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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

“Vamos revitalizar a área do terminal central”, diz novo secretário da Sepud em Joinville

Em entrevista ao ND+, Marcel Virmond Vieira falou sobre os planos para o transporte coletivo, a infraestrutura e a tecnologia na maior cidade de SC

Juliane Guerreiro | nd+ Joinville


O portal ND+ inicia nesta quinta-feira (14) uma série de entrevistas com os novos secretários de Joinville. O objetivo é conhecer os desafios, as prioridades e os planos de cada pasta para os próximos quatro anos.

Marcel Virmond Vieira é o novo secretário da Sepud – Foto: Jaksson Zanco/ND

E o primeiro entrevistado é Marcel Virmond Vieira, novo secretário de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável. Ele é especialista em desenvolvimento urbano e em gerenciamento ambiental, além de ser professor. Também foi arquiteto na Seinfra, diretor executivo no antigo IPPUJ e na Seplan e consultor na Secretaria de Desenvolvimento Regional.

“Ser chamado através de um processo seletivo que reconheceu a minha trajetória me deixou muito feliz e orgulhoso. E esse espírito de equipe, de ter portas abertas, me deixa muito feliz e acho que vamos realizar muitos projetos. Além disso, a motivação que eu tenho visto na equipe é muito legal”, avalia Marcel. 

Confira a entrevista:

Quais os principais desafios e prioridades da pasta neste primeiro momento?


A prioridade número um é o que o prefeito está chamando de mutirão do embelezamento e o mutirão da desburocratização. Nossa secretaria tem duas áreas: no planejamento urbano, estamos acompanhando a Secretaria do Meio Ambiente, Seinfra e outras entidades envolvidas nesse trabalho de recuperação da área central e em diversos bairros. Na área central, tem a recuperação dos pavimentos impactados pela obra do rio Mathias e algumas praças. Nos bairros da cidade, tem as áreas de lazer, parques, manutenção e atenção especial por parte da prefeitura.

Em relação ao mutirão da desburocratização, a gente tem uma postura de simplificar, desburocratizar e já tem projetos em andamento. Também tem projetos que são do Governo Federal que necessitam de atenção do município para simplificação na obtenção de licenças e alvarás, um trabalho que envolve a Sama, a Procuradoria para que, naquilo que depender apenas do município, possa implantar o mais rápido possível. Além disso, tem que identificar quais as ações que podem ser repassadas para os nossos representantes, os deputados, para encaminhar questões a nível federal e estadual.

No longo prazo, a visão na área do desenvolvimento é aplicar as ações de fomento ao empreendedorismo. Também existe um projeto que a gente chama de Farol, cuja ideia é ter uma unidade que vá fazer o apoio a todo tipo de empreendimento, inclusive empreendedorismo social, cultural e esportivo. Mas também tem a questão de resgatar a nossa conexão com a grande indústria de Joinville: nos últimos anos, se fala muito em startups e tecnologias disruptivas e esquece-se que a gente tem já um parque industrial que, em diversos casos, é líder mundial no seu setor. Temos grandes empresas que são geradoras de demanda de tecnologia e a gente quer produzir integração, conexão entre os centros tecnológicos que temos na região com os centros tecnológicos de grandes indústrias.

Já na área do planejamento urbano, no longo prazo, temos duas linhas: uma que é a reestruturação dos projetos especiais, que são os que têm grande impacto na estruturação da cidade. A gente teve, há 20 anos, uma geração de projetos para a rede de transporte coletivo, escolas padrão, projeto Beira-mangue. Essa nova geração de projetos especiais vai continuar o trabalho de gestão que envolve o planejamento urbano, o Conselho da Cidade, todas as ações de identificar e acompanhar a transformação permanente e ajustar. Então, são grandes ações que estão em pauta, que já são pautas da cidade, como a expansão urbana nas zonas Norte e Sul e que são mais técnicas.

Também queremos entender qual é o impacto da tecnologia no comércio, como o Centro de Joinville pode ser ressignificado para que não se torne um centro urbano decadente como já aconteceu em grandes cidades brasileiras no passado. Também pensar em como expandir o território sem impactar de forma negativa a nossa paisagem rural e o meio ambiente. Nós ganhamos do governo a liberdade de pensar, então está todo mundo muito motivado, muito contente.

Ainda durante a campanha, o ND+ falou com especialistas de diversas áreas, entre elas infraestrutura e mobilidade urbana. E a prioridade elencada nessas áreas foi tornar Joinville uma cidade inteligente e conectada. O senhor concorda com isso? Quais são os planos nesse sentido?


O que me preocupa é que esses títulos viram clichês. Não é uma coisa que se tem que partir da estaca zero. A gente tem empresas líderes nos seus segmentos, temos um sistema de iluminação pública modernizado na última gestão e que permite instalar uma rede de informática. Existem projetos da Águas de Joinville de monitoramento para saber quanto cada unidade está consumindo em tempo real. Já tem sistema de monitoramento no trânsito que faz contagem de tráfego em 60 pontos da cidade. Já temos muita coisa em funcionamento e a ideia é aprimorar, atualizar e incorporar mais coisas.

Então está faltando mobilização, isso é o que torna a cidade inteligente. Estimular o setor cultural: nós temos o Bolshoi que é a jóia da cultura, o maior festival de dança do mundo, as artes plásticas, os Irmãos Feitosa, o Juarez Machado. A cidade inteligente não é só aquela que tem uma anteninha de internet conectando tudo, mas que usa suas potencialidades para fazer modificações positivas e trazer qualidade para as pessoas que vivem na cidade. Se quero ter uma cidade de pessoas criativas, preciso ter uma cidade com lazer, cultura e áreas verdes. Esse é o perfil de uma cidade inteligente. Ela não é só cheia de sisteminhas tecnológicos, mas onde os pólos de inteligência estão conectados em rede, tanto os físicos, mas principalmente de relacionamento humano.

Entre outras propostas do plano de governo do Novo, estão a integração de bicicletas com ônibus, implantando bicicletários nos terminais e até permitindo levar bicicletas nos ônibus. Já há planos pra isso?

Há planos e estudos. Joinville tem vantagem porque o sistema integrado de transporte já começou a ser concebido nos anos 1980 e vem sofrendo evolução permanente. Joinville foi uma das primeiras cidades a ter passagem eletrônica e isso já faz 20 anos. Então, com a reorganização da licitação do transporte coletivo, o que se pretende é incorporar uma série de inovações. São linhas interterminais que possam levar bicicletas, bicicletários, ciclofaixas e ciclovias para poder permitir que a pessoa se desloque com segurança e conforto. São ações de médio e longo prazo, mas estão na pauta.

E quanto aos modais alternativos de transporte. O que Joinville precisa para implementá-los?


O funcionamento do transporte público é bastante complicado, não só juridicamente, mas também na forma de operação, a logística é complicada. Idealmente, você pega ônibus no seu bairro e já deveria ter, no terminal, um outro ônibus para você pegar.

Nos últimos anos, existe a questão dos aplicativos, do Uber. Os modais alternativos estão acontecendo: há uma retomada da bicicleta. Antes, Joinville tinha uma estrutura pendular, em que a pessoa morava no Sul e trabalhava no Norte. Hoje já existe comércio, serviço e educação em todas as regiões da cidade, então os deslocamentos têm uma pulverização maior. Vamos estudar como acompanhar essas transformações da cidade e o que essas tecnologias disruptivas trouxeram sem tirar do cidadão o seu direito à mobilidade. O cobertor é curto, então as ações têm que ser feitas com muito estudo.

O terminal de ônibus foi bem debatido durante a campanha, muitos queriam tirá-lo dali, enquanto outros achavam melhor deixá-lo. Qual é a sua opinião sobre o assunto?

A gente tem uma visão de que não se pode tratar o transporte coletivo de forma isolada. Então, a tecnologia permite fazer a integração sem ter um terminal físico, pode ter cartão. Entretanto, quando a gente fala em revitalizar a área central, tem que lembrar que o terminal é a grande área do comércio do Centro. Por ele, passam 80 mil passageiros por dia.

Se o terminal fosse simplesmente tirado, causaria impacto. Pode-se observar que todos os caminhos que levam ao terminal são as ruas onde o comércio é mais vibrante. Essas mudanças não podem ser feitas pensando só na operacionalização do transporte. Então, a visão é de uma modernização para que o espaço seja ampliado e possa ter outras utilizações, que é um projeto que ainda vamos desenvolver.

Toda a praça será trabalhada como um complexo de lazer, cultura e esporte integrado com o transporte. É um dos grandes projetos especiais que seria ressignificar essa área, que vai do rio Cachoeira até o terminal. Será um grande centro de eventos com parte descoberta e coberta, integrando o ginásio Abel Schulz e o espelho d’água. É uma das nossas missões.

No plano de governo de Adriano, fala-se em atacar os gargalos de mobilidade que a cidade apresenta hoje. Quais gargalos são esses e quais são as medidas que podem ajudar?

Nós temos um mapeamento de mais de 150 pontos de estrangulamento do tráfego. Hoje, temos um monitoramento através da Guarda Municipal, Detrans, informações do Samu, das ocorrências de trânsito. Temos uma pesquisa em tempo real que está acompanhando o deslocamento das pessoas de forma permanente. Tem informações da parceria com o Waze. Então, a gente tem um manancial de informações técnicas para fazer um diagnóstico.

Em relação às ações, existem aquelas físicas, como implantar novos binários, novos eixos como o projeto da Almirante Jaceguay, a rua Urussanga, as pontes que estamos avaliando qual pode ser feita de imediato. E também temos trabalho no controle de tráfego com semáforos inteligentes. Para ampliar essa rede, já existem sistemas mais novos e modernos para que possa ter uma assistência ao motorista em tempo real, com semáforos regulando o tempo. E essa promoção de infraestrutura que a gente tem que viabilizar. As obras do PAC vão ser agilizadas, há novas obras na rua Helmuth Falgatter que o resultado vai ser bom de qualificação de trânsito para o pedestre, o ciclista, o transporte coletivo e o automóvel.

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