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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Secretaria de Saúde de Minas Gerais apresenta ações de enfrentamento ao coronavírus

Plano de Contingência para Emergência em Saúde Pública COVID-19 foi detalhado em coletiva à imprensa


Agência Minas
Tendo em vista a confirmação do primeiro caso de coronavírus (COVID-19) em um brasileiro, residente de São Paulo (com histórico de viagem à Itália), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) faz um alerta sobre a necessidade de medidas preventivas, similares às da estratégia de enfrentamento à gripe. No momento, há cinco casos suspeitos em Minas, sendo três em Belo Horizonte, um em Montes Claros e outro em Juiz de Fora.

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Marcus Ferreira

Diante da tendência de aumento do número de casos suspeitos, a SES-MG apresentou, nesta quinta-feira (27/2), em entrevista coletiva concedida pelo secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, o Plano de Contingência para Emergência em Saúde Pública COVID-19, elaborado durante o mês de fevereiro. Na oportunidade, o secretário ainda detalhou as ações em curso.

Entre as medidas realizadas pela secretaria estão, por exemplo, licitação para compra de equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde; realização de campanhas, tanto na mídia tradicional, quanto voltadas às redes sociais; criação de hotsite para publicação e concentração de informações oficiais; e treinamento de pessoal nas Regionais de Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde.

“Nós estamos em processo de análise jurídica para a publicação de um Decreto de Emergência em Saúde Pública, o que pode agilizar processos de compra de leitos, medicamentos, ventiladores, monitores, contratação de pessoal, entre outras medidas que possam gerar uma resposta dos serviços de saúde a essa epidemia. Também vamos ativar o Centro Mineiro de Controle de Doenças Transmissíveis, uma espécie de força-tarefa voltada às emergências de saúde, e também em articulação com a Rede Intermunicipal de Emergências de Saúde Pública, que envolvem consórcios intermunicipais”, apresentou o secretário Carlos Eduardo Amaral.

Ainda conforme o secretário, do ponto de vista do cidadão, a ênfase deve ser dada às medidas de higiene respiratória, como lavar constantemente as mãos, sobretudo após uso de transporte público e contato com pessoas em locais de aglomeração pública; evitar levar as mãos ao nariz e aos olhos; cobrir a boca e o nariz ao espirrar. “São cuidados muito similares àqueles para evitar a gripe”, comentou Amaral.

Há, também, a possibilidade de aumento no número de pacientes que podem estar infectados, considerando que houve ampliação do número de países em que está ocorrendo a transmissão da doença, que ultrapassou o continente asiático e chegou à Europa. “As pessoas viajam com mais frequência a países como França, Itália e Alemanha, portanto há uma tendência de aumento de casos. É importante frisar que, a partir da notificação, já ocorre o isolamento do paciente. Posteriormente, conforme os protocolos do Ministério da Saúde, o caso poderá vir a ser classificado como suspeito”, explicou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Dario Brock Ramalho.

De acordo com o subsecretário, atualmente o teste feito após coleta de secreção dos pacientes é realizado para alguns vírus mais comuns que causam síndromes respiratórias na Fundação Ezequiel Dias (Funed), e o específico para coronavírus na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Há expectativa de que, nos próximos dias, o Ministério da Saúde desconcentre a realização do exame na Fiocruz e permita que a Funed e outros laboratórios também estejam capacitados a realizar os testes RT-PCR, conforme o protocolo Charité, conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”, informou.

Tanto o secretário Carlos Eduardo Amaral, quanto o subsecretário Dario Brock Ramalho ressaltaram que não há razão para discriminação em relação às pessoas vindas de países asiáticos ou seus descendentes. “Não há o menor sentido em qualquer atitude discriminatória. Além disso, os casos suspeitos têm relação com viagens que as pessoas fizeram, em virtude da transmissão dos casos e não pela origem das pessoas”, destacou Amaral.

Já a diretora de Vigilância de Agravos Transmissíveis da SES-MG, Janaína Fonseca Almeida, observou que as medidas em relação aos aeroportos são desenvolvidas pelos órgãos federais. “São realizados avisos sonoros e as companhias aéreas estão treinadas a reconhecer pacientes com sintomas. No aeroporto de Confins, havendo algum caso, será utilizada a sala de isolamento, até que o paciente seja conduzido ao serviço de saúde de referência. Posteriormente, realizamos o acompanhamento de outros passageiros”, completou.

Saiba mais em: www.saude.mg.gov.br/coronavirus.

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