilidade eram desatualizadas e pouco fiscalizadas, ele conta que a primeira vez em que usou o elevador da escola municipal onde estudou foi quando, já adulto, voltou ao local para votar. Ainda que as lembranças da Escola Municipal Prof. Osvaldo Cabral, na zona Sul de Joinville, sejam boas, ele tem agora como uma de suas prioridades atuar na fiscalização da legislação.

— Não acho que seja necessário criar mais leis. No meu tempo não tinha LBI, não tinha professor assistente. Agora temos legislação federal, estadual e municipal, mas precisamos fazer com que sejam cumpridas.

Entre as questões de políticas públicas com as quais Alisson terá que lidar a partir de 2021, uma delas é a acessibilidade da própria Câmara de Joinville. Ainda que seja uma construção nova — foi inaugurada em — ela não é dentro das normas.

— Naquelas rampas, só subo porque minha cadeira é motorizada. E no plenário, o púlpito, por exemplo, é para uma pessoa falar em pé — destaca.

Por enquanto, no entanto, o foco será a formação da equipe. Seguindo o roteiro do partido — com o qual firmou compromissos como concluir a candidatura, ou seja, não aceitar outros cargos na prefeitura nem se candidatar nas eleições de 2022 — ele abrirá um processo seletivo para contratar seus assessores. A ideia, a princípio, é formá-la com quatro profissionais: um chefe de gabinete, um no setor jurídico, outro no contábil e um que fique responsável pelo secretariado geral e da agenda dele.

— Qualquer um pode se candidatar. Escolherei as pessoas mais qualificadas, independentemente da posição partidária — avisa.

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