Por Aluizio Falcão Filho | Exame
Ontem, entrevistei ao vivo Filipe Sabará, pré-candidato do Partido Novo à prefeitura de São Paulo. Esta “live” foi a primeira de uma série de encontros que terei com os (no momento) pré-postulantes ao cargo de alcaide paulistano. Confesso que, à primeira vista, a juventude de Sabará me chocou um pouco. Com 37 anos, percebe-se que ele usou o velho truque de cultivar uma barba para parecer mais velho e trazer mais seriedade à figura um tanto juvenil. Seu discurso, no entanto, não tem nada de imaturo. Pelo contrário. Há uma exposição clara de ideias e uma defesa desbragada dos ideais do liberalismo, em especial a intenção de reduzir o tamanho do Estado, diminuir impostos e incentivar o empreendedorismo.
Ontem, entrevistei ao vivo Filipe Sabará, pré-candidato do Partido Novo à prefeitura de São Paulo. Esta “live” foi a primeira de uma série de encontros que terei com os (no momento) pré-postulantes ao cargo de alcaide paulistano. Confesso que, à primeira vista, a juventude de Sabará me chocou um pouco. Com 37 anos, percebe-se que ele usou o velho truque de cultivar uma barba para parecer mais velho e trazer mais seriedade à figura um tanto juvenil. Seu discurso, no entanto, não tem nada de imaturo. Pelo contrário. Há uma exposição clara de ideias e uma defesa desbragada dos ideais do liberalismo, em especial a intenção de reduzir o tamanho do Estado, diminuir impostos e incentivar o empreendedorismo.
Perguntei ao pré-candidato quando ele teria realizado que os tucanos seriam uma agremiação de esquerda, já que havia trabalhado na prefeitura como secretário e no governo (ambos gestão Doria) como presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo. Sabará retrucou que saiu nas duas ocasiões por decisão própria e que encontrou no Novo uma agremiação que correspondia perfeitamente a seu ideário e que, como ele, acreditava na meritocracia e liberalismo.
A meritocracia, por sinal, é implementada no partido até nas escolhas de pré-candidato. Filipe Sabará, por exemplo, entrou em um processo seletivo, coordenado pela empresa de headhunting Exec, para avaliar todos os que desejavam representar o Novo na eleição municipal. Numa primeira fase, enfrentou mais de setenta candidatos. Depois, sobraram seis e, por fim, três. Sabará teve de criar um plano de governo e participar de inúmeros debates até ser o vencedor do processo.
De sua entrevista, é possível destacar três pontos principais.
O primeiro: é preciso criar oportunidades de empreendedorismo na capital, aproveitando que os juros estão no patamar de dois por cento. Com isso, pode-se financiar atividades microempreendedoras na periferia, gerando renda àqueles que resolvem entrar na iniciativa privada. Um dado, neste pormenor, chega a assustar. Segundo Sabará, a cidade de São Paulo é responsável por apenas 3 % dos registros de MEIs (Microempreendedores Individuais) emitidos em todo o Brasil. Quando lembramos que a capital paulista é diretamente responsável por 10 % do PIB nacional, teríamos de gerar muito mais pequenos empresários – ou há uma quantidade gigantesca de microempreendedores na informalidade total. Nenhuma das alternativas é boa para os paulistanos.
Na saúde, Sabará aposta em ações de prevenção. Para ele, um real gasto em prevenção economiza sete reais em tratamento de doenças. Ele pretende fazer algum tipo de interação entre as secretarias de saúde e de esporte – afinal, a atividade física é um dos mais consagrados métodos de prevenção de doenças.
Por fim, há um plano estratégico para a ação das subprefeituras. Sabará brinca que é uma fórmula baseada na Associação Brasileira de Franchising. A ideia é que cada unidade funcione a partir de um manual, igual ao que as franquias recebem do franqueador com normas e regras de funcionamento. O pré-candidato pensa em criar esses documentos que vão parametrizar toda a atuação dos órgãos regionais.
Muitas das ideias de Sabará são interessantes e ele demonstra maturidade apesar da pouca idade. Mas talvez o excesso de idealismo possa ser um problema para sua candidatura. Essa ótica visionária, em primeiro lugar, vem do próprio partido, que não permite coligações e, assim, mantém pura a sua visão ideológica – mas se afasta dos demais partidos, tornando a vitória algo mais difícil. Além disso, a Sabará foi pedida a opinião sobre seus principais adversários. Todos, de alguma forma, foram criticados pelo concorrente do Novo. Isso, de um lado, mostra atitude, espírito aguerrido e vontade de vencer. Outros, no entanto, podem enxergar falta de tato neste comportamento – que pode ser cobrado, por exemplo, num eventual segundo turno. Como ganhar o apoio de quem foi reprovado nas entrevistas dadas por Sabará? Pode ser difícil. Afinal, ninguém faz a maioria dos votos sozinho. A história política brasileira, até agora, foi feita de coligações. O Novo estará certo em pensar diferente? Somente saberemos com o tempo.
Polo Laranja (Masculina) |
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