Por Ana Carolina Dias Schenk | Diário do Comércio
O faturamento industrial geral cresceu pelo quinto mês consecutivo, com aumento de 1% em setembro frente a agosto. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o índice geral subiu 7% e, no acumulado do ano até setembro, o faturamento apresentou recuo de 2,7%. Nos últimos 12 meses, o indicador diminuiu 3,2%.
Segundo a analista de estudos econômicos da Fiemg, Júlia Silper, os números estão relacionados, principalmente, à retomada das atividades após a paralisação para atender às medidas de isolamento social, mas ressalta que a recuperação ainda é gradual.
“Antes da pandemia a atividade já vinha crescendo num ritmo mais lento e ainda é necessária uma recuperação de índices como a capacidade instalada no acumulado do ano, por exemplo”, diz.
Segundo a pesquisa, as horas trabalhadas na produção avançaram 1,9% na base comparativa de setembro com agosto e 2% na comparação com setembro de 2019. No acumulado do ano, as horas trabalhadas registraram queda de 5%, explicada pelo recuo de 6,3% na indústria de transformação.
Na comparação com agosto, o emprego da indústria geral cresceu 0,4%, já se comparado com setembro de 2019, o índice geral teve queda de 2,3%. De janeiro a setembro, o emprego cresceu 0,2% e, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice avançou 1,2%.
“O emprego se manteve praticamente estável no acumulado do ano e podemos associar isso como resultado do programa do governo federal de preservação de postos de trabalho e da renda, que contribuiu para que não houvesse uma queda brusca do emprego no período”, explica.
Expectativas
Para os próximos meses, Júlia Silper destaca que a expectativa é que a atividade industrial continue crescendo. No entanto, como as perdas em 2020 foram muito expressivas, ela acredita que esse crescimento ainda não será suficiente para reverter o cenário negativo e que existem entraves que podem comprometer o ritmo de recuperação da atividade econômica.
“Alguns fatores negativos colaboram para que o nível de recuperação seja um pouco mais lento. Por exemplo, pautas que estavam em discussão e não avançaram como a reforma tributária, o endividamento público, o fim do auxílio emergencial que estimulou o consumo nesse período, além das novas ondas da Covid-19 que já estamos vendo na Europa”, conclui a analista da Fiemg.
“Alguns fatores negativos colaboram para que o nível de recuperação seja um pouco mais lento. Por exemplo, pautas que estavam em discussão e não avançaram como a reforma tributária, o endividamento público, o fim do auxílio emergencial que estimulou o consumo nesse período, além das novas ondas da Covid-19 que já estamos vendo na Europa”, conclui a analista da Fiemg.
Nenhum comentário:
Postar um comentário