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sábado, 8 de maio de 2021

Pandemia tem efeito menor no PIB de Minas Gerais

Um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que levou em conta dados dos setores industrial, de comércio e de serviços em 14 estados brasileiros, mostrou que, apesar da atividade econômica em Minas Gerais ter recuado 2,9% entre março de 2020 e fevereiro deste ano, o Estado é um dos cinco com menos impactos da pandemia de Covid-19 no País.

Por Sandra Carvalho | Diário do Comércio

Especialistas atribuem a posição ao fato de Minas ser uma das unidades da federação que mais receberam recursos do auxílio emergencial da União, e também ao peso que a indústria extrativa tem na economia mineira.

O desempenho da mineração amenizou o impacto da Covid-19 na indústria mineira | Crédito: Divulgação

O levantamento foi elaborado a partir de dados das pesquisas mensais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), num período de 12 meses, entre março de 2020 e fevereiro deste ano, para os três setores. Juntos, os 14 estados sobre os quais o IBGE faz os levantamentos mensais representam 87% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

No caso da produção industrial, os dados consolidados da Firjan demonstram recuo de 0,4% em Minas Gerais. Porém, o Estado ocupou a terceira posição entre os menos afetados, perdendo apenas para Pernambuco e Pará, que registraram crescimento de 3% e 0,1%, respectivamente. Os piores resultados entre os 14 estados analisados ficaram com Espírito Santo e Bahia, onde as quedas na produção industrial foram de 13,9% e 9,3%, respectivamente. Na Bahia, o fechamento da fábrica da Ford em Camaçari pesou bastante, conforme a Firjan.

“A indústria extrativa tem um peso muito grande no PIB tanto de Minas Gerais quanto do Pará. Como as exportações de minerais aumentaram e a alta do dólar favoreceu esse setor, os estados mineradores ficaram menos impactados. Já na indústria de Pernambuco, a fabricação de produtos de borracha e de material plástico, que tem peso na atividade do Estado, foi um dos setores que mais cresceram. Mas é importante frisar que observamos que quanto mais diversificada é a indústria de um Estado, menor é o impacto da pandemia. E Minas tem uma indústria diversificada”, explicou o gerente de estudos econômicos da Firjan, Jonathas Goulart.

Ajuda governamental 

No comércio, Minas Gerais também aparece no terceiro lugar entre os menos impactados, com crescimento de 2,8%. O estado brasileiro onde o varejo ampliado foi menos afetado pela pandemia foi o Pará, onde o setor cresceu 8,1% motivado, entre outros fatores, pelo e-commerce. Na segunda posição aparece o Espírito Santo, com expansão de 3,6%. As unidades da federação onde o setor varejista foi mais afetado foram Bahia, em primeiro lugar, com recuo de 8,5%, e Rio Grande do Sul, em segundo, onde a queda foi de 6,7%.

Tanto a Firjan quanto a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) entendem que o fato de Minas Gerais estar entre os estados que mais receberam recursos do auxílio emergencial do governo federal fez com que os impactos da pandemia no comércio ficassem menor por aqui em relação a boa parte dos estados analisados no estudo.

“Apesar da deterioração dos dados do emprego e da renda em Minas , essa injeção de recursos do auxílio foi convertida em consumo no segundo semestre e fez diferença, principalmente, em municípios das regiões Norte e do Nordeste do Estado, que foram as que mais receberam recursos do auxílio”, observou o economista-chefe da Fecomércio, Guilherme Almeida.

O economista também destacou que os segmentos de artigos farmacêuticos e supermercados e hipermercados têm grande representatividade no comércio do Estado. “São segmentos essenciais, que estão funcionando na pandemia, e, por isso, reduziram um pouco o impacto no comércio”.

Mais afetado 

Já o setor de serviços, considerado o mais impactado pela crise sanitária no País, teve resultado positivo apenas no Estado do Amazonas, com uma leve variação positiva de 0,6%, motivada pelo setor de logística. A crise no turismo fez com que o pior resultado ficasse com a Bahia, onde o recuo foi de 16,2%. Minas é o quinto Estado menos afetado pela pandemia entre os 14. No entanto, o setor de serviços por aqui diminuiu 5,2%.

“Os serviços têm muito peso tanto na atividade econômica de Minas Gerais quanto do País e dependem da circulação de pessoas. Por isso, é o setor mais impactado. No Estado, também foi bastante afetado pela paralisação do turismo”, explicou Guilherme Almeida.

Melhora no cenário somente com vacinação

Os números do estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostram queda de 6,7% na atividade econômica do País. Todos os setores analisados tiveram resultados negativos no espaço de 12 meses entre março de 2020 e fevereiro deste ano. A queda no PIB do País é puxada principalmente por serviços, que registrou recuo de 8,3%. Em seguida, aparece a indústria, com queda de 4,2%, e o comércio, com retração de 2,3%. Melhoras nesse cenário, considerado “nebuloso em 2021” pela entidade, virão somente com a vacinação.

“Diante do comportamento crítico da atividade econômica verificado em todos os estados analisados, a velocidade e o sucesso do programa de imunização da população são imprescindíveis para que o País consiga superar a crise gerada pela Covid-19. Sendo assim, a incerteza gerada pelo atraso da imunização e a nova onda da pandemia, que bate recordes de vítimas a cada dia, tornam o cenário brasileiro ainda bastante nebuloso para 2021”, conclui a entidade no estudo.

Mas para o economista-chefe da Fecomércio, Guilherme Almeida, mesmo que não ocorram mudanças significativas na velocidade de vacinação do País, a sazonalidade inerente ao segundo semestre do ano favorecerá melhores resultados, principalmente no comércio.

“Segundo semestre tende a ser mais benéfico. Acredito que teremos melhora ainda que tenha cenário de pandemia. Black Friday, Natal, empregos temporários e 13o salário são aspectos sazonais que vão ajudar no período. Além disso, olhando no cenário macro e considerando todos os setores, quando você tem uma base de comparação muito fraca, a tendência é sempre melhorar”, ponderou o economista.

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