Portal Grande Tijuca
O portal Grande Tijuca começa a publicar uma série de entrevistas com os candidatos que disputarão a vaga de prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Por ordem de envio de respostas para nosso portal, o primeiro da série é FRED LUZ, do Novo.
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Fred Luz é carioca, tem 67 anos, é casado e tem três filhos e quatro netas. Com mais de 30 anos de experiência em gestão, é formado em Engenharia. Trabalhou na Petrobras por cinco anos e nas Lojas Americanas por 15. Depois foi sócio de uma grande empresa de roupas e vestuário carioca, dona da Richards e da Salinas. Em 2013, foi convidado a fazer parte da nova gestão do Flamengo. Nestas três últimas oportunidades, foi responsável pela reestruturação das gestões e pelo reequilíbrio financeiro.
Desanimado com os rumos do município e com os seus administradores, ingressou no Novo, sua única experiência com a política, por ter se identificado com as ideias do partido, o único que não usa dinheiro público para fazer campanha e que é contra o toma-lá-dá-cá da política tradicional. Em 2018 participou da equipe de transição do governador Romeu Zema em Minas Gerais, eleito pelo Novo. Por conta da indignação com os rumos do Rio, aceitou participar da seleção do partido para ser candidato a prefeito.
Por que você deseja ser prefeito (a) do Rio de Janeiro? O que te motivou a encarar o desafio?
Eu acredito que seja desejo da maioria da população resolver os problemas da cidade e me incluo nessa maioria. Creio também que, assim como acontece comigo, aconteça com muita gente o descrédito na possibilidade de se resolver com os políticos de sempre. Cansei de estar nesse jogo só com o papel de eleitor e sendo obrigado a escolher o menos pior para governar a cidade. Entendi que não adianta ficar reclamando, acusando. Resolvi entrar no jogo e dar a minha contribuição para resolver os problemas de um jeito que eu e o Partido Novo acreditamos ser o certo. Sou profissional com muita experiência em gestão, tendo integrado as equipes que foram responsáveis pela reformulação bem-sucedida das administrações nas Lojas Americanas, no grupo do qual faz parte a Richards e a Salinas e do Flamengo. Minha proposta é governar com gestão competente e tolerância zero com a corrupção.
Qual a importância da região administrativa da Grande Tijuca para a gestão pública. Quais seus principais projetos para a região?
Meu primeiro ato como prefeito eleito será arrumar a casa, com uma reforma dos processos de decisão da prefeitura. Vou garantir que as pessoas que ocuparão as funções de decisão na ponta, isto é, nas regiões administrativas e subprefeituras estejam qualificadas para corresponder às expectativas da população. Darei a estes gestores poder para decidir, junto com a sociedade local, os projetos que merecerão os recursos públicos. A população da Tijuca indicará suas prioridades e estes gestores, aprovados numa seleção rigorosa e não apadrinhados políticos, terão a tarefa de preparar os projetos e executá-los. Uma Prefeitura com as contas equilibradas, com tolerância zero para a corrupção e que dará poder de fato aos administradores locais terá melhores condições de resolver os problemas da Tijuca e de todas as outras regiões da cidade.
Caso seja eleito, quais são suas propostas para a gestão da saúde no município, principalmente pelo prisma da pandemia. Até porque, se eleito, ainda enfrentará o vírus.
A prefeitura administra as unidades de saúde para atender as pessoas em momentos de extrema angústia – a hora em que estão doentes. Então, o atendimento precisa levar esse fato em consideração. A tecnologia é um dos braços que pode transformar o atendimento na área de saúde, na marcação das consultas, no horário de chegada nos pontos de atendimento, com prontuário eletrônico que deixe com o médico mais tempo para ouvir o paciente e orientá-lo e para dar ao paciente e aos órgãos de atendimento condições de avaliar a qualidade do serviço. Estamos na era do celular, não é possível que a gente ainda não tenha um sistema em que o paciente possa usar a tecnologia que tem na palma da mão para ser atendido. Esta mesma tecnologia serve para que a Prefeitura monte sua base de dados para fazer o planejamento e o dimensionamento da rede, colocando gente pra atender de acordo com o perfil de cada região e com a quantidade de pacientes. Na rede privada, um paciente permanece, em média, 3 dias. Já na municipal são 12 dias! Se a gente conseguir chegar na média da rede privada, podemos quadruplicar nosso atendimento. Com relação à pandemia, vamos respeitar os protocolos criados pelas autoridades sanitárias e manter leitos para tratamento dos doentes disponíveis em toda a rede. As decisões serão sempre respaldadas em estudos científicos.
Uma das questões que os moradores da Grande Tijuca reclamam muito é segurança pública. Durante a pandemia, inclusive, na falta de "vítimas nas ruas", tivemos furtos de cabos de aço, portões de ferro, bicicletas. O que a Guarda Municipal realizará na sua gestão?
Em primeiro lugar, é preciso fazer um plano de segurança para a cidade, que envolva as forças federais, do Estado e a Guarda Municipal, com definição do papel de cada um. O prefeito precisa assumir que segurança é um assunto que também lhe compete e não ficar fingindo que não é com ele, como nossos gestores até agora. Depois, estabeleceremos as funções da GM, inclusive armada para algumas delas. Mas vamos fazer o treinamento intensivo dos agentes antes disso.
Um dos maiores problemas vividos pelos cariocas, incluindo moradores da Grande Tijuca, é o desemprego. A pandemia fez com que tradicionais empresas, restaurantes e demais comércios fechassem as portas. O que fazer para retomar a economia no município e como ter mais ofertas de empregos na cidade?
Vamos criar as condições para que o setor privado possa explorar todo o potencial que a cidade tem como centro turístico e de atividades econômicas. 67% do PIB da cidade é gerado no segmento de serviços, um setor altamente impactado pela falta de segurança, mas também pelo trânsito caótico, pelas calçadas com zero de qualidade, pela burocracia e outros problemas que a Prefeitura cria. Destravar é o caminho. Na pandemia, o prefeito liberou primeiro a atividade dos camelôs, deixando o comércio para depois. Mas são as atividades regulares que pagam impostos e geram empregos! Temos que acabar com este círculo vicioso. O desenvolvimento econômico só se dá numa cidade organizada, limpa e que valoriza seus empreendedores.
O Sambódromo foi alvo de polêmicas nos últimos Carnavais. O período de folia, inclusive, teve redução do investimento da Prefeitura. E é sabido o quão importante para a economia e turismo da cidade o período do Carnaval. Como será tratado o Carnaval na sua gestão? Vai ter mais investimento? E os blocos?
O que fazer para o turismo voltar a crescer? Os números relativos à atividade para uma cidade com o potencial que tem o Rio são vergonhosos. A revista Exame, há pouco tempo, publicou uma matéria que mostra claramente o problema que temos. A manchete foi: "Nem o Rio de Janeiro representa o Brasil no ranking de cidades mais visitadas" Isso em 2018. Em 2019, o Rio entrou no final da lista das 100 mais visitadas. Como isso é possível? Eu defendo que a Prefeitura tenha um papel de estimulador das atividades econômicas, destravando a brucracia, facilitando os projetos e ajudando a vender a imagem da cidade. O Carnaval é um grande alavancador do turismo e da geração de emprego e renda para os cariocas. Mas sou contra investir dinheiro público nas atividades privadas do Carnaval. Se a Prefeitura deixar a cidade arrumada para receber os turistas e atrair os investidores privados, o Carnaval da Sapucaí e as manifestações nas ruas acontecerão com muito brilho, alegria e segurança.
O Rio, depois das Olimpíadas, teve o "legado olímpico" de equipamentos esportivos que foram abandonados pelo poder público. Dinheiro público que está parado. O que planeja para estes espaços?
Quero entregar estes equipamentos à iniciativa privada para que estes espaços sejam utilizados e mantidos. Mais uma vez chamo a atenção para o problema da falta de uma gestão competente no Rio. Aqui se fez um plano de legado inexequível! Foi planejado que a Prefeitura teria que gastar o que não tem para manter estes equipamentos. Isso sempre dá errado! Em minha opinião, deveria ter sido prevista sua imediata entrega à iniciativa privada, logo após os Jogos de 2016.
Qual é o posicionamento do/a candidato/a sobre o Plano de Carreira dos Profissionais da Educação, o investimento na valorização e qualidade do trabalho e estrutura das escolas?
O que todo mundo chama de educação, precisamos chamar de aprendizado. Se os alunos não aprendem, a política está errada. 56% dos alunos do 3º ano (8 anos de idade) não sabiam ler em 2016. Em 2017, em matemática, 51% não sabiam o adequado para o 5º ano (10 anos de idade) e 81% não sabiam o adequado para o 9º. ano (14 anos de idade). Temos alto índice de reprovação no 3º e no 6º ao 8º ano. O que fazer? Focar na alfabetização, fazendo com que, com o uso de metodologias comprovadas, o aluno chegue ao final do primeiro ano alfabetizado. Tem que ter acompanhamento de dois em dois meses. Se o aluno não estiver aprendendo, aplica-se o reforço escolar ao longo do ano. Assim, não teremos reprovação no final do ano. Mas também não se deve ter aprovação automática nunca! O Rio gasta mais com educação e não consegue bons resultados. Enquanto isso, municípios do Nordeste estão dando exemplo para o país. Qual é o papel do prefeito? A prefeitura é quem pode dar ao aluno a oportunidade de gostar de aprender porque ela é responsável pelo primeiro contato da criança com o ensino. A educação acontece na escola e na família. O prefeito precisa conhecer o aluno, o professor e a família. É preciso saber como lidar com um aluno que estuda em área de conflitos, considerar as desigualdades e a qualidade do ambiente de ensino. Criar o conceito de gestão para os diretores das escolas, que vai resultar em redução de custos e eficiência. Apoiar os professores para que possam acompanhar seus alunos de perto e melhorar o desempenho. Sou a favor da reforma administrativa, que vai acabar com privilégios de categorias de servidores e melhorar os salários de outras, como é o caso dos professores, por meio de avaliações de mérito.
O estado do Rio tem tido, nos últimos governos, diversos casos de corrupção, com governadores cassados, presos e escândalos desvendados. Isso ocasionou uma 'falência' que resultou num pedido de recuperação fiscal. E há informações que o município também poderá ter problemas de fluxo de caixa. O que fazer para que a corrupção não se instale no seu governo e como fazer para o município arrecadar mais e evitar o mesmo caminho do Estado?
Acima de tudo, faremos uma gestão com tolerância zero com a corrupção e sem nomeações de apadrinhados políticos. Vamos reduzir despesas para aumentar investimentos, com o enxugamento da estrutura e do número de cargos comissionados; fazer a reforma da previdência municipal; fazer a reforma administrativa, que elimine privilégios, como os excessos de quem ganha acima do teto e também as injustiças com os funcionários que ganham abaixo do mercado. A Prefeitura precisa gastar menos do que recebe, aumentar suas receitas através do desenvolvimento econômico, estimulando os investimentos da iniciativa privada, desburocratizando, desregulamentando e apoiando os empreendedores. Jamais aumentarei alíquotas de impostos. Temos que sair deste círculo vicioso, que só vê saída para a crise financeira com aumento de impostos. Essa é a essência de uma boa gestão, coisa que o Rio nunca experimentou. O vício da administração pública é fazer orçamentos já considerando o déficit. Quem gasta mais do que recebe se endivida. É isso que tem que acabar.
Que recado deseja falar para os eleitores do Rio. Por que sua chapa é a melhor opção para o município?
A cidade do Rio é uma megalópole complexa, com demandas muito diversas e interligadas, que passa por uma grave crise financeira. É, portanto, fundamental que todos os gestores na Prefeitura, além de competentes e experientes e independente de sua área de atuação, trabalhem afinados, seguindo as mesmas diretrizes de gestão. Diretrizes simples, voltadas às demandas das pessoas que mais precisam, focadas na integração dos serviços prestados pela Prefeitura nos territórios e fundamentadas pelos princípios do Novo. Se os gestores remarem na mesma direção, no mesmo ritmo, é possível reverter a atual situação da cidade. Nossa proposta é fazer uma gestão competente e com tolerância zero para a corrupção!
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