A pandemia do coronavírus está deixando o país em alerta. Na área política, não é diferente. No Congresso Nacional, os deputados estão acompanhando de perto as ações do governo e estão engajados na luta para combater o vírus.
Por Ana Veiga | O Diário
Na edição de hoje do Cenário Político, a coluna conversou com o deputado federal Marcel Van Hattem. Ele é natural de Dois Irmãos e é o representante da Encosta da Serra em Brasília. Entre as ações, o deputado mais votado do RS defende a redução de salário e privilégios dos parlamentares.
Deputado Federal Marcel Van Hattem (NOVO-RS) | Divulgação |
Confira a entrevista completa:
O Diário: Todo o país está de olho nas ações do governo federal. Como deputado, o que pode dizer sobre o que está sendo feito para combater o coronavírus?
Marcel: Apesar de a orientação agora ser a mais prudente – isolamento social de praticamente toda a população -, infelizmente poderíamos ter evitado muitos dos problemas se tivéssemos nos antecipado. Quando o Coronavírus já era uma realidade na China e, depois, na Europa, o governo brasileiro poderia ter feito o que fez, por exemplo, o governo da Coreia do Sul: controlar já nas suas fronteiras e aeroportos e testar o maior número de pessoas desde o início, evitando que a doença se espalhasse como acabou se espalhando.
O Diário: Todo o país está de olho nas ações do governo federal. Como deputado, o que pode dizer sobre o que está sendo feito para combater o coronavírus?
Marcel: Apesar de a orientação agora ser a mais prudente – isolamento social de praticamente toda a população -, infelizmente poderíamos ter evitado muitos dos problemas se tivéssemos nos antecipado. Quando o Coronavírus já era uma realidade na China e, depois, na Europa, o governo brasileiro poderia ter feito o que fez, por exemplo, o governo da Coreia do Sul: controlar já nas suas fronteiras e aeroportos e testar o maior número de pessoas desde o início, evitando que a doença se espalhasse como acabou se espalhando.
Agora precisamos remediar a situação e isso deve ser feito da forma mais coordenada possível. Este é outro problema que estamos observando. Enquanto o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, tem sido muito claro e objetivo nos seus pronunciamentos, vemos que ainda há uma dificuldade de coordenação com outras áreas do governo e, principalmente, com outros entes da federação. A turbulenta relação entre presidente da república e alguns governadores, principalmente por conta do pleito eleitoral de 2022 (que, convenhamos, ainda está muito longe!) tem impedido que as ações sejam mais coordenadas. Espero que isso mude o quanto antes, pelo bem do país.
De minha parte tenho tentado levar à população, em primeiro lugar, o máximo de conscientização possível de que o assunto é grave. Quanto mais seguirmos as orientações médicas de isolamento, menos pessoas serão infectadas ao mesmo tempo, menos mortes ocorrerão, e mais rapidamente passaremos por essa crise. Além disso, como a questão de saúde pública está afetando muito a área econômica, precisaremos aprovar com muita rapidez uma série de medidas de curto e médio prazo para que nossas empresas não quebrem e os trabalhadores não fiquem desassistidos com a diminuição dramática na atividade econômica. Repito: é preciso que superemos tudo isso o mais rápido possível para voltarmos à normalidade e a colaboração de absolutamente TODOS é fundamental.
O Diário: No Congresso, os deputados estão engajados nesta causa também. O partido Novo já apresentou algumas propostas para minimizar os impactos como a autorização para que o Fundo Eleitoral seja utilizado. Quais outras medidas que podem ser adotadas?
Marcel: É importante dar o exemplo. Por isso, nós do Novo desde que chegamos à Câmara abrimos mão da nomeação de cargos e grande parte das verbas a que teríamos direito. É preciso ir além, agora: corte nos salários dos deputados, redução de privilégios, redução de carga horária e salário no serviço público para atividades não-essenciais… enfim, infelizmente isso tudo será necessário por um simples fato: o dinheiro vai acabar. Não há como arrecadar com a economia parada e há muito tempo já deveríamos ter feito uma reforma administrativa para desinchar a máquina.
Além de propor a autorização para destinar os valores do Fundo Eleitoral e Partidário para o combate ao Coronavírus, nós da bancada do NOVO apresentamos nos últimos dias diversas propostas para o enfrentamento da pandemia da COVID-19. Cito como exemplos a proposta para regulamentar e permitir a telemedicina, o projeto para possibilitar o enquadramento das atividades econômicas da área de saúde provisoriamente como atividades de baixo risco para poderem ser desenvolvidas sem a necessidade de quaisquer atos públicos de liberação prévia, permitindo construções de mais leitos com rapidez e, ainda, protocolamos projeto de lei para permitir o saque integral do FGTS pelo trabalhador durante a crise do coronavírus.
Por fim, estou também remanejando recursos das minhas emendas individuais e de bancada para a compra de mais equipamentos de proteção individual para nossos médicos, enfermeiros e demais profissionais da área da saúde, bem como para comprar mais testes de coronavirus. É importantíssimo destinarmos recursos para o combate dessa verdadeira praga.
O Diário: Em relação a economia deputado, o que pode acontecer com este setor? Como a população pode contribuir?
Marcel: O impacto certamente vai ser grande: foi assim na China, está sendo assim nos Estados Unidos e estaria mentindo se dissesse que não será forte no Brasil também. O que mais precisamos é que este vírus seja debelado o quanto antes e que a situação seja contida, como foi na China. A população pode contribuir seguindo a recomendação das autoridades: se sua atividade profissional permitir, fique em casa. Proteja os idosos. Mantenha a calma. Quanto melhor nós nos portarmos diante disso, mais rápido esse pesadelo acaba e voltamos às nossas vidas.
O Diário: Por fim, como deputado federal e representante da região da Encosta da Serra, o que o senhor tem a dizer para a população neste momento?
Marcel: Que mantenha a calma, a serenidade, pois todos enfrentaremos esse grande desafio e o venceremos com muita responsabilidade. Não adianta se desesperar diante do desconhecido, e trata-se exatamente disso: uma pandemia que não se via desde 1918, mais de um século atrás. Ainda não sabemos a real dimensão dessa pandemia mas eu prefiro encará-la com a certeza de que tudo que está sendo proposto deve visar, em primeiro lugar, a defesa do nosso bem maior, a vida. Isso vale tanto para as medidas sanitárias, como para as medidas de proteção dos nossos empregos. A solidariedade que está tão presente nos últimos dias, o amor dos profissionais da saúde pelo que fazem, na linha de frente neste combate, a preocupação dos empreendedores com seus negócios e com seus colaboradores… tudo isso mostra como a união de todos vai nos ajudar a superar mais este desafio.
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