Por Sandra Carvalho | Diário do Comércio
Conforme estimativas da companhia, em dez anos, as aplicações de nióbio fora da tradicional utilização na siderurgia devem responder por até 35% das vendas. Entre as principais apostas fora do core business, está o programa de baterias, que contará neste ano com aportes de R$ 60 milhões, valor 60% superior ao investido no ano passado.
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Mas a maior fatia dos investimentos em pesquisa e inovação fica ainda com a siderurgia, cujo programa receberá, em 2021, aportes de R$ 100 milhões. “Nosso core continua sendo uma grande fonte de crescimento para os próximos cinco ou dez anos. O mundo inteiro quer nióbio para ter o aço mais leve e de alta resistência”, informou o gerente executivo de Estratégia e Novos Negócios da CBMM, Rodrigo Amado.
Segundo ele, no setor siderúrgico, há iniciativas voltadas, principalmente, para a área de infraestrutura, que representa mais de 80% do volume de vendas da companhia. Em infraestrutura, cerca de 40% das aplicações de nióbio se destinam à construção. “O nióbio faz com que projetos fiquem mais resistentes, reduz a quantidade de materiais e traz uma série de benefícios ao setor, entre eles, ambientais”, explica.
Entre as inovações em desenvolvimento pela empresa nesse segmento, está o próprio prédio da CBMM em Araxá, no Alto Paranaíba, cuja construção serviu de laboratório. Como resultado, houve redução de 21% no peso total da infraestrutura e de 17% nos custos.
Segundo Amado, as pesquisas e estudos em nióbio da CBMM envolvem desde o financiamento de startups, parcerias com clientes e projetos científicos em instituições no Brasil e outros países como, por exemplo, o MIT, nos EUA. O head de inovação também destacou programas de pesquisa em nióbio nas áreas aeroespacial (ligas para turbinas), desenvolvimento óptico (uso em câmeras e painéis solares) e células de hidrogênio (como solução para armazenamento de energia).
Automotivo
Outra linha de pesquisa e desenvolvimento da siderúrgica é o setor automotivo, com destaque para o Programa de Baterias. A estimativa da empresa é que o segmento de baterias de carros elétricos responda por uma boa fatia (em torno de 25%) das vendas de nióbio fora da siderurgia em dez anos.
“Estamos negociando startups internacionais que possam acelerar o desenvolvimento dessa frente”, revelou. Mas as baterias estão longe de ser a única aplicação do nióbio no setor automotivo. “Há aplicações nos recarregadores, sistemas de freio, parte das rodas e no próprio design do carro. Os veículos ficam mais leves e mais eficientes com o uso de nióbio em suas peças e implementos”, acrescentou.
Também são realizados programas de desenvolvimento na área fabril, em Araxá, que recebeu nos últimos anos investimentos em expansão de R$ 3 bilhões, dentro do plano estratégico de dobrar a produção até 2030.
Como já noticiado, uma nova planta fabril será inaugurada até o final deste mês e ampliará a capacidade de produção para 150 mil toneladas/ano. Em 2020, a companhia comercializou 72 mil toneladas de nióbio (incluindo ferronióbio e produtos especiais), queda de 20% em relação a 2019. Os principais mercados da empresa são Japão, China Coreia, Índia, Europa, Brasil e Estados Unidos.
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