Por Juliana Siqueira | Diário do Comércio
Houve expansão também quando se utiliza outras bases de comparação: frente a março do ano passado, o crescimento foi de 21,7%. Já no primeiro trimestre, a alta foi de 15,6% e no acumulado de 12 meses de 4,1%.
Analista de estudos econômicos da Fiemg, Julia Silper destaca que vários fatores contribuíram para o avanço do faturamento do setor industrial mineiro.
“A indústria extrativa tem sido beneficiada pela elevação do preço do minério de ferro e pela alta do dólar”, diz ela. “A indústria de transformação também cresceu nesse período, refletindo a flexibilização e retomada gradual da economia em alguns locais de Minas Gerais”, destaca a analista de estudos econômicos da Fiemg, lembrando que alguns setores estão apresentando uma performance melhor do que outros.
Os números também são positivos quando se avalia o emprego no setor industrial mineiro. Conforme a pesquisa divulgada pela entidade, é a oitava vez seguida que o emprego no segmento apresenta alta. Em março, a elevação foi de 0,7% em relação a fevereiro. Na comparação com igual mês do ano passado, o avanço foi de 0,6%. Já no acumulado do ano e no acumulado de 12 meses, houve queda, respectivamente, de 0,5% e de 2%.
No que diz respeito às horas trabalhadas na produção do setor industrial mineiro, houve um recuo de 3,1% em março frente a fevereiro. Os números também são negativos no acumulado de 12 meses (-2,7%). Entretanto, houve alta em março na comparação com igual período do ano passado (7,7%) e no trimestre (4,8%).
A massa salarial real também caiu quando se compara março com fevereiro (-0,8%), porém Julia Silper salienta que no mês anterior houve alguns pagamentos esporádicos, o que contribuiu para a redução. Os números também são negativos quando comparados a março do ano passado (-2,5%), no acumulado de 2021 (-1,8%) e no acumulado de 12 meses (-2,3%).
Retrações também foram verificadas no rendimento médio mensal, sendo de 1,3% na comparação entre março e fevereiro, de 3,1% na comparação entre março de 2021 e março de 2020, de 1,3% no acumulado de 2021 e de 0,2% no acumulado de 12 meses.
Por fim, a utilização da capacidade instalada do setor industrial mineiro ficou em 83,2% no mês de março, o que representa queda de 0,7 ponto percentual (p.p.) quando comparada ao mês de fevereiro (83,9%). Entretanto, o índice ainda está acima da média histórica (82,6%).
Expectativas para o setor industrial mineiro
O setor industrial mineiro, apesar dos desafios, deverá viver os reflexos de algumas situações que contribuirão positivamente para o seu desenvolvimento. Julia Silper salienta que entre elas estão os programas governamentais, como o auxílio emergencial e o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).
“Além disso, o avanço da vacinação contra a Covid-19 tende a contribuir para a retomada e reabertura da economia”, diz ela.
Porém, também existirão os desafios. “O elevado grau de endividamento do governo e o atraso na aprovação de reformas estruturais fundamentais para a indústria deverão contribuir para a manutenção do clima de incertezas no País, afetando negativamente a recuperação da economia”, diz o conteúdo divulgado pela Fiemg.
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