Estado passa por crise financeira e projeto para aumento de salários gera polêmica. Veja entrevista na íntegra.
Por Bom Dia Minas — Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu, em entrevista exclusiva à TV Globo, a proposta de reajuste para servidores da segurança pública. O projeto de lei está em análise na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e tem causado polêmica com as outras categorias do funcionalismo.
Romeu Zema fala pela 1ª vez sobre proposta de reajuste para servidores da segurança |
Zema disse que a prioridade do aumento para os servidores da segurança se deve ao fato de que a categoria não tem nem recomposição salarial desde 2015.
“O último governo não fez nenhuma recomposição das perdas e nós estamos fazendo aquilo que essa categoria sofreu de perdas nos últimos cinco anos”, disse.
O governador ainda justificou que uma segurança pública mais motivada significa queda na violência e, consequentemente, maior geração de empregos.
“Nós temos de lembrar que uma segurança melhor, como tem acontecido aqui em Minas, em que crimes violentos de 2016 a 2019 caíram 53%, homicídios tiveram uma queda de 37%, representam um custo muito menor para o sistema de saúde, que deixa de atender pessoas que foram vítimas de facadas, de tiros, etc., violência no trânsito a mesma coisa. E nós ainda temos que lembrar que segurança atrai empregos. Minas Gerais, no ano de 19, foi um estado que mais se destacou na geração de empregos. E estados violentos, nós temos acompanhado, perderam empregos. Então, a segurança é fundamental para que Minas caminhe”, completou.
Sobre o impacto do aumento do reajuste nas contas do governo, calculado em R$ 9 bilhões, Zema disse que o valor pode ser absorvido ao longo dos anos.
O governador ainda explicou porque decidiu priorizar a segurança em relação à educação e à saúde.
“E nós estamos priorizando a segurança porque ela tem um impacto imediato na questão do desenvolvimento e na geração de emprego. A educação é importantíssima. Mas se eu investir na educação, eu vou levar um tempo para poder colher os dados. E a saúde, sabemos que é uma situação diferente. O que nós estamos fazendo, eu gostaria de fazer para todos”, explicou.
Questionado se, como empresário, ele daria aumento a funcionários caso a empresa estivesse com prejuízo, Zema, que deixou o controle de seu grupo empresarial para se tornar governador, disse que não é possível comparar as realidades.
“A situação de uma empresa é diferente de um estado. Uma empresa, eu posso mudá-la de lugar, eu posso, no caso, trocar pessoas, etc. No estado, você tem uma situação bem diferente. Então, aqui nós temos que estar conciliando matemática com política. Essa é a grande equação que tem que ser conciliada”, encerrou.
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