Especialistas de meio ambiente dizem que propostas do governo de Minas causariam grandes impactos ambientais. Projeto ainda está em consultoria pública
"Queremos que outros estudos sejam feitos. Não para que se amenize o impacto, mas para que a via não passe pelas serras", disse Fred Lana, conselheiro do Consultivo do Parque do Rola-Moça.
A Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) já havia apresentado proposta, mas conselheiros apontam que é necessário que o próprio Governo de Minas faça um novo estudo detalhado para alternativas para a região.
Isso porque há sítios arqueológicos na região, além de um forte antigo – o Forte de Brumadinho, datado do século 18, que servia ao tráfego de pessoas e mercadorias – e de uma estrada: a Estrada da Serra da Calçada, também construída no século 18, que vinha de São Paulo e Oeste de Minas, pelo Vale do Paraopeba, até Ouro Preto (caminho de Bandeirantes), passando dentro de Piedade do Paraopeba, seguindo por Morro Vermelho, Tutaméia e subindo a serra ao Sul do Forte de Brumadinho, com trechos calçados.
Fred ainda pontua que a Serra da Calçada também é um dos principais pontos de lazer para moradores de região. "É o local para andar de bicicleta, para encontro das famílias. Imagina receber o trânsito da BR-040? Não adianta resolver um problema causando outro", questionou.
Ele frisa que a entidade não é contra a construção do Rodoanel: "Pelo contrário, sabemos que é extremamente importante para o trânsito de Belo Horizonte".
O conselho pede o posicionamento da Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Smed), da Vale, das prefeituras de Ibirité, Brumadinho, Nova Lima e do Iepha-MG.
O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, disse na terça-feira (10/2) em coletiva de imprensa que "a maior preocupação é com a Serra do Rola-Moça e Calçada, onde passará a alça Sul".
Ele informa estar em diálogo com o conselho e com a associação, com reunião marcada para esta semana.
Está disponível a consulta pública para o edital do projeto do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte.
Por meio de uma página no site do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a população pode acessar a minuta do edital, estudos de engenharia, econômico-financeiros e jurídicos do projeto.
Interessados em participar podem enviar sua contribuição para o e-mail rodoanelmetropolitano@infraestrutura.mg.gov.br, levando em conta o modelo de questionamentos disponibilizado nos arquivos. A consulta pública termina em 22 de março.
O Rodoanel
O contrato para o inicio das obras do Rodoanel Metropolitano de BH deve ser assinado até o final deste ano. O início das obras, porém, deve ocorrer em 2023, com entrega daqui a cinco anos.
O governo de Minas espera que a nova via desafogue o trânsito de Belo Horizonte, além de trazer outros benefícios sociais e econômicos.
Estudos indicam que o Rodoanel Metropolitano (trechos Norte e Sul) vai contribuir para a redução de cerca de 1 mil acidentes por ano na Grande BH.
A ideia é que o anel viário tenha 100 quilômetros de extensão: 17 quilômetros pela alça Sul; 13,28 quilômetros pela alça Sudoeste; 25,8 quilômetros pela alça Oeste; e 43,9 quilômetros pela alça Norte.
Larissa Ricci | Estado de Minas
O Conselho Consultivo do Parque do Rola-Moça voltou a afirmar que não aceita nenhum traçado do Rodoanel pelas serras do Rola-Moça e Calçada, na Grande BH, e pediu que o Governo de Minas faça um novo estudo detalhado.
Governo estima que o Rodoanel Metropolitano pode diminuir em torno de 1 mil acidentes por ano só com a redução de fluxo no Anel Rodoviário | Leandro Couri/EM/D.A Press |
"Queremos que outros estudos sejam feitos. Não para que se amenize o impacto, mas para que a via não passe pelas serras", disse Fred Lana, conselheiro do Consultivo do Parque do Rola-Moça.
A Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) já havia apresentado proposta, mas conselheiros apontam que é necessário que o próprio Governo de Minas faça um novo estudo detalhado para alternativas para a região.
Isso porque há sítios arqueológicos na região, além de um forte antigo – o Forte de Brumadinho, datado do século 18, que servia ao tráfego de pessoas e mercadorias – e de uma estrada: a Estrada da Serra da Calçada, também construída no século 18, que vinha de São Paulo e Oeste de Minas, pelo Vale do Paraopeba, até Ouro Preto (caminho de Bandeirantes), passando dentro de Piedade do Paraopeba, seguindo por Morro Vermelho, Tutaméia e subindo a serra ao Sul do Forte de Brumadinho, com trechos calçados.
Fred ainda pontua que a Serra da Calçada também é um dos principais pontos de lazer para moradores de região. "É o local para andar de bicicleta, para encontro das famílias. Imagina receber o trânsito da BR-040? Não adianta resolver um problema causando outro", questionou.
Ele frisa que a entidade não é contra a construção do Rodoanel: "Pelo contrário, sabemos que é extremamente importante para o trânsito de Belo Horizonte".
O conselho pede o posicionamento da Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Smed), da Vale, das prefeituras de Ibirité, Brumadinho, Nova Lima e do Iepha-MG.
O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, disse na terça-feira (10/2) em coletiva de imprensa que "a maior preocupação é com a Serra do Rola-Moça e Calçada, onde passará a alça Sul".
Ele informa estar em diálogo com o conselho e com a associação, com reunião marcada para esta semana.
Está disponível a consulta pública para o edital do projeto do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte.
Por meio de uma página no site do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a população pode acessar a minuta do edital, estudos de engenharia, econômico-financeiros e jurídicos do projeto.
Interessados em participar podem enviar sua contribuição para o e-mail rodoanelmetropolitano@infraestrutura.mg.gov.br, levando em conta o modelo de questionamentos disponibilizado nos arquivos. A consulta pública termina em 22 de março.
O Rodoanel
O contrato para o inicio das obras do Rodoanel Metropolitano de BH deve ser assinado até o final deste ano. O início das obras, porém, deve ocorrer em 2023, com entrega daqui a cinco anos.
O governo de Minas espera que a nova via desafogue o trânsito de Belo Horizonte, além de trazer outros benefícios sociais e econômicos.
Estudos indicam que o Rodoanel Metropolitano (trechos Norte e Sul) vai contribuir para a redução de cerca de 1 mil acidentes por ano na Grande BH.
A ideia é que o anel viário tenha 100 quilômetros de extensão: 17 quilômetros pela alça Sul; 13,28 quilômetros pela alça Sudoeste; 25,8 quilômetros pela alça Oeste; e 43,9 quilômetros pela alça Norte.
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