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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Juliana Benício: ‘Eu acredito numa Niterói melhor’ (VIDEO)

Quinta entrevistada da série ao vivo promovida pelo jornal A TRIBUNA com os candidatos a prefeito de Niterói, Juliana Benicio (Novo) diz ter entrado para a política por querer um mundo melhor, depois de anos participando de ações beneficentes e percebendo que as carências sociais continuavam as mesmas. 

Camila Galeano | A Tribuna

Doutora em Engenharia de Produção com mestrado em Economia, licenciatura em Matemática e especialização em Gestão Educacional, a niteroiense de 42 anos, casada e com quatro filhos, acredita que a eleição municipal é mais importante do que a presidencial, uma vez que a Prefeitura cuida da educação de base, da saúde preventiva, da ocupação do solo, da organização urbana e da segurança. Ela se orgulha de seu partido não usar fundo partidário e prezar, na seleção de seus filiados, por valores e princípios. Confira a sabatina transmitida na noite de ontem (22) pelo Facebook “A Tribuna RJ”.


A TRIBUNA – O Novo não conseguiu completar o número máximo de 32 candidaturas a vereador nem se coligou a outro partido. Dá para vencer a eleição em um cenário onde há muito mais concorrentes pedindo votos nas ruas?

Juliana Benicio –
Todas as escolhas do Novo prejudicam a competitividade, mas que alinham a caminhada do partido dentro da moralidade. O partido poderia ter lançado 32 candidatos a vereador, já que 45 filiados se inscreveram, mas só 15 deles passaram pelo processo seletivo porque demonstraram capacidade de oferecer um mandato de excelência à sociedade, com competência e ficha limpa. A reprovação de 30 dos inscritos é porque chegaram despreparados. O Novo opta por qualidade e não quantidade. Assim estamos construindo nossa história, com um passo de cada vez, sem crescer do dia para a noite, e defendendo que os fins não justificam os meios.

AT – Na noite da última quarta-feira (21), o Conselho de Ética do partido Novo de São Paulo expulsou Felipe Sabará, que concorreria à Prefeitura paulistana, alegando inconsistências em seu currículo. Como não existe candidatura avulsa no Brasil, ele não conseguirá mais concorrer este ano. Você concorda com essa atitude do partido às vésperas da eleição?

Juliana Benicio –
Confio no meu partido. No processo seletivo somos avaliados em nossa coerência, capacidade de se expressar, de conseguir defender nossas ideias. É necessário ser mais do que político. Mas, todo processo seletivo tem falhas, assim como na iniciativa privada. Quantas vezes como chefe selecionei pessoas que não foram adequadas. Cabe dar um passo para trás e corrigir o erro. O candidato venceu todas as etapas, mas quando começou a campanha se percebeu que não representava os valores do partido.

AT – Em uma das suas entrevistas você disse que a arrecadação do município não é por conta de uma economia virtuosa e sim pelos royalties de petróleo. Caso haja a redistribuição de repasses ensejada pelo STF, como pretende lidar com uma possível redução de verbas para Niterói?

Juliana Benicio –
Minha candidatura é ainda mais pertinente nesse sentido, pois é necessário alguém que saiba gerir recursos com eficiência e priorizar os gastos. Hoje nossa receita com royalties representa 40% da arrecadação, algo muito grande. A economia de Niterói foi sucateada nos últimos oito anos. Sete anos antes da pandemia, perdemos 22 mil empregos. Nos últimos quatro anos, fomos o quarto município do estado que mais perdeu postos de trabalho. Isso é muito grave. Somos uma cidade que vem se sustentando à base de royalties. Havia um deficit orçamentário que sobe em 2014 quando entram os royalties e gera um superavit. Não acredito que percamos tanto desses recursos, e sim que haja um acordo. Mas, se acontecer, é preciso alguém com experiência em gestão, saiba lidar com pessoas e foque na entrega de serviços de qualidade à população, e não voltado para o capital político. Esse DNA tá errado. A missão dessa atual gestão é capital político. A motivação atual de quem está no poder é ganhar voto. Tudo é montado para redutos eleitorais. Se perdermos royalties, precisaremos de alguém capaz ou então a população ficará totalmente desassistida em um município quebrado.

AT – Existe uma outra fonte de recursos municipal que não é tão grande quanto os royalties, porém é alta e alvo de reclamações dos moradores, que é o IPTU. Como se consegue solucionar isso?

Juliana Benicio –
O IPTU pesa muito no bolso do morador, mas hoje não tem grande representação na verba do município. Vergonhoso termos chegado a esse patamar. Chegamos em 2018 sendo uma das cidades mais violentas do estado do Rio, com mobilidade urbana horrível, mal zelada e tendo royalties e ainda cobrando um IPTU caríssimo. Ou seja, nem sendo arrecadadores do benefício do petróleo conseguimos repassar isso em benefício ao cidadão. No que tange ao IPTU, defendo que devemos antes fazer uma auditoria porque tem gente pagando muito e outros pagando pouco. Quando aumentamos os impostos, arrecadamos menos, porque criamos maior informalidade em uma classe trabalhadora que não consegue empreender e abrir seu próprio negócio. Será preciso nivelar e fazer justiça quanto aos pagadores de impostos e a partir disso criar o IPTU verde para uma cidade mais sustentável. Hoje a CLIN faz muito marketing de seus projetos em coleta seletiva e outros, mas sabemos que eles são pequenos perto do que uma cidade moderna precisa. Faremos uma coleta seletiva em massa com desconto de IPTU elencado à qualidade de vida da população.

AT – Qual projeto tem para os moradores de rua?

Juliana Benicio –
Hoje a Assistência Social de Niterói é praticamente o cadastro do bolsa-família e algumas atuações pontuais. Não vou desmerecer todos os profissionais do setor, porque tem gente vocacionada no meio, mas a forma como a Secretaria está sendo gerida não oferece o amparo que os moradores de rua precisam. Eles são retirados pela Guarda Municipal de modo totalmente inadequado. A Guarda é para atuar como apoio, e isso é desvio de função. A Assistência Social leva para alojamentos, que são até bem cuidados, mas não há o amparo adequado. Muitas dessas pessoas estão com uma doença mental profunda. É preciso colocar os moradores de rua em processos de tratamento e reinserção no mercado de trabalho, com retorno à rotina e resgate da autoestima. Meu plano é tratar cada caso individualmente em um processo diferente de tratamento.

AT – Qual sua proposta para o meio ambiente em Niterói?

Juliana Benicio –
Temos alguns pontos críticos na cidade, como a ocupação irregular nos últimos 30 anos sem controle. É preciso estancar imediatamente a ocupação das encostas. Não se urbaniza comunidades por meio de concreto, pois traz pouca permeabilidade ao solo e mais enchentes. Meu plano é desafogar algumas comunidades e reflorestar os clarões abertos. Outro problema está no sistema lagunar. É um crime o que se faz com as lagoas e a maneira como se despeja esgoto de forma descarada, fingindo que nada está acontecendo. É uma negligência criminosa não fiscalizar a empresa concessionária do serviço de água e esgoto. Defendo manilhar o sistema lagunar inteiro para estancar o despejo de esgoto. Depois, vendo como se revigorará o bioma, começaremos a viabilizar a dragagem da lagoa e o cuidado das encostas com plantas específicas para tratar o sistema natural. Outro ponto são as ligações irregulares, cuja culpa a concessionária joga no cidadão, quando deveria fiscalizar. Isso acontece porque a empresa não tem capacidade pra tratar tanto volume. Tentaremos restabelecer as nascentes e os córregos de água pluvial.

AT – Você pretende reduzir o número de secretarias municipais? Para quantas?

Juliana Benicio –
Se tem uma coisa que me impressiona é como um prefeito consegue gerir de forma eficiente 60 subordinados. Esse é quase o número de secretarias municipais e autarquias. Reduziremos para 15 secretarias e seis administrações indiretas. Isso não será só com o enxugamento da estrutura organizacional. Proponho extinguir a Neltur e a Emusa, hoje cabides de emprego e organismos acessórios. A partir dessa reestruturação, reduziremos o número de comissionados, que hoje são seis mil em Niterói. E iremos também informatizar o governo.

AT – Por que o cidadão reclama que demora tanto para realizar exames na rede pública de saúde?

Juliana Benicio –
Minha grande motivação no início era a educação porque venho dela e percebia como era ruim, mas me dei conta do problema real das pessoas está mais próximo da falta de valorização à humanidade. Hoje um cidadão sai do médico de família com uma indicação para gastroenterologia e leva quase dois anos para agendar, pois não existe informatização nem integração, porque na bagunça se fura fila, então criam-se dificuldades para vender facilidade. Quem perde é o cidadão. Conheço pessoa que não consegue tirar a sonda há três anos nem acompanhar a tal fila pois não está acessível. Muitos órgãos federais como Inca e Into já tem fila transparente. Esse é o mínimo para entregar ao cidadão. Reaparelhar, botar gente competente e implementar o prontuário eletrônico são minhas propostas.

AT – A crise trazida com a pandemia gerou ao município muitas empresas fechadas e pessoas desempregadas. Como reaquecer a economia e gerar empregos?

Juliana Benicio –
Minha candidatura é ainda mais pertinente, porque será preciso alguém que saiba gerenciar. Durante oito anos a economia foi sucateada. Perdemos 22 mil empregos antes da pandemia. Fomos o quarto município que mais perdeu postos de trabalho no estado sendo uma cidade que se sustenta de royalties. Se realmente se consolidar essa redução, o que eu não acredito, será preciso alguém com experiência de gestão. A missão do atual governo é ganhar voto. Tudo é montado para que haja redutos eleitorais. Niterói foi o segundo lugar entre os 92 municípios fluminenses a perder maior postos de trabalho. Isso não é normal: é fruto da desordem urbana, da forma assistencialista da administração atual e da seleção do ente público privilegiando o contato e não a competência. O Gabinete de Crise é lindo e está todo dia on-line, mas os comerciantes afirmam que não são atendidos. Muitos restaurantes não reabriram por insegurança quanto aos protocolos e à fiscalização, como seria feita, se predatória como a vida inteira. Defendo reduzir a alíquota mínima de ISS a 2% por cento. Quando se reduz imposto se aumenta a arrecadação porque se gera um ambiente virtuoso. A indústria naval também é muito importante e está cedendo há muito tempo, precisando de uma dragagem que só agora está saindo do papel, depois de tantas demissões. Os profissionais da área garantem que o porto é o caminho para restabelece o setor.

AT – O Instituto de Segurança Pública divulgou na quarta-feira (21) a redução em 50% dos roubos a estabelecimentos comerciais em Niterói. O governo municipal creditou esses números ao monitoramento do Centro Integrado de Segurança Pública, o CISP, e ao programa Niterói Presente. Pretende manter esses projetos? Caso positivo, modificaria algo neles?

Juliana Benicio –
Pretendo continuar com os programas, mas mudando alguns aspectos também. Os números divulgados durante a pandemia não me dizem nada. Claro que a violência diminuiu, pois as pessoas estavam isoladas e a cidade, melhor patrulhada. É preciso voltar à condição normal de rotina para avaliar melhor. Dados do ISP mostram dados e indicadores ótimos, mas é preciso comparar com outros municípios pra ver o que estão fazendo e entender o resultado mais profundamente. Comparei esses mesmos números de Niterói com os de Itaboraí, São Gonçalo e Maricá e vi que percentualmente tiveram a mesma redução, alguns até mais do que aqui. Não diminuo o Niterói Presente, mas a gente precisa contextualizar. O programa é emergencial, chegou num momento onde a cidade estava em guerra, mas pagamos por uma mão de obra em sua folga e férias. Eu não investiria em um programa de longo prazo sustentado por esses pilares: um recurso humano que não é meu e precisa de descanso. Ouço dos guardas municipais que estão abandonados. Não é possível querer resultados de um órgão que não recebe investimento há sete anos.

AT – Quais as suas propostas para turismo e cultura?

Juliana Benicio –
Analisando de um modo histórico, viemos de uma gestão que beneficiou a cultura através de editais que precisam ser transparentes, avaliando se atendeu ao que se propôs, que efeito causou, enfim, um estudo de impacto.

AT – A atual Prefeitura faz parceria com creches particulares já existentes no município. E você uma vez manifestou o desejo de implantar o voucher na educação. Acha que essas parcerias com o atual governo não funcionam?

Juliana Benicio –
A gestão da parceria eu manteria, pois são instituições reconhecidas pela sociedade, mas a rede é grande e não dá para gerenciar. A Prefeitura dá o dinheiro e não monitora. São ajudas ineficientes para manter a qualidade e as escolas acabam pedindo ajuda externa. Melhor ajudar de maneira certa para garantir uma educação de qualidade. Hoje temos poucas parcerias pro que a cidade precisa. É preciso assistir os vulneráveis porque seus primeiros anos de vida são definitivos. Defendo o voucher para crianças de zero a três anos, no qual a mãe escolhe a creche e a Prefeitura reembolsa. Para idades maiores, defendo que permaneça no sistema público municipal por conta das especificidades de formação nesta outra faixa etária, como a construção da cidadania.

“Minha grande motivação no início era a educação porque venho dela e percebia como era ruim, mas me dei conta do problema real das pessoas está mais próximo da falta de valorização à humanidade”

“Quando se reduz imposto se aumenta a arrecadação porque se gera um ambiente virtuoso”

“Nos últimos quatro anos, fomos o quarto município do estado que mais perdeu postos de trabalho. Isso é muito grave”


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