Por Pedro Duarte | Diário do Rio
No início, era um sonho realizado: um transporte público que levaria dezenas de milhares de pessoas, reduziria o tempo de viagem, com mais conforto a bordo, melhoraria as condições de trânsito na região, retiraria das ruas a frota antiquada dos ônibus, estações modernas atenderiam uma população que esperava por um transporte de qualidade para poder viver e trabalhar.
O sonho virou pesadelo. Cinco anos após a inauguração do BRT – Bus Rapid Transit System, o que vemos circulando pelas ruas é o abandono. A frota de veículos é inferior à planejada. Falta manutenção aos ônibus articulados. As estações que ainda funcionam são inseguras, as demais estão destruídas. As pistas exclusivas são de má qualidade, colocando em risco veículos e passageiros. Fora denúncias de irregularidades , como a realização de contratos com prestadores de serviço ligados às empresas de ônibus e a falta de transparência e controle no sistema de bilhetagem eletrônica responsável por pagar essas empresas e o município.
A história do BRT no Rio fez parte de uma utopia em que o ponto de partida foi confiado aos Jogos Olímpicos de 2016. Para sua realização, era necessário que os locais de competição estivessem bem distribuídos entre as zonas da cidade com rápida ligação entre elas. O modal foi escolhido por seu custo e tempo de implantação serem bem menores que os do metrô ou monotrilho. As obras foram iniciadas em 2012, sendo o sistema inaugurado no primeiro governo do prefeito Eduardo Paes em 2016, ao custo de mais de R$7,5 bilhões. O projeto, com mais de 150 quilômetros e 165 estações, é constituído dos corredores TransOeste, TransCarioca e TransOlímpica. A TransBrasil, o quarto corredor,ainda está em construção.
Em 2019, sob a alegação da necessidade de assegurar a adequada prestação dos serviços, o então prefeito, Marcelo Crivella, decretou a intervenção na concessionária BRT Rio S/A, operadora do sistema BRT. Em 2021, a Prefeitura do Rio de Janeiro, novamente sob comando de Eduardo Paes, listou os motivos para intervenção no Decreto Rio n.º 48.645. A Câmara de Vereadores autorizou recursos públicos para socorrer o sistema com a Lei n.º 6.878/2021. A recuperação do sistema foi estimada em R$ 130 milhões, recurso que deverá ser devolvido pela concessionária, atualizado pelo IPCA, entretanto, sem prazo definido.
O fato: a sociedade carioca está emprestando recursos, em condições melhores que qualquer instituição financeira, para recuperar o sistema.
A lei estabelece transparência no uso dos recursos, hoje sob a responsabilidade da Prefeitura. Mas, até agora, pouca informação foi divulgada de forma oficial, nenhuma no Portal da Transparência da Prefeitura, sobre os gastos já realizados com pagamento de salários, encargos trabalhistas, combustíveis, reformas e reabertura das Estações do BRT, que, segundo apuramos, já seriam superiores a 15 milhões de reais só neste ano.
Ou seja, ainda não existe transparência em torno da intervenção no BRT, e é preciso que fique bem claro para os cariocas o andamento do projeto e o que esperar na sua conclusão.
Afinal, você entregaria seu dinheiro suado para a realização de uma obra sem sequer saber o que será feito e quando será finalizada?
É assim que o Rio se encontra hoje.
No início, era um sonho realizado: um transporte público que levaria dezenas de milhares de pessoas, reduziria o tempo de viagem, com mais conforto a bordo, melhoraria as condições de trânsito na região, retiraria das ruas a frota antiquada dos ônibus, estações modernas atenderiam uma população que esperava por um transporte de qualidade para poder viver e trabalhar.
A história do BRT no Rio fez parte de uma utopia em que o ponto de partida foi confiado aos Jogos Olímpicos de 2016. Para sua realização, era necessário que os locais de competição estivessem bem distribuídos entre as zonas da cidade com rápida ligação entre elas. O modal foi escolhido por seu custo e tempo de implantação serem bem menores que os do metrô ou monotrilho. As obras foram iniciadas em 2012, sendo o sistema inaugurado no primeiro governo do prefeito Eduardo Paes em 2016, ao custo de mais de R$7,5 bilhões. O projeto, com mais de 150 quilômetros e 165 estações, é constituído dos corredores TransOeste, TransCarioca e TransOlímpica. A TransBrasil, o quarto corredor,ainda está em construção.
Em 2019, sob a alegação da necessidade de assegurar a adequada prestação dos serviços, o então prefeito, Marcelo Crivella, decretou a intervenção na concessionária BRT Rio S/A, operadora do sistema BRT. Em 2021, a Prefeitura do Rio de Janeiro, novamente sob comando de Eduardo Paes, listou os motivos para intervenção no Decreto Rio n.º 48.645. A Câmara de Vereadores autorizou recursos públicos para socorrer o sistema com a Lei n.º 6.878/2021. A recuperação do sistema foi estimada em R$ 130 milhões, recurso que deverá ser devolvido pela concessionária, atualizado pelo IPCA, entretanto, sem prazo definido.
O fato: a sociedade carioca está emprestando recursos, em condições melhores que qualquer instituição financeira, para recuperar o sistema.
A lei estabelece transparência no uso dos recursos, hoje sob a responsabilidade da Prefeitura. Mas, até agora, pouca informação foi divulgada de forma oficial, nenhuma no Portal da Transparência da Prefeitura, sobre os gastos já realizados com pagamento de salários, encargos trabalhistas, combustíveis, reformas e reabertura das Estações do BRT, que, segundo apuramos, já seriam superiores a 15 milhões de reais só neste ano.
Ou seja, ainda não existe transparência em torno da intervenção no BRT, e é preciso que fique bem claro para os cariocas o andamento do projeto e o que esperar na sua conclusão.
Afinal, você entregaria seu dinheiro suado para a realização de uma obra sem sequer saber o que será feito e quando será finalizada?
É assim que o Rio se encontra hoje.
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