Parlamentares poderão contratar espaços compartilhados de trabalho em vez de alugar e manter escritório político nos estados. Objetivo da medida, segundo a Câmara, é reduzir custos.
Por Fernanda Calgaro | G1 — Brasília
A Câmara dos Deputados liberou o uso da cota parlamentar para a contratação de espaços compartilhados de trabalho na modalidade "coworking". A decisão foi publicada na edição de quinta-feira (18) do Diário Oficial da Câmara.
Cada vez mais comum, o “coworking” é um sistema em que diferentes profissionais ou empresas compartilham o mesmo escritório e dividem os custos.
A possibilidade de usar espaços “coworking” não implicará em aumento da cota parlamentar, conhecida como “cotão”.
A cota é destinada ao custeio de despesas com passagens aéreas, combustível, alimentação, hospedagem e a manutenção de escritórios no estado de origem do deputado. O valor é pago por meio de reembolso após a apresentação de nota fiscal e o saldo não gasto é acumulado para o mês seguinte.
O valor varia de R$ 30,7 mil a R$ 45,6 mil, conforme o estado porque leva em consideração o preço das passagens aéreas de Brasília até a capital do estado pelo qual o deputado foi eleito. O valor mais baixo é pago aos parlamentares do Distrito Federal e o mais alto, aos de Roraima.
Na justificativa apresentada pela Mesa Diretora da Câmara, a medida que permitiu a contratação de espaços de "coworking" atenderá a uma demanda de vários deputados e permitirá a redução de custos com aluguel.
Um dos entusiastas da medida, o deputado federal Vinícius Poit (Novo-SP), que está em seu primeiro mandato, foi o principal articulador para a aprovação da possibilidade.
Ele explica que, ao optar pelo sistema de “coworking”, consegue ter um escritório político na Avenida Paulista, na capital de São Paulo, por um preço menor do que gastaria se fosse alugar uma sala e tivesse que pagar também contas como IPTU, condomínio, luz, água e internet, entre outros gastos.
“É um escritório com ótima localização, fácil acesso do metrô, com internet rápida, limpeza, tudo incluso. É uma sala pequena, mas você vive o ambiente de startup e empreendedorismo. E só pago uma coisa: R$ 2,9 mil”, afirmou Poit.
Ele pondera que, se fosse alugar um escritório na região, com o mesmo padrão, sairia muito mais caro. “Acho que essa medida é um avanço em direção a uma Câmara mais eficiente, mais moderna e mais empreendedora”, disse.
Outra adepta do “coworking” é a deputada Luísa Canziani (PTB-PR), a mais jovem da atual legislatura com 23 anos.
“É uma racionalização de despesas muito grande, porque você economiza, inclusive, com recepcionista e serviço de copa. E outra coisa é a questão do networking, de estar em contato com profissionais de outras áreas também”, ressaltou. No local onde ela aluga, o gasto pode chegar a R$ 5 mil, dependendo do espaço usado.
Para o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), a possibilidade de os deputados utilizarem o “coworking” é interessante. Ele ponderou, porém, que o uso desse tipo de ambiente compartilhado vai depender da necessidade de cada parlamentar.
Valente disse que, em seu caso, apenas uma sala não seria suficiente, já que ele aluga uma casa perto do bairro da Aclimação, em São Paulo, porque recebe muitos representantes de movimentos sociais.
“Se colocarmos cadeiras no quintal, dá até para fazer uma reunião do partido”, contou. Segundo ele, o gasto mensal com o escritório político gira em torno de R$ 7,5 mil.
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