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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Sisema participa de workshop sobre reparação da Bacia do Paraopeba, em Minas Gerais

Evento discutiu as condições do local após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho


Agência Minas

A reparação da Bacia do Rio Paraopeba, atingida pelos rejeitos da barragem da Vale, em Brumadinho, foi tema de workshop nessa segunda-feira (10/2), em Belo Horizonte. Servidores do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) participaram do encontro técnico que discutiu a situação anterior ao rompimento. O tema é o primeiro dos seis capítulos que vão compor as diretrizes da reparação da bacia.

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Servidores do Sisema discutiram a situação da bacia antes do rompimento | Guilherme Paranaíba / Semad

Além técnicos da Vale e da Arcadis, empresa contratada pela mineradora para desenvolver o plano de reparação, participaram do workshop representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), da Aecom, consultoria contratada para acompanhar a reparação, e do Ministério Público Federal (MPF).

Dentre os seis capítulos, três tratam do diagnóstico passado, dos impactos da tragédia, e do plano de reparação. Esses temas foram protocolados para conhecimento do Estado em outubro do ano passado. Desde então, o Sisema trabalha na avaliação do material apresentado.

O primeiro capítulo do plano, alvo do workshop desta segunda-feira, trata exclusivamente das condições da Bacia do Rio Paraopeba antes da tragédia. Na primeira parte do evento técnico, todo o diagnóstico anterior ao desastre foi apresentado pela Arcadis. Na parte da tarde, a empresa ouviu considerações da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Os técnicos da Arcadis apresentaram pesquisas sobre condições do solo, geomorfologia, sedimentos, recursos minerais, patrimônio espeleológico, qualidade do ar, recursos hídricos superficiais, recursos hídricos subterrâneos, biota aquática, ictiofauna, vegetação, flora, fauna terrestre e serviços ecossistêmicos.

O presidente da Feam, Renato Brandão, ressalta a importância do workshop para alcançar um plano de reparação socioambiental mais completo e mais abrangente possível. "O objetivo é tentar trazer as percepções de todos os atores para que a gente tenha uma estratégia consistente de execução pela empresa no médio e longo prazo", diz.

Brandão destaca ainda que tratar sobre as condições da bacia antes do rompimento é essencial para se estabelecer uma base de quais serão os resultados mínimos esperados na reparação. "A discussão do diagnóstico pretérito nos ajuda a contextualizar e caracterizar as ações que a empresa deverá tomar, além das medidas para melhorar a qualidade da bacia no futuro”, afirma.

Segundo a gerente-executiva de Reparação de Brumadinho e Bacia do Paraopeba da Vale, Gleuza Jesué, a entrega dos três capítulos iniciais do plano de reparação conta com 7,9 mil páginas de informações. Essa é a primeira reunião que a empresa organiza, junto com o Estado, para receber as contribuições do Governo de Minas. A troca de ideias busca subsidiar o documento final. “Nós vamos repetir a metodologia de workshops para recepcionar todas as considerações, contribuições e comentários do Estado, para que a possamos revisar o relatório que foi protocolado em outubro”, diz.

O plano ainda será validado pelo Comitê Pró-Brumadinho, criado pelo Governo de Minas para acompanhar e determinar as ações que devem ser tomadas para recuperação dos danos nas mais diversas áreas, e também a compensação pelos prejuízos que não podem ser reparados.

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