Chicão Bulhões, do Partido Novo, destaca necessidade de se ter responsabilidade com os recursos públicos
Por Alexandre Braz | O Dia
Aos 32 anos e em seu primeiro mandato, o deputado estadual Francisco Siemsen Bulhões Carvalho da Fonseca, o Chicão Bulhões, do Partido Novo-RJ, comemora o fato de seu gabinete ter economizado mais de R$ 2 milhões. Ao se autodeclarar como deputado mais econômico da Assembleia, ele cita o exemplo dos cortes que fez com gasto de pessoal. Dos 40 assessores a que teria direito, Chicão afirma que tem atualmente metade da cota. “Deixamos de gastar mais de R$ 2 milhões em 2019. Fomos um dos gabinetes que mais economizaram. Nós provamos que podemos fazer mais com menos”, disse o parlamentar. Confira abaixo alguns trechos da entrevista.
Chicão Bulhões fala sobre a crise da água. - Divulgação |
Qual a análise o senhor faz do seu primeiro ano de mandato na Assembleia do Rio?
Foi um ano muito positivo como político de primeiro mandato. Certamente teve uma dose de aprendizado. Conseguimos colocar em prática valores que acreditamos no partido Novo, por exemplo, mostrar que é possível fazer mais com menos. Não ficamos atrás de nenhum gabinete da Alerj em performance, no sentido de discussões, apresentação de leis, emendas e fizemos isso com um quarto de pessoas que poderíamos ter na equipe. Conseguimos economizar mais de R$ 2 milhões em 2019. Esse recurso voltará para os cofres da Assembleia. Nós conseguimos mostrar que é possível economizar. Conseguimos também colocar projetos importantes em votação, como por exemplo a Lei de Endowments, que é são fundos para facilitar doações privadas, que eu acredito que podem contribuir no momento de crise fiscal do estado para museus, cultura, para a ciência, fazer captação junto a entidades privadas. Entramos no ano novo ainda mais animados para fazer a diferença.
O que é e como como funciona este fundo Endowments?
Na verdade existe uma lei federal, o fundo se chama Endowments. É um nome em inglês. É um fundo patrimonial privado e que você consegue captar doações. Por exemplo, as grandes universidades dos Estados Unidos trabalham com esse recurso. A Universidade de Harvard tem 35% do seu orçamento proveniente dessas doações privadas, de empresas e de pessoas que querem ajudar a universidade. Elas fazem essas contribuições a esse fundo. Os recursos obtidos são revertidos a essas entidades. É uma bela fonte de receita. É um projeto meu, com Carlo Caiado (DEM) e Renan Ferreirinha (PSB). Incorporamos essa Lei de Endowments aqui no Rio, já com a lei federal aprovada.
O senhor falou sobre fazer mais com menos. Como colocar isso em prática no gabinete?
Eu acredito que qualquer gestor, tanto do serviço público quanto do setor privado, tem que ter respeito ao dinheiro. No caso do dinheiro público, que é o nosso caso, é ainda mais importante, pois é o dinheiro do pagador de impostos. Porque as pessoas trabalham, pagam suas contribuições e querem ver resultado. Hoje eu acredito que a população não sente esse resultado na conta. Estamos vendo diversos problemas em diversas áreas essenciais e, ao mesmo tempo, o estado “inchado”. O estado custa muito caro. Então, deveríamos racionalizar esses custos para entregar o máximo possível de resultados. O pagador de imposto tem o direito de ter os serviços essenciais e tem direito a ter a melhor qualidade possível. Essa é a nossa lógica de fazer mais com menos. É justamente a lógica de que quanto mais pudermos aliviar o bolso do pagador de imposto melhor, entregando o máximo possível de resultados tendo o mínimo de impacto no bolso das pessoas. É a lógica dá eficiência.
Como se faz essa economia no dia a dia do gabinete?
Os parlamentares têm “direitos” de usar certos recursos, como por exemplo: você pode ter 20 assessores e que podem se desdobrar até em 40 assessores. Nós temos 10, por exemplo. Têm algumas outras questões como o uso de verba de gabinete com diversas utilidades. O presidente da Alerj decidiu destinar esse recurso para a segurança pública. A Alerj economizou mais de R$ 400 milhões e nós demos uma grande contribuição para isso. Se outros deputados aderissem a essa filosofia, talvez pudesse sobrar ainda mais recursos a serem utilizados em políticas públicas do estado do Rio. Mas acreditamos que esse recurso deve voltar para o benefício direto da população.
O gabinete do senhor foi o que mais economizou em 2019 na Alerj?
Eu não fiz essa comparação, mas eu posso dizer que é muito provável. Nós e o Alexandre Freitas, também do meu partido, economizamos. Não sei se eu economizei um pouco mais que ele, possivelmente eu possa ter sido o deputado mais econômico da Assembleia.
O Rio de Janeiro está vivendo o grave problema da água que abastece a cidade. Por que o senhor esteve na sede da Cedae na última segunda-feira?
Eu fui pessoalmente à Cedae protocolar um ofício porque na nossa avaliação são denúncias extremamente graves. Nós vimos diversos especialistas levantando e até sugerindo que a população deixe de consumir essa água. Levamos muito esse assunto muito a sério porque a água é um item básico na vida das pessoas. É algo grave. É muito importante que a imprensa cobre, noticie e esteja em cima da Cedae. Nós pedimos informações em relação às denúncias e acontecimentos, pedimos esclarecimentos, pedimos para ver contratos firmados pela empresa e, em especial, o contrato com o município Rio de Janeiro que até hoje não conseguimos acesso ao contrato completo para que pudéssemos fazer uma análise.
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