Ontem fiz uma postagem no Twitter comemorando a aprovação do teste do ventilador pulmonar para emergência criado na Universidade de São Paulo. Em seguida, comentei que era importante fortalecer a Universidade para que esses enormes avanços alcançados pela parceria da USP com a iniciativa privada fossem rotineiras.
Daniel José | Deputado Estadual (NOVO-SP)
Até então nenhuma novidade. Foi então que o site Jornalistas Livres elaborou uma matéria dizendo que eu estava “aproveitando” a oportunidade para defender a cobrança de mensalidades na USP:
Até então nenhuma novidade. Foi então que o site Jornalistas Livres elaborou uma matéria dizendo que eu estava “aproveitando” a oportunidade para defender a cobrança de mensalidades na USP:
Reportagem do Jornalistas Livres citando postagem do Twitter. |
“Daniel já falou que na rede estadual de ensino médio existem professores bêbados e faz parte do conselho consultivo da Universidade de São Paulo representando a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) desde julho do ano passado.”
Vale ressaltar, porém, que a frase a respeito dos professores surgiu de uma matéria na Folha, na qual o título da entrevista destacou uma fala específica de um caso, generalizando. Inclusive, recomendo aqui a minha resposta à época sobre o assunto.
Preciso reiterar, porém, que a minha defesa para a cobrança de mensalidades é para quem possa pagar. O modelo de Universidade que o Brasil adota é responsável por aumentar a desigualdade em nosso país, como aponta estudo do Instituto Mercado Popular. Não faria sentido, então, defender uma proposta que aprofunde ainda mais a desigualdade.
O modelo atual de Universidade não é sustentável
A USP tem gastado mais do que arrecadado nos últimos anos. Em meu mandato, tenho insistido na necessidade de pensarmos formas alternativas de receita.
Isso é importante porque 95% das receitas da USP provém do ICMS, imposto de caráter estadual. Contudo, do orçamento total da Universidade, 90% é destinado para pagamento da folha de pagamento.
Ou seja: recursos para investimentos em pesquisa, modernização da infraestrutura e expansão de auxílios para os alunos mais vulneráveis ficam espremidos no orçamento.
Há, no entanto, um fator de agravamento da situação. Com a crise do coronavírus, o consumo das famílias tende a frear, reduzindo drasticamente a arrecadação com ICMS.
A expectativa em São Paulo, por exemplo, é de R$ 10 bilhões a menos, resultando em R$ 500 milhões a menos para os cofres da USP em 2020. Assim, o aumento do déficit nas contas da Universidade é inevitável: a conta simplesmente não fecha.
Jornalistas Livres: como mudar esse cenário?
É preciso pensar em formas de obter fontes alternativas de receita para tornar a USP, e outras universidade públicas, mais independentes. A cobrança de mensalidade para os alunos com condições de pagar, por exemplo, é uma proposta.
Além disso, surgem outras medidas. A criação de um Fundo, recebendo doações de ex-alunos e instituições privadas é uma saída. A ideia passa pela criação de uma rede de alunos, ex-alunos e interessados em colaborar com a Universidade. Vale ressaltar que essa prática é bastante comum nos Estados Unidos e Europa.
A aproximação do setor privado dos departamentos de pesquisas é essencial para aumentar a receita da Universidade. Empresas privadas se interessam pelo ambiente inovador e de conhecimento propiciado pelas universidades mundo afora.
O modelo atual de gestão da Universidade é incompatível com as necessidades da sociedade. Mas sem discutir a fundo o problema, é impossível propor respostas concretas para nossos problemas. Afinal, para cada problema complexo, existe uma resposta clara, simples e errada.
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