Segundo Romeu Zema (NOVO), caso empresa não feche acordo para fazer essas obras de cunho social, questão será judicializada. Desastre da Vale completa um ano no dia 25 de janeiro.
Por G1 Minas — Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta segunda-feira (20), que a Vale está resistindo a fechar um acordo para realizar obras compensatórias no estado por causa do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O desastre completa um ano no próximo sábado, 25 de janeiro.
Romeu Zema afirma que Vale resiste em fazer obras compensatórias para repar desastre de Brumadinho em MG — Foto: Reprodução/TV Globo |
Zema disse ainda que espera em breve fechar este acordo e caso isto não aconteça, o governo irá judicializar a questão.
“A empresa tem que reparar o estado fazendo grandes obras de infraestrutura. Obras de caráter social, que vão melhorar a qualidade de vida do mineiro. Mas temos enfrentado bastante resistência da empresa. Mas estamos firme e seremos duros. Porque queiramos ou não, a empresa provocou um grande dano ao estado de Minas Gerais”, afirmou.
Segundo Zema, Minas foi o estado do Brasil que menos cresceu no 2º e 3º trimestre de 2019, e que teve até recessão. E que este cenário está conectado “a crise que surgiu no setor de mineração devido a tragédia de Brumadinho. A tragédia causada pela Vale do Rio Doce”.
No próximo sábado, 25 de janeiro, dia que o desastre da Vale em Brumadinho completa um ano, o governador de Minas participará da inauguração da pedra fundamental na cidade em homenagem às vítimas da tragédia.
A TV Globo entrou em contato com a empresa e aguarda um retorno.
Crise hídrica
Outro ponto de preocupação no estado por causa do desastre da Vale é o abastecimento de Belo Horizonte e da Região Metropolitana, já que a captação de água do Rio Paraopeba, foi fechada e inutilizada por causa do rompimento.
Em acordo ficou definido que a Vale vai construir uma nova captação, em um ponto acima da área destruída pela mineradora. Porém, o governo avaliou que não é somente uma nova captação que deve ser feita pela Vale. Segundo Zema, como existem diversas barragens que podem afetar essas bacias em caso de rompimento, novas obras precisam ser feitas.
Ainda de acordo com o executivo, também foi feito um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que a Vale implante 50 poços artesianos em locais prioritários como hospitais, escolas e unidades prisionais e algumas adutoras para melhorar o trânsito da água.
O governo ainda negocia com a Vale outras obras para garantir segurança hídrica para BH e Região Metropolitana, como mais adutoras e a ligação das bacias do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba.
Investigação criminal
O procurador-geral do Ministério Público de Minas Gerais, Sérgio Tonet, afirmou que não tem sido fácil negociar com a Vale, mas a pressão da população e da imprensa tem ajudado muito.
Segundo Tonet, as autoridades ligadas à investigação criminal têm trabalhado muito para que a punição aos responsáveis pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, seja o mais exemplar possível. “Para que o que aconteceu em Brumadinho e em Mariana nunca mais ocorra”.
O procurador-geral afirmou que as investigações criminais já estão em fase “muito adiantada”. De acordo com ele, a Polícia Civil e o Ministério Público já estão em condições de terminar este trabalho.
“Nós estamos trabalhando também, num trabalho conjunto com a Polícia Civil, com o Ministério Público Federal, com a Polícia Federal, na busca da definição da responsabilidade criminal dos responsáveis, dos envolvidos, tanto da Vale da TÜV SÜD”, afirmou.
Conforme Tonet, faltam algumas diligências e algumas perícias que estão sendo concluídas, e em breve serão apontados à Justiça os responsáveis criminais pelo desastre.
Boné Preto |
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