Por Juliana Siqueira | Diário do Comércio
Os dados são do levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que tem nos 50 pontos o limite entre a confiança e a falta de confiança dos industriais do Estado.
Em julho, a atividade industrial no País atingiu níveis próximos dos registrados antes da crise desencadeada pela pandemia do Covid-19, diz a CNI | Crédito: Divulgação |
A gerente de economia da entidade, Daniela Muniz, ressalta que abril foi o mês mais impactado pela pandemia do novo coronavírus, chegando aos 33,4 pontos. Desde então, diz ela, os números permaneciam abaixo dos 50 pontos. Contudo, mesmo com a mudança do cenário, com a volta da confiança em agosto, Daniela frisa que o resultado ainda é 9 pontos inferior ao de fevereiro, no período pré-pandemia. Ou seja, as coisas ainda não voltaram a ser como antes. Em relação a agosto do ano passado (59,9 pontos), a retração foi de 5 pontos.
O que ajuda a explicar o resultado do oitavo mês deste ano são os componentes da pesquisa. O componente de condições atuais ainda está abaixo dos 50 pontos, embora tenha crescido 9,9 pontos em agosto (45,7 pontos) em relação a julho (35,8 pontos).
Ou seja, pondera a gerente de economia da Fiemg, os empresários estão com uma percepção menos negativa em relação à situação atual da economia do Estado, do País e dos seus empreendimentos, e não positiva. Em relação a agosto do ano passado (52 pontos), inclusive, houve recuo no índice, de 6,3 pontos.
O mesmo, porém, não se pode dizer sobre as perspectivas dos empresários em relação à economia mineira, brasileira e a dos seus empreendimentos nos próximos seis meses. Quando o assunto é o futuro breve, o componente de expectativas chegou aos 59,5 pontos em agosto, mostrando otimismo. O número representa um avanço de 4,2 pontos frente a julho (55,3 pontos). Houve retração, porém, em relação ao mesmo período de 2019 (63,8 pontos), de 4,3 pontos.
“A gente atribui o avanço do Índice de Confiança do Empresário Industrial à expectativa que os empresários têm de que o pior da crise ficou para trás. Isso embora a situação econômica ainda não esteja favorável”, diz Daniela Muniz, lembrando que os dados revelam que os industriais têm a percepção de que a situação atual não está boa. A confiança, portanto, está mais atrelada ao que está por vir.
Além disso, justifica a gerente de economia da Fiemg, tradicionalmente, o segundo semestre é mais aquecido para a indústria do que o primeiro, o que também ajuda a ter melhores perspectivas.
Incertezas
Apesar das boas expectativas, o cenário de incertezas permanece, conforme afirma Daniela Muniz. A demanda ainda continua frágil, diz ela. Os consumidores não se sentem confortáveis para gastar muito.
Além disso, a gerente de economia da Fiemg chama a atenção para outro ponto: existe uma incógnita acerca de como ficará a economia com o fim do auxílio emergencial e dos programas do Governo criados para ajudar a amenizar os efeitos da pandemia do Covid-19. Por mais que eles sejam renovados e existam expectativas em relação a isso, não se sabe o que virá quando realmente eles finalizarem, reforça Daniela Muniz.
Além disso, a gerente de economia da Fiemg chama a atenção para outro ponto: existe uma incógnita acerca de como ficará a economia com o fim do auxílio emergencial e dos programas do Governo criados para ajudar a amenizar os efeitos da pandemia do Covid-19. Por mais que eles sejam renovados e existam expectativas em relação a isso, não se sabe o que virá quando realmente eles finalizarem, reforça Daniela Muniz.
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