Projeto realizado em Lavras, no Sul de Minas, envolve parceria com prefeitura, universidade e moradores
Agência Minas
Áreas abandonadas, que acabam se tornando depósito irregular de lixo, são uma dor de cabeça para a população. Além do mau cheiro e da poluição visual, o espaço serve de esconderijo para insetos e animais perigosos. Contra o problema, a Emater-MG, vinculada da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), sugeriu uma solução prática para a comunidade de Lavras, no Sul do estado: implantar uma horta comunitária em terreno baldio.
Crédito: Arquivo / Emater-MG |
Diante da iniciativa, houve reuniões com representantes da prefeitura e da Associação dos Moradores do Conjunto Habitacional Júlio Sidnei Pinto (Cohab), onde ficava a área abandona de 1,2 hectare. A Emater ajudou na elaboração do projeto e presta assistência técnica aos moradores. No início, a prefeitura, além de ceder o local e fornecer sementes, ficou responsável pelo fornecimento da água para a irrigar a horta.
Benefícios
O sistema de produção segue a linha agroecológica. Segundo a extensionsista da Emater Carla Alvarenga, o modelo foi desenhado levando em conta a proximidade da horta com casas do bairro e também a demanda dos consumidores.
“A iniciativa leva vários benefícios à comunidade. Entre eles a segurança alimentar das famílias, com o consumo diversificado de hortaliças frescas, e a renda extra com a venda do excedente”, diz Carla Alvarenga. O técnico da Emater Elter Vieira destaca outro ponto positivo: a preservação ambiental com a retirada do lixo e a preservação de nascentes a partir da revitalização do espaço.
Trabalho e renda
Ao todo, 45 famílias trabalham na horta comunitária. Cada uma produz alimentos para o próprio consumo e o excedente é comercializado. O gerenciamento do espaço é feito pelos próprios moradores, que criaram uma associação. O aposentado Ronan Alves conta que antes a situação era péssima. “As pessoas jogavam lixo nessa área e até animais mortos, o que causava enorme transtorno para a comunidade. Além disso, o local servia de casa para pequenos animais e insetos, como ratos e baratas. Era um problema para o bairro”, conta.
Segundo ele, a partir da implantação da horta, a situação mudou completamente. O morador produz hortaliças, como alface, rúcula, salsinha e cebolinha. Os alimentos são vendidos no próprio local e para restaurantes da cidade. “É uma renda extra que ajuda bastante”, diz. Cerca de 30% da produção são destinados ao consumo da família. “Aqui em casa são quatro pessoas, então reduzimos gastos e sempre temos uma diversidade de alimentos frescos na mesa”, afirma Ronan Alves.
Revitalização
A iniciativa é uma parceria entre a prefeitura, Emater, Universidade Federal de Lavras (Ufla) e moradores. Foram construídas novas cercas, que melhoram o visual da horta e impediram a entrada de cães. Outra ação foi a proteção e plantio de espécies nativas em 12 nascentes acima da horta. Com isso, a água utilizada para irrigar as hortaliças vem direto destas nascentes sem gastos para os moradores.
Reconhecimento
O trabalho de implantação da horta comunitária em Lavras teve seu reconhecimento no prêmio Melhor Ação 2019, obtendo o segundo lugar. O Melhor Ação é uma iniciativa da Emater-MG, que seleciona os melhores projetos e ações no estado, desenvolvidos em seus escritórios.
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