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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Oito empresas produzirão baterias de lítio em Minas

Com investimentos de US$ 3,5 bilhões nos próximos seis anos, o Aeroporto Industrial localizado em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), vai abrigar um grupo de indústrias de baterias de lítio, componentes e veículos elétricos.

Por Mara Bianchetti | Diário do Comércio

Trata-se da Colossus Cluster Minas Gerais, que reúne oito empresas do Vale do Silício, que viram no Estado um ecossistema propositivo e convergente às suas propostas e projetos dentro da chamada economia verde.

As negociações com a BH Airport preveem o início das operações da Colossus Cluster Minas Gerais em dois anos | Crédito: Divulgação/BH Airport

É o que explica o CEO da ArqBravo Group In, Eduardo Javier Muñoz. “Nossa escolha por investir em Minas Gerais tem muita relação com o posicionamento do Estado como polo de atração de investimentos, inovação e tecnologia. Temos encontrado um ecossistema muito propositivo e de muita ajuda que tem facilitado os processos. O Brasil naturalmente, pelo tamanho do mercado, já era um dos mercados almejados por nossas empresas na América Latina, e Minas se destacou por estes e outros motivos, como a própria cadeia automotiva que abriga”, detalhou.

Segundo ele, a intenção é iniciar as obras de instalação no aeroporto industrial no segundo semestre de 2021. Já as operações estão previstas para 2022. Para isso, as negociações com a BH Airport, concessionária que administra o local, já estão em andamento.

“A decisão está tomada, já assinamos o acordo de intenção de investimentos e agora as equipes trabalham no avanço do projeto e posterior execução. Iniciaremos em uma área de 46 hectares, mas poderemos chegar a 100 hectares, pois o projeto inclui áreas de expansão”, afirmou.

No local, as empresas especializadas na fabricação de itens voltados para descarbonização irão produzir baterias de lítio e seus componentes, bem como veículos elétricos para transporte de pessoas e mercadorias, como táxis, vans e ônibus. A capacidade produtiva do cluster, conforme o executivo, será de 35 gigawatts em baterias.

“Já no que essas baterias vão se transformar vai depender mais do mercado do que de nós. A demanda é crescente, pois o mundo está indo na direção da economia verde. Tanto na Europa como nos Estados Unidos há dezenas de bilhões de dólares sendo destinados à área, que hoje é vista, inclusive, como uma saída da crise econômica imposta pela pandemia, sem contar a mitigação da crise climática”, completou.

Sócios locais 

Além das empresas vindas do Vale do Silício, o Colossus Cluster Minas Gerais também contará com sócios locais. É que a intenção, de acordo com Muñoz, é criar um ecossistema para desenvolvimento da indústria 4.0, para ele, a maior revolução dos últimos tempos.

“Uma indústria integrada exige tecnologias, coalisão de empresas com diferentes expertises e tecnologias e, porque não, de diferentes lugares. É isso que pretendemos fazer para mudar a realidade das cidades brasileiras e da América Latina”, revelou. Assim, os itens fabricados no aeroporto industrial serão comercializados em grande parte para todo o País, mas também para os vizinhos latinos.

Este é o primeiro projeto com foco industrial do grupo no Brasil. Mas as empresas também integram a EvShare Foundation, uma fundação voltada para o auxílio de governos e corporações na descarbonização do meio ambiente. Neste sentido, está em curso um projeto de modernização e eletrificação dos táxis de Belém do Pará. Ao todo, 1.100 carros serão substituídos por veículos elétricos de última geração, sistemas de segurança, pagamento digitalizado e aplicativo moderno.

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