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sábado, 29 de maio de 2021

Minas Gerais abre caminhos

Os conceitos de mobilidade individual e de transporte de cargas sobre rodas estão passando por grandes transformações que, na estimativa de especialistas, serão concretizadas já na próxima década. Mudanças que começam pela tecnologia ofertada, com abandono dos motores a explosão, alimentados predominantemente por derivados de petróleo, poluentes e de baixa eficiência energética, por fontes limpas.

Editorial Diário do Comércio 


Primeiro, num ciclo já iniciado, com a introdução de sistemas híbridos, que combinam motores convencionais e elétricos, que anteciparão o uso pleno da eletricidade, que deverá ser predominante já na próxima década. Esta deverá ser uma etapa intermediária, enquanto se consolida a tecnologia que possibilita a tecnologia de uso do hidrogênio.

Perto de completar 150 anos, serão as maiores mudanças experimentadas pela indústria de material de transporte, que se complementarão com a crescente utilização de eletrônica embarcada, que pode culminar com a oferta de veículos autônomos, que não dependerão de condutores humanos.

Mudarão também os próprios conceitos de mobilidade, entre outros aspectos com o possível fim do conceito de propriedade individual dando lugar ao uso compartilhado. São mudanças que estão em marcha, com mais velocidade em países como a China e Estados Unidos, e para as quais o Brasil precisa estar muito atento, conforme em diversas ocasiões apontamos neste espaço.

Este também o preciso motivo para que os mineiros, cuja economia voltou a ser a segunda maior do País, superada apenas por São Paulo, tenham motivos de sobra para comemorar a confirmação do investimento de R$ 25 bilhões no município de Nova Lima e destinados à implantação de um complexo industrial centrado na produção de veículos elétricos, de passageiros e de cargas, além de baterias e sistemas de carga. Anuncia-se que as obras começarão ainda neste ano para que, em 2023, comece a produção que poderá envolver até 10 mil trabalhadores em sua plena operação.

Resumindo, o Estado está saindo na frente, está antecipando o futuro que tende a impactar muito positivamente toda a cadeia de fornecedores diretos, a inovação e o desenvolvimento tecnológico. Tudo isso para dar ao parque automotivo local uma nova dimensão.

Num momento de tantas dificuldades e incertezas, este movimento ao que tudo indica será a grande marca do processo de retomada da economia regional, com evidente impacto nacional e até internacional, numa espécie de reedição da grande aventura que foi a implantação da Fiat em Betim, nos anos 70 do século passado.

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