Por Mara Bianchetti | Diário do Comércio
Esta é a proposta do projeto "Silício, da mina ao chip", que dentro de uma agenda ainda maior, chamada "Pró Minas", promete preparar o ambiente de negócios no Estado para agregar valor ao que as terras mineiras possuem de mais precioso: os minerais.
O desenvolvimento de chips em Minas Gerais é uma das propostas do projeto de diversificação do governo | Crédito: Pixabay |
Na avaliação do subsecretário de promoção de investimento e cadeias produtivas da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Juliano Alves Pinto, a mineração é muito mais ampla do que o minério de ferro, principal item da pauta econômica de Minas Gerais. E, ainda assim, o próprio insumo siderúrgico tem sua cadeia pouco explorada no território mineiro. A intenção do atual governo é, justamente propiciar este desenvolvimento.
"Prestes a completar 300 anos, Minas Gerais tem a mineração no seu DNA. São dezenas de minerais encontrados em abundância, mas a agregação de valor, muito embora aconteça, ainda é pouco relevante. Queremos oferecer condições de o Estado se apresentar ao mundo como um cluster de mineração, atraindo empresas que contemplem toda a cadeia produtiva destes insumos. A começar pelo silício", disse.
Na prática, o projeto "Silício, da mina ao chip", vai englobar toda a cadeia, da extração e transformação do mineral das rochas de quartzo até as diferentes aplicações industriais, especialmente no grau eletrônico para o desenvolvimento de chips. É o que explicou o assessor especial do vice-governador do Estado e especialista em atração de investimentos, Marcos Mandacaru.
"Estamos propondo que as atividades comecem e terminem em Minas Gerais. Pela riqueza do solo, já temos a exploração mineral solidificada, mas buscamos ancorar oportunidades e desenvolvimento de novas indústrias, especialmente nos ramos de inovação e tecnologia", revelou.
Neste sentido, Mandacaru citou como projeto igualmente estruturadores e fundamentais para o processo, o Hub de Mineração, espaço de inovação do setor de mineração instalado em Belo Horizonte; a retomada dos esforços para tirar a Unitec Semicondutores do papel e os investimentos da empresa de mineração Simbel.
Fase embrionária
De forma complementar, Alves Pinto explicou o projeto se ancora na abundância do silício em Minas e no fato de o mineral ser um dos principais insumos de chips. A intenção é trabalhar toda a cadeia de semicondutores no Estado. Conforme o subsecretário, o projeto ainda se encontra em fase embrionária, mas vislumbra-se uma possibilidade real de agregar mais valor a este componente e não apenas fazer a extração mineral, mas produzir os equipamentos em solo mineiro.
"É algo audacioso, mas que faz sentido na medida em que não só tem esse mineral em abundância no Estado, mas também abrigamos talentos para suprir a mão de obra e conhecimento necessário. Estes recursos nos permitirão o cluster de tecnologia de mineração (tecnologias minerais) em Minas Gerais", apostou.
"É algo audacioso, mas que faz sentido na medida em que não só tem esse mineral em abundância no Estado, mas também abrigamos talentos para suprir a mão de obra e conhecimento necessário. Estes recursos nos permitirão o cluster de tecnologia de mineração (tecnologias minerais) em Minas Gerais", apostou.
Governo busca uma solução para a Unitec
Projeto que se arrasta há anos, como o próprio governador Romeu Zema disse no final de 2019, o Executivo estadual busca uma solução para um empreendimento bilionário da fábrica de semicondutores da Unitec, erguida em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lançado em 2012, o projeto era apresentado como marco tecnológico no País: a primeira fábrica brasileira de chips.
O empreendimento recebeu aporte de cerca de R$ 1 bilhão, mas nunca entrou em operação e agora está sendo reestruturado pelo governo mineiro, em vistas de voltar a ser o principal projeto de semicondutores do Brasil. Para isso, o subsecretário de promoção de investimento e cadeias produtivas da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Juliano Alves Pinto, do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) assumiu a governança do projeto.
"Ainda há parceiros internacionais importantes e a ideia é termos uma Unitec completamente repaginada, em breve. Uma pandemia de Covid-19 adiou um pouco as ações, mas tão logo a parte da saúde está estabilizada, os esforços serão retomados. Trata-se de um símbolo importante para a agregação de valor das cadeias produtivas em Minas", resumiu.
Procurado, o BDMG disse, por nota, que como acionista minoritário, permanece em diálogo com os demais acionistas controladores para a viabilização da Unitec. E que "o banco acredita que o investimento reúne potencial para contribuir com o processo de diversificação da estrutura produtiva de Minas Gerais, impactando positivamente diversas cadeias econômicas ligadas à tecnologia e inovação, além de contribuir para a atração de novos investimentos e para a geração de mão de obra qualificada".
Mineradora
Outro importante investimento para consolidação do projeto "Silício, da mina ao chip", pertence à mineradora Simbel, que estuda o potencial no Norte de Minas há 16 anos. Com aportes totais de R$ 450 milhões a empresa está implementando um projeto em Bocaiuva, visando à exploração e beneficiamento de quartzito, que vai contar também com uma indústria química para a produção de quartzo de alta pureza, utilizada em materiais de alta tecnologia e em painéis de energia solar.
De acordo com o CEO da Simbel, Manoel Gomes de Souza Netto, a empresa detém o direito de exploração da quarta maior jazida de silício e direcionar pretendente o mineral não só para o setor ornamental e metalúrgico, mas de empresas que o consomem em índices de alta pureza.
"Já fiz um investimento de R$ 20 milhões desde o início das pesquisas e estruturação da mina. O restante dos investimentos será direcionado à agregação de valor dos blocos nos próximos anos", contorno.
A projeção é que, em plena operação, a planta de beneficiamento de rocha ornamental e a produção do quartzo de alta pureza gerem até 400 empregos diretos. A previsão é de uma extração anual de 300 mil toneladas.
De acordo com o CEO da Simbel, Manoel Gomes de Souza Netto, a empresa detém o direito de exploração da quarta maior jazida de silício e direcionar pretendente o mineral não só para o setor ornamental e metalúrgico, mas de empresas que o consomem em índices de alta pureza.
"Já fiz um investimento de R$ 20 milhões desde o início das pesquisas e estruturação da mina. O restante dos investimentos será direcionado à agregação de valor dos blocos nos próximos anos", contorno.
A projeção é que, em plena operação, a planta de beneficiamento de rocha ornamental e a produção do quartzo de alta pureza gerem até 400 empregos diretos. A previsão é de uma extração anual de 300 mil toneladas.
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