Agência Minas
O Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), deu um importante passo para sua consolidação como serviço de alta complexidade em neurocirurgia e neurologia na macrorregião Noroeste do estado. Em maio, a unidade promoveu sua primeira cirurgia de aneurisma por microscopia - um procedimento delicado que, além do aparato tecnológico, exige apurada qualificação da equipe médica.
O Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), deu um importante passo para sua consolidação como serviço de alta complexidade em neurocirurgia e neurologia na macrorregião Noroeste do estado. Em maio, a unidade promoveu sua primeira cirurgia de aneurisma por microscopia - um procedimento delicado que, além do aparato tecnológico, exige apurada qualificação da equipe médica.
Os neurocirurgiões do HRAD Marcelo Lamberti e Marcelo Almeida – responsáveis pela microcirurgia – ressaltam que, nesse tipo de abordagem, são milímetros que separam o sucesso da tragédia. “A mortalidade nesses casos pode chegar a 50% e o risco de sequelas neurológicas nos pacientes também é alto. As estruturas cerebrais são minúsculas, algumas com até 1 milímetro. O espaço em que trabalhamos no cérebro também é muito estreito. A visualização plena das estruturas cerebrais nos possibilita fazer as cirurgias, antes impensáveis, de forma segura e eficaz, mantendo a vida do paciente”, explica Lamberti.
O uso do microscópio em neurocirurgia já é prática consagrada na literatura mundial, sendo absolutamente recomendada por ser a forma mais segura de se operar nesses casos. “A paciente apresentava aneurismas múltiplos e um deles já rompido, o que colocava sua vida e sua função neurológica em risco. Teve boa evolução no pós-operatório, recebendo alta sem déficits neurológicos. Anteriormente, casos semelhantes ficariam aguardando na fila da Central de Regulação de Leitos para transferência a outros municípios com alta complexidade, o que poderia levar dias e comprometer o tratamento”, relata o neurocirurgião Marcelo Almeida.
Equipamentos
O microscópio Zeeis, modelo S88, foi adquirido em abril deste ano pelo HRAD. As pinças cirúrgicas especiais, bem como os clipes metálicos para contenção dos aneurismas foram cedidos pelo Hospital João XXIII - também da Rede Fhemig. Esse tipo de procedimento exige a participação de dois médicos. “A realização de neurocirurgias microscópicas no HRAD proporciona maior resolubilidade, associada a uma assistência segura e efetiva aos nossos pacientes. Nossa meta é habilitar o hospital como unidade de alta complexidade em neurocirurgia e neurologia – processo que já está em andamento”, afirma a diretora Valéria Costa Queiroz.
Paciente
A auxiliar de produção Maria Josefa Medeiros, de 49 anos, deu entrada no HRAD no dia 6/5/2021, com fortes dores de cabeça, que surgiram repentinamente, associadas a alterações no nível de consciência e sinais de irritação meníngea. A tomografia detectou os aneurismas e ela logo foi encaminhada para cirurgia de emergência, que durou aproximadamente 4 horas. “O pós-cirúrgico foi melhor do que esperávamos, pois ela não apresentou nenhuma sequela. Minha mãe é muito grata por essa nova chance de viver”, conta Carla Castro, filha da paciente.
“Ela acordou da anestesia geral imediatamente após o término da cirurgia, lúcida, e foi encaminhada para UTI. Ficamos animados, pois foi o melhor resultado possível para essa cirurgia, que, sem dúvidas, é a mais complexa de toda neurocirurgia e, talvez, de toda medicina. A paciente seguiu sob cuidados na terapia intensiva, que também possui uma excelente equipe técnica, e evoluiu muito bem, tendo alta alguns dias depois”, finaliza Lamberti.
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