Agência Minas
A terceira etapa da metodologia do Programa Água Doce (PAD) em poços tubulares nas comunidades rurais do semiárido mineiro já começou, com a realização das análises físico-química e bacteriológica da água, o que envolve a avaliação de mais de 50 substâncias. O trabalho está sendo realizado pela empresa vencedora do processo licitatório para executar parte do programa em Minas, sob coordenação do Núcleo Estadual de Gestão do Programa Água Doce.
A terceira etapa da metodologia do Programa Água Doce (PAD) em poços tubulares nas comunidades rurais do semiárido mineiro já começou, com a realização das análises físico-química e bacteriológica da água, o que envolve a avaliação de mais de 50 substâncias. O trabalho está sendo realizado pela empresa vencedora do processo licitatório para executar parte do programa em Minas, sob coordenação do Núcleo Estadual de Gestão do Programa Água Doce.
Outro diferencial do PAD é a gestão compartilhada dos sistemas de dessalinização, com participação efetiva das comunidades | Divulgação / GMG/ Cedec |
O objetivo é levar água de qualidade, própria para o consumo, a cerca de 30 mil pessoas no semiárido mineiro até o final de 2021, beneficiando 69 comunidades rurais na região. Nesta terceira etapa, que teve início no dia 4/12, serão executados 54 testes nos municípios de Rubelita, Espinosa, Mato Verde, Monte Azul, Porteirinha, Jacinto, Jordânia, São João do Paraíso, Araçuaí, Ninheira, Pai Pedro e Rubim. Os testes de vazão são realizados para se conhecer a real integridade dos poços selecionados, a quantidade e a qualidade da água oferecida, além de avaliar a compatibilidade com os requisitos exigidos pelo programa para, posteriormente, executar a instalação do sistema de dessalinização.
O PAD é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), desenvolvida em parceria com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (GMG/Cedec), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene).
Etapas
A iniciativa prevê a realização de 279 diagnósticos socioambientais e a seleção de 138 comunidades, onde serão realizados os testes de vazão. Após concluídas as etapas anteriores, será aplicada, nos poços selecionados, uma substância derivada do cloro para eliminação dos microrganismos que se alojam em poços antigos, que se encontram abertos e fora de uso.
Além disso, é feita a injeção de ar para dentro do poço com objetivo de limpar, desobstruir e recuperar a profundidade e a capacidade de vazão, antes da realização dos testes de vazão propriamente ditos. A fase final do projeto prevê monitoramento e manutenção das estações, com visitas técnicas sendo realizadas quatro vezes ao ano.
Comunidades
Segundo o coordenador do Programa Água Doce em Minas, capitão da Polícia Militar, José Ocimar de Andrade Junior, os testes de vazão ocorrem em comunidades já consideradas aptas pelos diagnósticos socioambientais. “Outras comunidades vão sendo diagnosticadas simultaneamente e, em breve, projetos executivos serão iniciados, o que torna o Programa Água Doce um sistema dinâmico e eficiente”, ressalta.
Oito comunidades pertencentes ao município de Porteirinha terão os poços tubulares submetidos aos testes de vazão. Os trabalhos começaram nessa quinta-feira (10/12). Em seguida, serão selecionadas 69 localidades onde serão concluídos os projetos executivos. Ainda em 2021 começam as intervenções para recuperação de poços e de construção de estações de dessalinização de água, para torná-la apta ao consumo humano.
O programa
O Programa Água Doce é executado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), por meio de parcerias com os estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e Minas Gerais. São dez convênios em execução, com investimento de aproximadamente R$ 260 milhões, para fornecer água de qualidade a 1,2 mil comunidades rurais do semiárido brasileiro.
Outro diferencial do PAD é a gestão compartilhada dos sistemas de dessalinização, com participação efetiva das comunidades e de representantes dos municípios, estados e governo federal. Em cada local são elaborados os “acordos de gestão compartilhada”, instrumentos que definem as responsabilidades das partes na gestão.
PAD em Minas
Em 2012, o Governo do Estado firmou convênio com o governo federal para implantação do PAD em Minas Gerais. Mas somente neste ano o programa foi retomado e obteve avanços consideráveis. O convênio visa à implementação de tecnologias alternativas para atender, prioritariamente, as populações de baixa renda do semiárido brasileiro, tendo em vista que cerca de 70% dos poços da região semiárida do Brasil apresentam águas salobras ou salinas, e a água subterrânea, muitas vezes, é a única fonte disponível para as comunidades.
O acordo assinado nesta gestão viabiliza a execução do PAD em uma atuação conjunta no desenvolvimento do programa, especialmente no que diz respeito à disponibilidade de profissionais técnicos nas respectivas áreas de atuação. Isso garante que todo o seu recurso seja aplicado no objetivo final: levar água de qualidade à população do semiárido de Minas Gerais.
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