Governador de Minas diz que é possível conciliar reativação dos setores da economia com segurança
Matheus Adler | Estado de Minas
O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), foi incisivo ao opinar sobre o isolamento social em Belo Horizonte, que está com boa parte do comércio fechado em função do decreto assinado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). De acordo com Zema, a atitude de Kalil tem sido ‘fora da curva’ no estado, uma vez que outros mandatários estão flexibilizando o funcionamento de setores da economia e disse que alguns prefeitos estão seguindo ‘caminhos extremos para chamar a atenção’.
Governador de Minas Gerais Romeu Zema (NOVO-MG) | Divulgação |
As afirmações de Zema foram feitas durante entrevista ao Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan. De acordo com o governador, grande parte dos prefeitos de Minas estão conversando com representantes do setor privado para reativar o funcionamento da economia. Zema também disse que Kalil está conduzindo a pandemia do coronavírus de maneira distinta de muitos gestores da Grande BH, como Betim e Contagem, e que ‘tem muita gente gritando e não fazendo quase nada’.
“O prefeito Kalil tem sido um ponto fora da curva em Minas Gerais. Posso afirmar que a maioria dos prefeitos estão mais ponderados em suas atitudes, têm tido uma maior interlocução com o setor privado, que é quem gera empregos. Ele tem esse estilo bem expressivo, vamos dizer assim. Tem conduzido a pandemia em Belo Horizonte muito distinta, inclusive de outras cidades aqui da Região Metropolitana. Betim é diferente, Contagem é diferente. Então tem muita gente trabalhando em silêncio e tem muita gente gritando e não fazendo quase nada, o que parece ser um pouco a situação aqui da capital”, disparou Zema.
Contudo, perguntado se o isolamento feito em Belo Horizonte tem refletido nos índices da pandemia em Minas Gerais, que estão entre os menores do país, Zema admitiu que está fazendo a diferença, destacando que apenas 7% dos leitos de UTIs no estado estão ocupados por pessoas com casos confirmados ou suspeitos de coronavírus. De acordo com o governador, os números proporcionam um ‘colchão de segurança’ ao governo, que permite flexibilizar o isolamento social, desde que as pessoas adotem a higienização. Para Zema, alguns prefeitos tomam medidas mais rigorosas quanto ao isolamento ‘para chamar a atenção’.
“Com certeza o isolamento da capital e de outras cidades no momento adequado, contribuiu e continua contribuindo para que o número de casos em Minas seja baixo. Mas eu tenho dito o seguinte: a nossa grande preocupação tem de ser a quantidade de leitos nos hospitais e, principalmente, de UTIs. Temos 7% de leitos de UTIs ocupados por portadores ou suspeitas do coronavírus, que é uma taxa que nos dá um ‘colchão de segurança’ bem expressivo. E você manter as pessoas em isolamento com esse ‘colchão’ não seria adequado, para o meu ponto de vista. Temos que ter protocolos de segurança, fazer uma reativação criteriosa da economia, com procedimento de higienização, como temos feito em Minas. É possível conciliar a reativação com segurança. Mas alguns prefeitos, infelizmente, tomam caminhos extremos, talvez para chamar a atenção”, concluiu.
Em outras oportunidades, Kalil havia anunciado a flexibilização do isolamento social em Belo Horizonte a partir da próxima segunda (25). A ação, contudo, depende da curva de infecções por coronavírus na capital. A decisão será anunciada em entrevista coletiva na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) nesta sexta (25).
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES/MG), Minas já contabilizou 191 mortes por COVID-19, sendo que 14 delas foram confirmadas nas últimas 24 horas. Foi o maior índice já registrado desde a primeira vida perdida, registrada em 30 de março. São 5.596 casos confirmados. O número de pacientes recuperados chega a 2.921.
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