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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Minas Gerais vai aderir ao programa de socorro do governo federal até junho de 2020, diz Zema

Um dos estados em pior situação financeira, Minas tem um ajuste de R$ 130 bilhões ao longo dos seis anos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF)


Idiana Tomazelli | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O governo de Minas Gerais espera conseguir aderir ao programa de socorro federal para Estados endividados no primeiro semestre de 2020, disse o governador Romeu Zema (Novo). Um dos Estados em pior situação financeira, Minas tem pela frente um ajuste de R$ 130 bilhões ao longo dos seis anos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o nome formal do programa de socorro.


Romeu Zema
Governador de Minas Gerais Romeu Zema (NOVO-MG) | Washington Alves / Estadão

O tamanho do ajuste foi informado pelo secretário estadual de Fazenda, Gustavo Barbosa. Os dois participaram de reunião nesta terça-feira, 10, com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Segundo Zema, Minas ainda precisa enviar alguns projetos para a Assembleia Legislativa e conseguir a aprovação para só então solicitar a adesão ao programa de socorro. Embora não tenha base sólida no legislativo local, o governador demonstrou confiança nas chances de aprovação e disse que vai dialogar com os parlamentares.

“Estou otimista (com a aprovação) porque é uma questão matemática”, disse o governador, lembrando que só a Previdência de Minas Gerais tem um rombo anual de R$ 18 bilhões. “Vamos conversar com os deputados, ouvir sugestões.”

Zema afirmou também que o Estado vai pedir a adesão ao RRF independentemente das mudanças que estão sendo discutidas entre governo e Congresso Nacional.

Como antecipou o Estadão/Broadcast em outubro, o governo vai propor mudanças na lei que criou o RRF para permitir maior duração do socorro (dos atuais seis anos para dez anos). Isso vai tornar o ajuste mais gradual para as contas do Estado em recuperação.

Em contrapartida, a ideia é diminuir o tempo que os Estados ficam sem pagar a dívida com a União (que hoje é de três anos) e colocar metas anuais de ajuste das contas dos governos regionais (que hoje não existem).

Segundo o secretário de Fazenda, Minas pode aderir ao RRF nos moldes atuais, antes da mudanças, e depois se beneficiar das mudanças, ajustando seu plano ao modelo mais gradual.


Recursos

Enquanto não consegue a adesão ao socorro, o governador de Minas reconheceu que engrossa o coro dos Estados que pedem à União antecipação dos recursos do megaleilão de petróleo do pré-sal realizado no início de novembro. O repasse só deve ocorrer após 27 de dezembro, quando as empresas pagarão o bônus de assinatura pelas áreas arrematadas.

O Fórum Nacional de Governadores, porém, pediu ao presidente Jair Bolsonaro para receber os R$ 5,3 bilhões de forma antecipada, mostrou o Estado. O recurso é de "inestimável relevância" para o pagamento do 13.º salário dos servidores dos Estados, de acordo com carta assinada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), coordenador do fórum.

“Todo recurso que puder ser antecipado é bem-vindo”, disse. Segundo ele, Guedes não deu sinalização sobre a possibilidade ou não de antecipar os recursos. “Ficou-se de ver o que é possível.”

Zema afirmou ainda que está otimista com as medidas votadas na Câmara, incluindo o novo marco do saneamento. Segundo ele, a proposta tem potencial para dar maior segurança a investidores.

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