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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Hospital infantil da Fhemig se torna primeiro Centro de Referência em Doenças Raras do estado

Credenciamento pelo Ministério da Saúde faz com que unidade receba mais recursos federais; Hospital Júlia Kubitschek também busca reconhecimento


Agência Minas

O Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), da Rede Fhemig, foi credenciado como o primeiro Centro de Referência em Doenças Raras de Minas Gerais. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nessa terça-feira (3/12).

imagem de destaque
Hospital buscava o credenciamento desde 2015 | Divulgação / Fhemig

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças raras são aquelas que afetam até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos. O número exato de enfermidades ainda é desconhecido, mas, atualmente, são descritas de sete a oito mil delas na literatura médica.

Desse total de doenças raras descritas, 80% decorrem de fatores genéticos e, os outros 20%, por causas ambientais, infecciosas e imunológicas. Aproximadamente, 75% delas afetam crianças. Embora sejam individualmente de baixa incidência, no total, acometem um percentual significativo da população e constituem uma demanda relevante para a saúde pública.

Reconhecimento

O reconhecimento do HIJPII se deu pela Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, que aprova diretrizes de atenção pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e institui incentivos financeiros de custeio. A Unidade de Doenças Raras do hospital mineiro teve três de seus ambulatórios credenciados: o de Fibrose Cística, o de Doenças Neuromusculares e o de Mucopolissacaridose.

Todos eles já funcionam há mais de dez anos e atendem a um total de 370 pacientes em todo o estado. De acordo com as normas federais, para cada uma das equipes está previsto um aporte financeiro de R$ 41.480,00 por mês. Desde 2015, o hospital busca por esse credenciamento.

Atendimento

O serviço ainda presta assistência e acompanhamento a outras doenças raras em ambulatórios de especialidades pediátricas, como cardiologia, neurologia, reumatologia, gastroenterologia, pneumologia, dermatologia e endocrinologia. A unidade se destaca também por oferecer cuidado domiciliar a esses pacientes. Exemplo disso é o Programa VentLar, específico para pacientes com doenças neuromusculares, que inclui ventilação mecânica, emprego de técnicas de fisioterapia respiratória e capacitação do cuidador.

Para o presidente da Fhemig, Fábio Baccheretti Vitor, o credenciamento do serviço do HIJPII pelo Ministério da Saúde reconhece e oficializa de vez o trabalho realizado há muitos anos. Ele ainda acrescenta que a busca, agora, é pela obtenção da mesma certificação para o Hospital Júlia Kubitschek (HJK), no tratamento de doenças raras em adultos.

“Neste momento, somente o HIJPII é habilitado no estado. Isso nos coloca em um patamar merecido de referência. A expectativa é que possamos melhorar a assistência e a estrutura. A busca pelo credenciamento do HJK como referência também está em andamento, uma vez que o atendimento especializado tem aumentado a expectativa de vida das crianças com doenças raras, que, hoje em dia, chegam à vida adulta e ainda necessitam do tratamento. Queremos permitir o cuidado continuado durante toda a vida do paciente”, explica.

O pneumologista pediátrico e coordenador médico da Unidade de Doenças Raras do HIJPII, Alberto Vergara, destaca a multi e a interdisciplinaridade da equipe como fatores essenciais para uma assistência diferenciada. “O serviço é composto por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais. Antes dos atendimentos, reunimos a equipe e discutimos caso a caso, na perspectiva de todos os profissionais envolvidos”, observa.

Sobre o credenciamento, o coordenador médico do serviço acredita ser um reconhecimento de esforços conjuntos de toda a equipe do hospital e que o desafio, agora, é pensar em um ambulatório que possa atender pacientes com outras doenças raras. “A vinda dos recursos nos tranquiliza para continuar realizando o trabalho e aperfeiçoando a assistência. Isso fortalece o atendimento e permite planejar ações que possibilitem assistir ainda mais pacientes”, diz Vergara.

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