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sábado, 29 de maio de 2021

Hibridização energética deve ganhar espaço no Estado de Minas Gerais

O casamento da energia gerada pelo sol e pela chuva promete encerrar a novela da alta na conta de energia durante os longos períodos de estiagem. Os investimentos na hibridização energética devem se tornar uma tendência no Estado.

Magali Simone | Diário do Comércio


Até o final de 2022, a Cemig vai implantar em Três Marias, na região Central, uma grande usina de energia fotovoltaica. A instalação deste novo empreendimento junto ao espelho d´água da hidrelétrica local vai potencializar a geração de energia elétrica e solar.


“Quando estivermos enfrentando períodos de falta de chuva, como agora, poderemos recorrer à energia solar gerada por esta nova usina. Existe uma tendência em investimentos baseados na hibridização, ou seja, na fusão de duas fontes energéticas diferentes”, informou o gerente de Engenharia da Expansão e da Energia da Cemig, Carlos Henrique Afonso.

As obras devem começar no próximo mês de janeiro e devem consumir cerca de R$ 250 milhões. Embora o Ministério de Minas e Energia e a Aneel não tenham ainda regularizado as normas que nortearão os empreendimentos direcionados à hibridização, a Cemig deu um passo à frente nesse quesito.

Ainda conforme Afonso, foi a primeira no País a conseguir o Despacho de Recebimento de Outorga (DRO), emitido pela Aneel, documento exigido para investimentos deste tipo em usinas de geração centralizada com capacidade para gerar acima de 5 megawatts.

O projeto foi elaborado a partir dos conhecimentos adquiridos por técnicos da Cemig que estiveram na China e no Japão. “É o caso da usina fotovoltaica de Três Marias. Existem outras quatro pequenas usinas flutuantes no País, mas não geram este volume de energia e são voltadas para pesquisa e desenvolvimento. Desse tipo essa será a primeira”, explicou.

Energia eólica

Mas a hibridização não deve parar por aí. A Cemig está fazendo estudos para a implantação de usinas eólicas e fotovoltaicas, provavelmente na Serra do Espinhaço, que podem ser construídas de forma a unir a potência solar à força dos ventos. A lógica desta união é baseada no fato de que a captação de energia fotovoltaica só pode ser feita até o anoitecer. À noite, no entanto, a força dos ventos tende a aumentar, embora as usinas eólicas gerem energia 24h por dia.

Atualmente, ainda conforme o gerente de engenharia de expansão, estão em pelo menos quatro grandes projetos apresentados quando a empresa fez uma chamada pública para a construção desse tipo de usina. “Mas estão surgindo outros projetos. Ainda estamos em fase de análise. Nem todos serão híbridos, mas vamos continuar investindo neste tipo de energia”, afirmou.

A expectativa é que sejam investidos pelo menos R$ 2 bilhões na construção e que essas usinas estejam prontas até 2025. Afonso explicou que a escolha dos locais de instalação exige uma análise, já iniciada, da variação da força do vento durante os períodos de chuva e de seca. Mas a ideia é implantar em serras, como a do Espinhaço, onde já se identificou que a força dos ventos é maior.

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