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quarta-feira, 31 de março de 2021

Deputado Alexandre Freitas quer que Favelização seja discutida no Plano Diretor do Rio de Janeiro (VIDEO)

Alexandre Freitas diz em vídeo que quer verticalização e título de propriedade nas favelas, e critica Brizola e Pereira Passos pela atual situação

Por Quintino Gomes Freire | Diário do Rio

O deputado estadual Alexandre Freitas (NOVO-RJ) defende a liberação das restrições de plano diretor para construção civil nas favelas como solução para atender à demanda por moradia e conter o seu crescimento, principalmente no Rio de Janeiro. A ideia foi lançada pelo deputado no seu novo canal do YouTube, o “Parlamentando”, que tratou de um dos principais problemas urbanos do país, tema pouco discutido pelos políticos: a favelização das cidades.

Divulgação

“Como na maior parte dos bairros do Rio de Janeiro, quase todos os morros são tomados por favelas, e muitas delas são muito mais populosas do que várias cidades do estado do Rio de Janeiro. Isso significa que milhões de pessoas sofrem com condições precárias de moradia, mas, principalmente, de insegurança, pois são dominadas por narcoterroristas e milícias, que são dois dos principais problemas que afetam as comunidades”, afirma o deputado.

No vídeo, Freitas aponta políticos históricos como responsáveis pelo processo de favelização do Rio de Janeiro, que tem raízes na própria história do país. Sem rodeios, abre o vídeo com a imagem do ex-prefeito do Rio Pereira Passos, do ex-governador Leonel Brizola e do ex-presidente do Brasil Getúlio Vargas, destacados com a frase: “A c* que fizeram”.

Segundo o parlamentar, a primeira favela do Rio, no Morro da Providência, no Centro da Cidade, surgiu como alternativa de moradias de famílias pobres expulsas de cortiços derrubados na reforma da cidade inspirada em Paris, realizada por Pereira Passos no início do século passado. O morro já era ocupado pelos soldados combatentes da guerra de Canudos, que foram frustrados na promessa da terra prometida.

“Com a revitalização dos grandes centros, vieram mais burocracia e regras para as construções, isso desestimulou o mercado, elevando os preços dos aluguéis e colocando os mais pobres ainda mais para a marginalidade”, conta o deputado. O ex-presidente Getúlio Vargas, segundo Freitas, também contribuiu para a crise da moradia nas cidades, quando tentou tabelar os preços dos aluguéis, mas a medida fracassou e agravou ainda mais o problema.

Além das interferências políticas no custo das moradias, Alexandre Freitas também atribui à política o agravamento de problema que aflige os moradores de favela, que é a segurança pública. Na sua opinião, outra herança maldita que deixa reflexos até hoje foi a decisão do ex-governador Brizola, que impediu a polícia de subir os morros para fazer operações combater a criminalidade, gerando, como reflexo direto e indireto daquela época, regiões da cidade praticamente intocáveis pelas forças policiais.

“Após tantos anos de descaso dos políticos, hoje nós temos mais de 1,3 milhão de pessoas ocupando as favelas da cidade do Rio de Janeiro e em quase todas elas sem acesso à saúde, saneamento básico e educação de qualidade e, principalmente, tendo que suportar o crime organizado na porta da sua casa”.

A solução desse problema, na sua visão, é a urbanização das favelas. “O primeiro passo é acabar com as restrições do Plano Diretor. A gente precisa verticalizar as favelas, principalmente, a cidade do Rio de Janeiro. Quanto mais andares a gente tiver, mais barato fica a habitação. É uma questão básica de lei de oferta e demanda”, afirma.

Defensor da titularização das propriedades das favelas, Alexandre Freitas observa que muitos moradores, por não terem comprovante de residência, não conseguem sequer abrir uma conta no banco, além de não terem acesso a diversas outras coisas dentro da nossa sociedade.

“Manter essas pessoas isoladas dos serviços básicos que devem ser providos pelo estado agrava ainda mais a insegurança gerada pelo crime organizado e esse, sim, precisa ser combatido fortemente, já que hoje a gente tem praticamente um estado paralelo, que se beneficia dessa desorganização orquestrada”, diz.

Para as favelas que ficam longe dos centros, o parlamentar defende que é preciso é reindustrializar o estado, atrair empresas, para que elas gerem empregos mais próximo dessas pessoas.


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