Nos últimos 50 anos, o Brasil conseguiu avançar de maneira considerável no acesso à educação básica. Na década de 70, menos da metade das crianças e jovens brasileiros estavam matriculados na escola. Hoje, o número não chega a 4% (PNAD e IBGE). No entanto, já há mais de quinze anos que o Brasil patina nos indicadores de qualidade de aprendizagem desses alunos.
Tiago Mitraud | Hoje em Dia
Mais uma vez, o Brasil se saiu muito mal no PISA, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, realizado a cada três anos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A pesquisa avalia como estudantes de 15 anos de diversos países do mundo desempenham nas disciplinas de leitura, ciências e matemática.
Mais uma vez, o Brasil se saiu muito mal no PISA, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, realizado a cada três anos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A pesquisa avalia como estudantes de 15 anos de diversos países do mundo desempenham nas disciplinas de leitura, ciências e matemática.
Deputado Federal Tiago Mitraud (NOVO-MG) |
No relatório divulgado na última semana, entre 79 países participantes, o Brasil está entre as piores colocações nos três eixos avaliados: 57º lugar em leitura, 65º em ciência e 70º em matemática. Grande parte dos nossos estudantes, cerca de 43,2% deles, não alcançou o nível considerado básico em aprendizagem em todos os três eixos. No Chile, este número é de 13,4%. Estes resultados nos deixam atrás não apenas dos países mais desenvolvidos que fazem parte da OCDE e que em média investem em seus alunos o dobro do que investimos, mas atrás também de países emergentes como vizinhos da América Latina e os BRICS.
Na prática, o pouco que melhoramos no período é considerado “estatisticamente irrelevante”, podendo-se dizer que os resultados de 2018 são os mesmos de 10 anos atrás. Esta estagnação deve-se a inúmeros fatores mas, principalmente, à falta de políticas públicas adequadas para a educação, cujo objetivo seja de fato a melhoria da qualidade da educação básica, ao invés de pautas corporativistas e periféricas.
O Brasil precisa urgentemente construir uma política educacional de longo prazo, centrada no aprendizado do aluno. É necessário inverter a lógica que dominou nas últimas décadas e priorizarmos o ensino básico, desde a primeira infância. Também é fundamental aperfeiçoar a carreira docente, qualificando aqueles que têm como responsabilidade ensinar nossas crianças e jovens para o desafio da sala de aula e valorizando os que melhor ensinam seus alunos.
Para isso, o atual Ministério da Educação, que não tem responsabilidade pelos resultados apresentados no último PISA, precisa abandonar a predileção por polêmicas e apresentar projetos robustos para reverter o cenário. Só assim teremos um sistema de ensino que seja capaz de preparar nossos jovens, garantindo a todos igualdade de oportunidades de adquirirem o ferramental necessário para construir o seu futuro e se tornarem os indivíduos que sonham em ser.
Camiseta Neon Infantil |
Nenhum comentário:
Postar um comentário